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string(78) "Filme 'Fim de Festa', com Irandhir Santos, registra aumento do conservadorismo"
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string(4025) "O fim de festa presente no título do filme de Hilton Lacerda, com estreia prevista para esta quinta em Belo Horizonte, vai muito além da quarta-feira de Cinzas. Protagonizado por Irandhir Santos, o longa pernambucano é “uma leitura sobre um momento de exaustão que o país entrou”, de acordo com o diretor.
“É preciso levar esta discussão para onde se precisa. É preciso agir para pôr a cultura em andamento. Se não, realmente entraremos num beco sem saída”, registra Lacerda.
Na verdade, ele não está falando de soluções, mas da constatação de que “é preciso uma reação”, expressa fundamentalmente em Breno, delegado vivido por Santos. O personagem retorna às pressas para Recife, na quarta-feira de Cinzas, para desvendar o assassinato de uma francesa durante a festa. “O personagem traz uma ressaca, um cansaço, numa relação direta com o que está se vivendo. É o cansaço de um país”, registra o protagonista, presente também na telinha como o vilão da novela “Amor de Mãe”.
A leitura não poderia ser mais clara em relação à inanição do fomento às artes. “Ressaca de um país que vinha dando muito certo, incentivando a cultura e a educação, e investindo em formação de plateia e que, repentinamente, recebe um golpe muito bem dado, caindo no desespero e na saudade daquilo que um dia se teve”.
O filme tem como espinha dorsal a trama policial acompanhando-a até a sua resolução. “Ele flerta com o gênero, mas como pano de fundo para o que está acontecendo internamente com o personagem. As perguntas que Breno faz durante um interrogatório são dirigidas também a ele próprio. É uma espécie de análise”, assinala Santos.
Nos ensaios, o ator foi posto diante de um espelho, “um gesto simples e muito delicado, em que você se olha e se pergunta, num exercício constante”. Outro expediente foi retesar os músculos, tensionando-os em cada ação da cena. “O que me interessava era a ressaca de alma dele”, sublinha.
Ele ressalta a inversão de papéis com o filho – um folião que passou o Carnaval com a amiga em Recife, onde conheceu duas pessoas que, apesar da intensidade da relação deles, se despedirão com o fim do Carnaval. As cenas mais explícitas sobre a situação do país partem da boca deles. O filho, por sinal, terá como destino a Argentina.
Numa das cenas, as mulheres praticam topless na praia e são repreendidas por frequentadores. “Quando você coloca o corpo para discutir a liberdade, as reações são muito rápidas. O seio se torna uma arma, incomodando as pessoas. Estamos voltando a discutir o topless, algo que já tinha sido feito em 1968”, analisa Lacerda.
Um jornalista que produz podcasts debate, no filme, a segurança pública, que “protege a elite e exclui os pobres e negros”. “No Carnaval de Pernambuco, agora, várias bandas foram proibidas de tocar Chico Science & Nação Zumbi. Segundo a polícia, incitava a violência. Não foi uma decisão do governo. É assustadora a autonomia que ela (polícia) tem”.
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“É preciso levar esta discussão para onde se precisa. É preciso agir para pôr a cultura em andamento. Se não, realmente entraremos num beco sem saída”, registra Lacerda.
Na verdade, ele não está falando de soluções, mas da constatação de que “é preciso uma reação”, expressa fundamentalmente em Breno, delegado vivido por Santos. O personagem retorna às pressas para Recife, na quarta-feira de Cinzas, para desvendar o assassinato de uma francesa durante a festa. “O personagem traz uma ressaca, um cansaço, numa relação direta com o que está se vivendo. É o cansaço de um país”, registra o protagonista, presente também na telinha como o vilão da novela “Amor de Mãe”.
A leitura não poderia ser mais clara em relação à inanição do fomento às artes. “Ressaca de um país que vinha dando muito certo, incentivando a cultura e a educação, e investindo em formação de plateia e que, repentinamente, recebe um golpe muito bem dado, caindo no desespero e na saudade daquilo que um dia se teve”.
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Numa das cenas, as mulheres praticam topless na praia e são repreendidas por frequentadores. “Quando você coloca o corpo para discutir a liberdade, as reações são muito rápidas. O seio se torna uma arma, incomodando as pessoas. Estamos voltando a discutir o topless, algo que já tinha sido feito em 1968”, analisa Lacerda.
Um jornalista que produz podcasts debate, no filme, a segurança pública, que “protege a elite e exclui os pobres e negros”. “No Carnaval de Pernambuco, agora, várias bandas foram proibidas de tocar Chico Science & Nação Zumbi. Segundo a polícia, incitava a violência. Não foi uma decisão do governo. É assustadora a autonomia que ela (polícia) tem”.