Ao verbalizar que procura adotar, em suas decisões, os padrões científicos recomendados pelas autoridades médicas mundiais, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Barroso, sinaliza que vai acolher a ação, protocolada pela Rede Sustentabilidade, que pede a obrigatoriedade de comprovação de vacinação contra a Covid-19 para quem entra no Brasil. Além de entidades que representam secretários de Saúde, o passaporte da vacina é defendido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Crise à vista
Se Barroso acolher a ação – como é a tendência –, será deflagrada um nova crise entre os poderes, já que o governo Bolsonaro resiste à cobrança de comprovante de vacinação e se limitou a exigir quarentena de cinco dias e teste RT-PCR a viajantes não vacinados que queiram entrar no país.
Dupla face
Embora tenha lançado a pré-candidatura de Simone Tebet (MS), o MDB segue como sempre: rachado. Uma pequena ala aposta na senadora, enquanto a outra – comandada por caciques – mantém conversas para apoiar outro candidato da chamada terceira via em 2022. Há até quem defenda ser vice na chapa do ex-presidente Lula.
Lista Vermelha
Mais de 47 dias depois de o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinar a prisão do bolsonarista Allan dos Santos, o nome e a foto do blogueiro ainda não constam na lista da Difusão Vermelha da Interpol. O Brasil é representado na entidade internacional pela Polícia Federal que teria, por dever, cobrar mais celeridade na inclusão do foragido – investigado por propagação de fake news - na lista de procurados.
Inércia
Allan dos Santos agradece a inércia – tanto da PF brasileira quanto da Interpol – e segue perambulando pelos Estados Unidos, participando de lives e gravando vídeos com ataques ao Supremo Tribunal Federal.
Garimpo
O procurador-geral da República, Augusto Aras, terá em sua mesa várias representações contra o aval dado pelo general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), para sete projetos de exploração de ouro em regiões preservadas da Amazônia.
Conduta
Uma já chegou, do deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ) que pede para apurar a “existência de eventual conduta capaz de ensejar responsabilização criminal e/ou civil do general”. Outras representações estão sendo finalizadas pelo PT e PDT. “Como têm coragem de ir a eventos sobre o clima e dizer que estão ajudando a preservar a
Amazônia?”, indaga o deputado Enio Verri (PT-PR).
Ofuscado
O União Brasil, partido oriundo da fusão entre o DEM e do PSL, ainda não engrenou. Divergências estaduais e incertezas sobres os rumos em 2022 ofuscam a pretensão inicial da legenda de se cacifar como terceira via. O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, perdeu força após a fusão e tem falado em apoiar outro candidato.
Aceno
Um aceno claro ao presidenciável Sergio Moro, de quem é amigo e mantém conversas diárias. Mandetta sempre recorre à frase dita antes de deixar o governo Bolsonaro – “médico não abandona o paciente” – para reafirmar que, como candidato ou não, jamais “desistirá” do Brasil.
Omissões
Assim como a CPI da Pandemia, a Comissão Temporária do Covid-19 do Senado aponta, em seu parecer final, uma série de omissões e erros do governo Bolsonaro que culminaram na morte de mais de 600 mil pessoas. “A imunização da população brasileira demorou a começar e evoluiu em ritmo mais lento do que o desejável, e as
ações e omissões do Governo Federal foram as grandes responsáveis por esse atraso”, conclui o relatório.
Queda
Os gastos do governo federal em iniciativas de cooperação internacional apresentaram redução de 46%, em 2020, e foram impactados diretamente pela crise da pandemia, revela relatório preliminar de Cooperação Brasileira para o Desenvolvimento Internacional (Cobradi) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).