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Ordenado monge há 2 anos, professor no Centro Budista Kadampa Maitreya, em Belo Horizonte, Kelsang Genden diz que ser grato é tarefa número um para quem quer ser feliz. “O oposto é sofrimento”. Para ele, compreender que nossa existência depende dos outros ajuda a desenvolver o apreço pelas pessoas. “Nossa saúde emocional, nosso trabalho, dependem dos outros. Quanto mais entendermos que a gratidão está ligada ao reconhecimento de que os outros
Riva Moreira
“Tudo depende da mente. Ao mudarmos nossa mente, mudamos nossa experiência. E se mudamos nossa experiência, não precisamos mudar mais nada. O que a gente faz é tentar mudar o mundo com política, em casa, no trabalho, como cidadãos. Devemos continuar como pessoas normais, esse não é um problema, mas se colocarmos nossa energia em mudar nossa mente, experienciareamos formas mais sutis de felicidade, vai ser maravilhoso” - Monge Kelsang Genden, professor no Centro Budista Kadampa Maitreya, em BH
Assista à entrevista com o monge budista Kelsang Genden:
Reitor do Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade, na Grande BH, padre Fernando César do Nascimento compartilha do ponto de vista. “Quando não exercito a gratidão em relação ao outro e, portanto, não o respeito, nego o que, de graça, recebi e que de graça não sei partilhar. Por isso, o respeito à pessoa humana é o primeiro gesto de amor e de gratidão concreta”, resume.
Parte do todo
É exatamente amparada na consciência de que faz parte de um todo que procura viver a cantora e compositora Iaiá Drumond, de 36 anos. Para ela, todo revés é aprendizado. “A gente delega muito os problemas ao outro. Se estou no trânsito cheio, na verdade, eu sou o trânsito. Parei de transferir ansiedades e frustrações às pessoas e passei a olhar mais para mim mesma e a refletir sobre como posso ser melhor. Se me incomodo com certa toxicidade é porque ela reverbera comigo. É um processo diário de pensamento, reflexão, de respiração e arte”, coloca.
Maurício Vieira
“A arte promove reflexões, uma necessidade orgânica de buscar um entendimento para as coisas, não de ficar reproduzindo padrões, crenças que limitam a vida. É uma busca pelo que potencializa nossas potencialidades. Também acabo me munindo de coisas e pessoas que estão vibrando junto. Porque acredito que a gente é o que vibra. Isso é muito real” - Iaiá Drumond, cantora e compositora
Psicóloga praticante e divulgadora do Ho’oponopono (sabedoria havaiana que busca promover a autocura por meio da limpeza consciente e autorresponsável de memórias), Fernanda Junqueira exercita e ensina gratidão no dia a dia. “Experimente fechar os olhos e lembrar de uma situação que o deixe agradecido. Neste momento, você não conseguirá sentir raiva ou tristeza. Não cabem sentimentos tão antagônicos. Escolha se levantar e listar coisas boas que tenha para agradecer. Escolha focar no positivo e no que se pode controlar. Isso muda a forma como vemos a vida. Ser grato transforma nossas reações”.
Otimista inveterada, Mariana Gontijo, de 35 anos, percebe, no cotidiano, o poder que a gratidão tem de mudar as coisas. Recentemente, teve o carro furtado com mais de R$ 7 mil em mercadorias (ela é diretora de vendas em uma empresa de cosméticos) e, embora tivesse justificativas suficientes para reclamar das perdas e até desistir do negócio, escolheu agradecer. “Graças a Deus eu não estava no carro. São situações assim que nos impulsionam. No mesmo mês, eu havia feito minha melhor produção em sete anos de empresa”, conta ela, que crê numa troca com o universo. “O que a gente manda é o que recebe. E isso é muito claro pra mim”.
Riva Moreira
“Não gosto de positivismo barato. Mas tudo sempre vai depender da forma como vamos encarar. Se não fazemos nada, nada acontece. Quem convive comigo diz que sou positiva. Acho que é de criação. Outro dia, uma consulta da minha equipe reclamou que havia vendido pouco. Então eu disse: ‘imagine se não tivesse vendido nada?’. Procuro fazer as pessoas enxergarem o outro lado, do contrário ninguém nunca estará feliz. Se não somos gratos com o pouco, nunca teremos o muito. É preciso virar a chavinha” - Mariana Gontijo, diretora de vendas em uma empresa de cosméticos
Positividade e otimismo
O advogado Gustavo Tadeu Bijos, de 37 anos, também prefere trocar as queixas dos problemas, comuns na profissão, pelo hábito de agradecer. A recompensa é estar cercado por pessoas que, assim como ele, agem com otimismo e positividade. “Tento afastar o que acontece no escritório do restante da minha vida, por saber que o que nos cabe é fazer nossa parte e sermos gratos por isso. Aprendemos, assim, a valorizar resultados, mesmo que muitas vezes sejam negativos. Costumo estar distante de pessoas que reclamam do trânsito ou do que acontece na vida delas. É algo que acontece naturalmente”, diz.
Riva Moreira
“Tento ter mais leveza na profissão, mesmo quando não tenho o êxito desejado, pois vou sempre depender do posicionamento dos outros. Reclamar, me queixar, torna o problema ainda pior. Procuro fazer o melhor e, se não dá certo, refaço com o que estiver ao meu alcance. Sempre tive essa característica e muitos me consideram sonhador. Mas deixar as coisas serem o que são é um estilo de vida, é entender que a situação está daquele jeito agora, mas que pode melhorar” - Gustavo Tadeu Bijos, advogado
A gratidão influencia também nossa saúde. Impacta na produção de uma série de substâncias benéficas para o cérebro, diminui pressão arterial, frequência cardíaca, melhora o sistema imunológico e, de quebra, reduz riscos de infarto e AVC. “Quando você reconhece os privilégios que tem, praticamente acaba com reações de ansiedade que desencadeiam estresse e são causas para infarto, AVC e envelhecimento precoce. Também liberamos substâncias benéficas para o cérebro, que aumentam sensações de bem-estar e de pertencimento”, explica o neurologista da cognição e do comportamento Fabiano Moulin, titular da Academia Brasileira de Neurologia. “A gratidão nos ajuda a estar no presente, nos faz tomar decisões, sincronizar emoções e transformar rotina em algo naturalmente melhor. Quanto mais gratidão sinto, mais mantenho coração e cérebro tranquilos”.
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Ordenado monge há 2 anos, professor no Centro Budista Kadampa Maitreya, em Belo Horizonte, Kelsang Genden diz que ser grato é tarefa número um para quem quer ser feliz. “O oposto é sofrimento”. Para ele, compreender que nossa existência depende dos outros ajuda a desenvolver o apreço pelas pessoas. “Nossa saúde emocional, nosso trabalho, dependem dos outros. Quanto mais entendermos que a gratidão está ligada ao reconhecimento de que os outros
Riva Moreira
“Tudo depende da mente. Ao mudarmos nossa mente, mudamos nossa experiência. E se mudamos nossa experiência, não precisamos mudar mais nada. O que a gente faz é tentar mudar o mundo com política, em casa, no trabalho, como cidadãos. Devemos continuar como pessoas normais, esse não é um problema, mas se colocarmos nossa energia em mudar nossa mente, experienciareamos formas mais sutis de felicidade, vai ser maravilhoso” - Monge Kelsang Genden, professor no Centro Budista Kadampa Maitreya, em BH
Assista à entrevista com o monge budista Kelsang Genden:
Reitor do Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade, na Grande BH, padre Fernando César do Nascimento compartilha do ponto de vista. “Quando não exercito a gratidão em relação ao outro e, portanto, não o respeito, nego o que, de graça, recebi e que de graça não sei partilhar. Por isso, o respeito à pessoa humana é o primeiro gesto de amor e de gratidão concreta”, resume.
Parte do todo
É exatamente amparada na consciência de que faz parte de um todo que procura viver a cantora e compositora Iaiá Drumond, de 36 anos. Para ela, todo revés é aprendizado. “A gente delega muito os problemas ao outro. Se estou no trânsito cheio, na verdade, eu sou o trânsito. Parei de transferir ansiedades e frustrações às pessoas e passei a olhar mais para mim mesma e a refletir sobre como posso ser melhor. Se me incomodo com certa toxicidade é porque ela reverbera comigo. É um processo diário de pensamento, reflexão, de respiração e arte”, coloca.
Maurício Vieira
“A arte promove reflexões, uma necessidade orgânica de buscar um entendimento para as coisas, não de ficar reproduzindo padrões, crenças que limitam a vida. É uma busca pelo que potencializa nossas potencialidades. Também acabo me munindo de coisas e pessoas que estão vibrando junto. Porque acredito que a gente é o que vibra. Isso é muito real” - Iaiá Drumond, cantora e compositora
Psicóloga praticante e divulgadora do Ho’oponopono (sabedoria havaiana que busca promover a autocura por meio da limpeza consciente e autorresponsável de memórias), Fernanda Junqueira exercita e ensina gratidão no dia a dia. “Experimente fechar os olhos e lembrar de uma situação que o deixe agradecido. Neste momento, você não conseguirá sentir raiva ou tristeza. Não cabem sentimentos tão antagônicos. Escolha se levantar e listar coisas boas que tenha para agradecer. Escolha focar no positivo e no que se pode controlar. Isso muda a forma como vemos a vida. Ser grato transforma nossas reações”.
Otimista inveterada, Mariana Gontijo, de 35 anos, percebe, no cotidiano, o poder que a gratidão tem de mudar as coisas. Recentemente, teve o carro furtado com mais de R$ 7 mil em mercadorias (ela é diretora de vendas em uma empresa de cosméticos) e, embora tivesse justificativas suficientes para reclamar das perdas e até desistir do negócio, escolheu agradecer. “Graças a Deus eu não estava no carro. São situações assim que nos impulsionam. No mesmo mês, eu havia feito minha melhor produção em sete anos de empresa”, conta ela, que crê numa troca com o universo. “O que a gente manda é o que recebe. E isso é muito claro pra mim”.
Riva Moreira
“Não gosto de positivismo barato. Mas tudo sempre vai depender da forma como vamos encarar. Se não fazemos nada, nada acontece. Quem convive comigo diz que sou positiva. Acho que é de criação. Outro dia, uma consulta da minha equipe reclamou que havia vendido pouco. Então eu disse: ‘imagine se não tivesse vendido nada?’. Procuro fazer as pessoas enxergarem o outro lado, do contrário ninguém nunca estará feliz. Se não somos gratos com o pouco, nunca teremos o muito. É preciso virar a chavinha” - Mariana Gontijo, diretora de vendas em uma empresa de cosméticos
Positividade e otimismo
O advogado Gustavo Tadeu Bijos, de 37 anos, também prefere trocar as queixas dos problemas, comuns na profissão, pelo hábito de agradecer. A recompensa é estar cercado por pessoas que, assim como ele, agem com otimismo e positividade. “Tento afastar o que acontece no escritório do restante da minha vida, por saber que o que nos cabe é fazer nossa parte e sermos gratos por isso. Aprendemos, assim, a valorizar resultados, mesmo que muitas vezes sejam negativos. Costumo estar distante de pessoas que reclamam do trânsito ou do que acontece na vida delas. É algo que acontece naturalmente”, diz.
Riva Moreira
“Tento ter mais leveza na profissão, mesmo quando não tenho o êxito desejado, pois vou sempre depender do posicionamento dos outros. Reclamar, me queixar, torna o problema ainda pior. Procuro fazer o melhor e, se não dá certo, refaço com o que estiver ao meu alcance. Sempre tive essa característica e muitos me consideram sonhador. Mas deixar as coisas serem o que são é um estilo de vida, é entender que a situação está daquele jeito agora, mas que pode melhorar” - Gustavo Tadeu Bijos, advogado
A gratidão influencia também nossa saúde. Impacta na produção de uma série de substâncias benéficas para o cérebro, diminui pressão arterial, frequência cardíaca, melhora o sistema imunológico e, de quebra, reduz riscos de infarto e AVC. “Quando você reconhece os privilégios que tem, praticamente acaba com reações de ansiedade que desencadeiam estresse e são causas para infarto, AVC e envelhecimento precoce. Também liberamos substâncias benéficas para o cérebro, que aumentam sensações de bem-estar e de pertencimento”, explica o neurologista da cognição e do comportamento Fabiano Moulin, titular da Academia Brasileira de Neurologia. “A gratidão nos ajuda a estar no presente, nos faz tomar decisões, sincronizar emoções e transformar rotina em algo naturalmente melhor. Quanto mais gratidão sinto, mais mantenho coração e cérebro tranquilos”.