Dizem que chegamos por estas paragens por escolhas que fizemos no plano evolutivo. Acredito nisso e, por opção, cresci numa família numerosa quando comparada com os padrões atuais. Éramos sete filhos, pai e mãe. Nove no total, mais dois cachorros, criação de galinhas, patos e até porquinhos. Que saudades!

Meu pai, motorista de praça, e minha mãe, dona de casa, faziam das tripas coração para equilibrar o orçamento familiar, pois meu pai sempre reclamava de que a praça não dava camisa a ninguém. Confesso que não entendia muita aquela linguagem. Sabia que as coisas eram difíceis e contava-se o pão de cada dia.

Sempre ouvia falar das expectativas de meu pai de que em 20 ou 30 anos as coisas seriam diferentes, pois procurava contribuir para o INSS pelo teto máximo (falava-se em dez salários), mas dificilmente conseguia fazer alguma poupança. O longo tempo indicado, sinceramente, eu achava ser uma eternidade, e parecia que as coisas demoravam a acontecer e o tempo passava mais lentamente.

O desespero de meu pai e as preocupações de minha mãe cresciam quando o carro quebrava e da oficina, muitas vezes, não havia previsão de conserto, pois a família não tinha reserva financeira suficiente para os reparos e nem tão pouco, naquela época, havia crédito disponível para qualquer pessoa. As exigências eram diferenciadas. Lembro-me de que meu pai recorria a pessoas que emprestavam dinheiro e que logo queriam receber os juros.

Também não compreendia muito bem que mecanismos eram esses. Hoje, não temos dúvidas de, quando estamos com restrições de crédito no mercado formal, quem são estas pessoas. Tenha muita cuidado!

Apesar de meu pai não conseguir fazer poupança significativa, ter uma pequena reserva financeira fazia parte de sua estratégia orçamentária, e para isso, era comum ele nos orientar: "nunca gaste tudo", expressão comum entre os portugueses, o que me parecia engraçado e divertido, o que na verdade já era um alerta de como deveríamos respeitar o dinheiro.

Levei anos para entender esta linguagem, mas ao longo do tempo tornou-se perfeitamente compreensível a necessidade de planejarmos nossas finanças com uma visão de médio e longo prazo, construindo gradualmente patrimônio que venha a gerar renda no futuro, na medida necessária para suprir nossas necessidades, o que poderá ser por meio do que chamamos de renda extra, aquela que vai além dos salários ou bonificações. É oriunda de investimentos iniciados tenramente ou empreendimentos que desenvolvemos.

É fato que, em nossa educação formal não recebemos ensinamentos para construirmos patrimônio para que este nos gere renda suficiente para arcar com adequado padrão de vida no futuro. Pelo contrário, acabamos sendo influenciados para trabalhar e pagar contas, trabalhar e pagar contas, e assim por diante. E, muitas vezes, nos habituando a viver uma vida inteira pagando dívidas. As pessoas se habituam com esse modo de vida e sentem dificuldades para mudar, sair da zona de conforto.

Tenho vivenciado demandas de empresas públicas ou privadas para palestrar em Programas de Preparação para Aposentadoria para servidores ou funcionários que se encontram a dois ou três anos para "pendurar" a chuteira, como se dizia, mas que financeiramente não estão harmonizados.

Na verdade, esses profissionais não estarão se aposentando, estarão passando por um processo de transformação profissional gerador de novas possibilidades e oportunidades de crescimento humano e de desenvolvimento profissional. Enquanto jovens, não podemos nos esquecer de que com o tempo nos tornaremos jovens há mais tempo e será nesse momento que precisaremos de mais recursos para não depender de filhos, familiares, amigos etc.

Adquirir o hábito de poupar na mais tenra idade e cultivar bons hábitos de consumo com uma visão voltado para o "ser" e não para o "ter" nos tornará mais felizes e saudáveis em todos os aspectos de nossa vida, especialmente nos conscientizando para inspirar o maior número possível de pessoas em práticas voltadas ao bem comum.

Parabenizamos a todos que já começam a despertar e ampliar a consciência para um ambiente de harmonia e prosperidade no aqui e agora, e é com este olhar que o BEM Financeiro se apresenta. Sintam-se convidados a estar conosco nesta jornada.

Texto por: Adenias Gonçalves Filho, terapeuta financeiro

Sobre o BEM Financeiro:

Com uma equipe de profissionais experientes, dedicados aos temas de gestão de empresas e finanças pessoais, o BEM Financeiro atua na transformação da consciência financeira do cliente. Através de serviços como avaliação da saúde financeira, palestras, treinamentos, coaching, entre outros, trabalha tanto com empresas quanto com pessoas físicas.

Mais informações em: https://www.bemfinanceiro.com.br/

 

Adenias Gonçalves Filho, terapeuta financeiro