"Fazer cera" no futebol significa atrasar propositalmente o jogo para fazer o tempo passar, especialmente quando uma equipe está em vantagem.

Essa ação, também chamada de catimba , pode ser feita de várias maneiras, como segurando a bola por muito tempo, demorando para cobrar laterais e escanteios, ou forjando lesões. O termo é usado tanto por jogadores quanto pelo goleiro, atrasando o jogo de forma intencional para esgotar o tempo restante, quando o time está ganhando manter a vantagem no placar e tirar o ritmo do adversário. Já estamos cansados de ver tanta cera ou catimba nos jogos , por exemplos: o goleiro demora a repor a bola após uma defesa, jogador demora para cobrar um lateral, substituição de jogador é arrastada por mais temp o do que o necessário, simular uma lesão para ganhar tempo no final do jogo.

Para tentar diminuir a cera dos goleiros está valendo o limite de oito segundos para repor a bola. Se o limite for ultrapassado, a infração resulta em um escanteio para o time adversário, e não mais um tiro livre indireto como era antes.

Como cronista esportivo, gosto de verificar pesquisas sobre o futebol, relatos que outros fatos constantes nos jogos são os atendimentos médico a um goleiro é de fato por lesão e quando é apenas uma estratégia para retardar o jogo? Essa foi a pergunta que guiou o estudo conduzido pelo economista Bruno Imaizumi, com base em 637 atendimentos médicos mapeados desde o Brasileirão de 2022. A análise estatística identificou padrões e chegou a uma conclusão: 82,6% dos atendimentos foram classificados como cera pelo algoritmo.

A pesquisa chegou ao ponto central do estudo em usar a regressão logística, um método estatístico que estima a probabilidade de um evento ocorrer (neste caso, um goleiro receber atendimento médico) a partir de várias condições do jogo ao mesmo tempo. O objetivo não foi julgar a intenção do goleiro, mas sim traduzir em números as situações que costumam indicar "cera".

A lógica é a seguinte: o modelo foi treinado usando dados reais de atendimentos médicos a goleiros e várias informações de contexto (placar no momento, se jogava fora ou em casa, finalizações sofridas nos últimos minutos, entre outras). Com isso, ele 'aprendeu' quais padrões tornam um atendimento mais provável, especialmente sob condições onde parar o jogo pode ser vantajoso taticamente para o time do goleiro. Ao comparar cada caso concreto com esses padrões, o modelo consegue calcular a probabilidade de aquele atendimento ter sido motivado por uma tática de segurar o jogo e não apenas por necessidade.

Para classificar um atendimento médico como "cera", foram considerados todos os casos em que o modelo estimou mais de 50% de probabilidade de ser uma pausa intencional para retardar o jogo. Com esse critério, o algoritmo identificou 526 dos 637 atendimentos como tentativa de cera. Em média, cada paralisação de jogo durou 1 minuto e 46 segundos.

Como o goleiro é o único jogador que recebe atendimento em campo sem que o árbitro autorize a retomada da partida, ele costuma usar esse momento como estratégia para esfriar o jogo. Essa, porém, não é a única forma de retardar o reinício: atrasar a cobrança de tiros de meta ou segurar a bola por mais tempo após uma defesa também são práticas comuns. Embora a regra dos oito segundos tenha sido criada para coibir esse comportamento, ainda é frequente ver goleiros ultrapassando esse limite sem punição.

Quando a análise é feita pelo placar de momento do jogo durante um atendimento, os dados mostram que a maioria das paralisações acontece quando o placar está empatado ou quando o time do goleiro vence por apenas um gol, justamente os cenários em que parar o jogo ajuda a segurar o resultado e faz o relógio andar.

Com base nisso, foi desenvolvido um modelo que estima, a cada janela de cinco minutos, a probabilidade de o goleiro receber atendimento em campo. - se o time do goleiro joga como mandante ou visitante; a diferença do valor de mercado entre as equipes; a diferença de posição na tabela entre as equipes antes da partida começar; os chutes sofridos nos últimos 5 minutos, ou seja, quão perigosas foram as chances contra o goleiro nesse período; a diferença de placar no momento do atendimento médico

Mais do que evidenciar o impacto das táticas em campo, esse estudo representa um avanço na mensuração do comportamento da cera no futebol — tema que já motivou novos testes de regras pela FIFA e modificações em campeonatos nacionais para preservar o ritmo da partida. A metodologia desenvolvida pode servir de base para futuras análises sobre o efeito de medidas disciplinares, pedagógicas ou normativas no contexto futebolístico brasileiro.

O aperfeiçoamento dessas métricas permite identificar, de forma sistemática, as circunstâncias que incentivam práticas de retardo por parte dos goleiros, contribuindo para tornar o futebol mais técnico, transparente e rigoroso na análise de condutas táticas.

Se todas as variáveis do modelo estiverem em zero (em referência, ou seja, jogando em casa, sem diferença de valor e posição, sem gol sofrido, demais diferenças de placar que não sejam 0 ou 1 e idade = média dos goleiros), o modelo prevê uma chance muito baixa de atendimento de um goleiro de 0,29%. Goleiros jogando fora de casa têm aproximadamente 56% mais chance de pedir atendimento em relação aos goleiros jogando em casa . Quanto maior a diferença entre o time do goleiro e o time adversário, sendo o adversário mais forte, a chance de atendimento aumenta cerca de 32%.Para cada posição que o advers &aac ute;rio está acima na tabela, há um aumento de 2% na chance de atendimento.

Uma finalização com probabilidade de ser convertida em gol sofrida nos últimos cinco minutos aumenta em 44,7% as chances de atendimento a um goleiro Quando o jogo está empatado, a chance de ter atendimento sobe 144% em relação a outros casos. Se o time do goleiro está vencendo por um gol, a chance de atendimento é 306% maior (ou seja, multiplica por mais de quatro vezes).

O futebol é fantástico movimenta bilhões de reais no Brasil, bilhões de euros e dólares pelo mundo, encanta a paixão dos torcedores pelo seu clube, que não se mede o que o torcedor faz para acompanhar seu time do coração no estádio, viajar, comprar materiais esportivos , ente outros produtos com as cores do seu time.