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Neste sábado de Zé Pereira (18), depois de dois anos sem sair às ruas, o Galo da Madrugada recebeu os foliões saudosos com um café da manhã, com direito a bolos, queijos, salgados, sucos. A festa começou às 7h e muita gente marcou presença. Após este momento, o maior bloco carnavalesco do planeta, reconhecido no Guinness Book, soltou o hino preso no papo: “voltei, Recife”, com a certeza de que o desfile já entrou para a história.
O 44º desfile também fez uma homenagem ao saudoso artista plástico Ary Nóbrega e ao cantor Claudionor Germano. Para o atual presidente e também fundador do bloco, Rômulo Meneses, a essência do Galo é o contato com os foliões, através do desfile de fantasias, de alegorias, dos trios e dos artistas.
Os tradicionais carros alegóricos abriram o desfile, assinados pelos artistas plásticos Sandro Nóbrega – filho de Ary Nóbrega, falecido em abril de 2020 – e Acácio Damasceno. As alegorias fizeram referência ao tema e aos homenageados do bloco.
O primeiro carro foi o abre-alas, com o tradicional Galo, com cerca de quatro metros de altura, todo retocado, com muito brilho e colorido. Essa carruagem deu boas-vindas aos foliões. No carro abre-alas, figurantes representando os passistas de frevo e também os quatro elementos da vida, que são a água, o ar, o fogo e a terra. Nele, também estiveram o rei e a rainha do Carnaval 2023 do Recife, Mayara Araújo e Bhrunno Henrique. Os figurinos dos carros alegóricos são assinados pelos carnavalescos Francisco Câmara e Anderson Gomes.
Antes da passagem do segundo carro alegórico, o trio elétrico comandado pelo Quinteto Violado entrou na passarela cantando "Voltei, Recife".
O carro dos clarins chamou a atenção ao passae pelo corredor do frevo, com uma homenagem a seu Enéas, criador e um dos fundadores do Galo. Ele nasceu no dia 02 de dezembro de 1921, no Pátio do Terço – casa de número 34 -, bairro de São José, centro do Recife. Naquela época, o Pátio do Terço era considerado um dos principais polos de animação do Carnaval recifense.
Entre outros homenageados em um carro alegórico neste carnava, estál Ary Nóbrega, com um busto de dois metros de altura. Ele faleceu em 2020, após um AVC, mas deixou saudades. Ary nasceu na Paraíba em 1934 e ficou conhecido por confeccionar carros alegóricos do Galo por mais de 30 anos. Dizem os amigos e conhecidos que era um mestre na arte de valorizar a identidade pernambucana.
A celebração da vida ainda foi retratada, no cortejo, com um carro alegórico que celebra a vida, trazendo quatro elementos vitais: a água, as florestas, de onde vem o oxigênio, o Sol e, por fim, o homem.
Para manter a tradição, todos os trios foram comandados por artistas locais e consagrados da música pernambucana, como Almir Rouche, André Rio, Marrom Brasileiro, Gustavo Travassos, Quinteto Violado, Gerlane Lops, Bia Villa-Chan, Geraldinho Lins, Nena Queiroga, entre outros. Contudo, na intenção de manter o intercâmbio cultural, haverá artistas convidados de outras partes do Brasil, como a paraibana Juliette, além de Gaby Amarantos, Fafá de Belém, Pabllo Vittar, Maria Gadú e Luiza Possi, entre outros.
O trio comandado pelo Quinteto Violado estreou o desfile do Galo da Madrugada, partindo do Forte das Cinco Pontas, com direção à Rua do Sol, contando com seis carros alegóricos e 30 trios elétricos. São 6,5 km de percurso e quase 10 horas ininterruptas de música ao vivo. Esta foi uma oportunidade para sentir, como nunca, a alegria coletiva e exclusiva do carnaval. Seis bairros estiveram no percurso.
Para garantir toda segurança necessária ao gigantesco público do Galo, uma força-tarefa foi realizada envolvendo a diretoria do bloco e os órgãos do Governo do Estado e Prefeitura do Recife, entre eles, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, CTTU e Samu.
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