Entre centenas de filmes habilitados a concorrer a uma vaga na pré-seleção do Oscar, o Brasil, a partir de coproduções internacionais, conseguiu emplacar dois títulos, entre os curtas-metragens e ainda no segmento documental. Indicado pelo Brasil para disputar uma vaga, na disputada lista de 92 pré-candidatos ao Oscar de melhor filme internacional, entretanto, o longa da produtora mineira Filmes de Plástico Marte Um (dirigido por Gabriel Martins) não obteve êxito.
 
Entre 200 títulos, o curta Sideral (coprodução com a França) afunilou, na lista de 15 filmes a disputarem cinco futuras vagas. Num universo de 144 filmes de longa duração, na categoria de documentário, o Brasil comparece, com uma coprodução entre Estados Unidos e Dinamarca: O território.

Destacando a importância da campanha exigida para alcançar o "troféu dourado (do Oscar) que pesa um bocado", a equipe do nacional Marte Um assinou um artigo em que defende o ponto de vista na corrida pelo prêmio de alcance internacional. "A ideia de que precisávamos de um Oscar nunca pareceu mesmo fazer sentido, pois estamos seguindo firmes e fortes, mesmo com desmonte, com crises e com mudanças de uma indústria que não se vê partidária da independência", diz o material distribuído à imprensa. O grupo ressalta o peso de entrar em campo por um país que, pela última vez, disputou o prêmio pretendido com Central do Brasil, de 1999.

Para a futura etapa de seleção, prevista para ser finalizada até 24 de janeiro (vale lembrar que a premiação deve ocorrer em 12 de março de 2023), entraram fitas criadas em países como México, Camboja, Índia, Argentina e Marrocos.

Os indicados
 
O primeiro documentário em longa-metragem assinado pelo norte-americano Alex Pritz, O território, que foi filmado em Rondônia, faturou dois prêmios no Festival de Sundance: na categoria Documentário Mundial, obteve o prêmio de preferência entre o público; enquanto o júri oficial atribui prêmio especial. O filme conta com a participação do povo Uru-eu-wau-wau, e relata o avanço do agronegócio em terras sagradas cuja demarcação tem sido negligenciada pelo governo brasileiro.

Indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes com o curta Sideral (2021), Carlos Segundo é diretor contemplado com uma das pré-vagas ao Oscar de 2023. Para o filme, que trata do primeiro lançamento de foguete nacional, houve reconhecimento no Festival de Berlim (com menção especial). O curta Sideral teve ambientação no Rio Grande do Norte. Vale a lembrança de que Segundo foi professor do curso de Audiovisual no Departamento de Comunicação Social da UFRN, tendo ainda estudos em Minas Gerais e ostentando ainda o posto de doutor em Multimeios pela Unicamp.