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string(78) "Viúva do capitão Adriano da Nóbrega revela ao MP quem mandou matar Marielle"
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string(6503) "ACORDO DE DELAÇÃO
Julia Lotufo, viúva do ex-capitão da PM, Adriano da Nóbrega, está negociando um acordo de delação premiada com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP). Em conversa com promotores, ela teria revelado quem mandou matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, segundo a Revista Veja.
Além disso, a viúva teria detalhado a participação de Adriano em outros homicídios e listou agentes públicos que receberam propina para acobertar os crimes. Ela está em prisão domiciliar e propôs a colaboração para conseguir revogar as medidas restritivas impostas pela justiça.
O MP ainda não decidiu se aceita a delação, já que alguns promotores demonstram preocupação com inconsistências e ausência de provas em alguns relatos da viúva.
Os anexos do depoimento de Julia estão sob sigilo, mas a revista Veja afirma que conseguiu reconstituir o que ela disse sobre a ligação de Adriano com a morte de Marielle.
Milícia da comunidade Gardênia Azul
Julia contou que o ex-marido não teve participação no assassinato da vereadora e do motorista. Segundo a viúva, Adriano chegou a cobrar satisfações dos comparsas de Rio das Pedras, comunidade localizada na Zona Sul do Rio, e queria saber se algum deles tinha envolvimento no caso.
Segundo Julia, a preocupação dele é que a investigação do crime atrapalhasse os negócios que tinha na região.
Ela conta que integrantes da milícia que atua na comunidade Gardênia Azul procuraram o ex-capitão e discutiram a possibilidade de ele preparar um plano para matar Marielle, já que a atuação da vereadora estaria colocando em risco os negócios da milícia da região de Rio das Pedras.
De acordo com a viúva, Adriano teria achado a ideia absurda e arriscada, por envolver uma parlamentar, e que ficou surpreso com a notícia do crime. Quando teria ido cobrar explicações dos comparsas, ouviu que a ordem partiu do alto-comando da Gardênia Azul.
A revista afirma que nenhuma das fontes consultadas pela reportagem quis informar o nome da pessoa que ordenou a execução de Marielle e Anderson. Além disso, lembra que um dos chefes da milícia na região é o ex-vereador Cristiano Girão.
Em setembro do ano passado, endereços de Girão e de pessoas ligadas ao PM reformado Ronnie Lessa, preso por participar do assassinato de Marielle, foram alvos de busca e apreensão realizados pela Polícia Civil e o MP.
Acordo de delação
A viúva prestou as primeiras informações poucos dias depois da morte do marido, em fevereiro de 2020, em Brasília.
Segundo ela, Adriano não aceitava ter o nome envolvido como um dos suspeitos pela morte de Marielle e Anderson. Ele repetia que nunca mais teria paz para ganhar dinheiro, porque passaria a atrair todos os holofotes.
Após a morte do ex-capitão, ela teve a prisão decretada, sob a acusação de participar de uma organização criminosa e de um esquema de lavagem de dinheiro ligados a atividades de Adriano.
A partir daí, começou a pensar na delação e conversou com as promotoras Simone Sibílio e Letícia Emile, que integravam a força-tarefa do caso Marielle. Na reunião, ela revelou a identidade do mandante do crime.
Em 8 de julho, Julia esteve com o promotor Luís Augusto Soares de Andrade, repetiu tudo o que disse sobre o caso Marielle e entregou os anexos de sua proposta de colaboração.
Dois dias depois, o Ministério Público do Rio informou que as promotoras Simone Sibílio e Letícia Emile deixaram a força-tarefa do caso Marielle.
As promotoras estariam insatisfeitas com as fragilidades das provas nos relatos de Julia e teriam reclamado do risco de interferências externas que comprometessem as investigações do caso.
Elas também não gostaram da transferência da negociação da delação de Julia para outro promotor, que seria menos familiarizado com os temas constantes dos anexos.
Resistência à prisão ou queima de arquivo
Quando prestou depoimento sobre a morte do marido ao Ministério Público da Bahia, Julia afirmou que Adriano foi executado como queima de arquivo.
Já a Secretaria de Segurança Pública do estado alega que houve resistência a uma ordem de prisão, seguida de troca de tiros e da morte do ex-capitão, que era foragido da justiça.
Para tentar esclarecer como Adriano de fato morreu, o corpo dele foi exumado na última segunda-feira.
*Estagiária sob supervisão do editor Álvaro Duarte
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Além disso, a viúva teria detalhado a participação de Adriano em outros homicídios e listou agentes públicos que receberam propina para acobertar os crimes. Ela está em prisão domiciliar e propôs a colaboração para conseguir revogar as medidas restritivas impostas pela justiça.
O MP ainda não decidiu se aceita a delação, já que alguns promotores demonstram preocupação com inconsistências e ausência de provas em alguns relatos da viúva.
Os anexos do depoimento de Julia estão sob sigilo, mas a revista Veja afirma que conseguiu reconstituir o que ela disse sobre a ligação de Adriano com a morte de Marielle.
Milícia da comunidade Gardênia Azul
Julia contou que o ex-marido não teve participação no assassinato da vereadora e do motorista. Segundo a viúva, Adriano chegou a cobrar satisfações dos comparsas de Rio das Pedras, comunidade localizada na Zona Sul do Rio, e queria saber se algum deles tinha envolvimento no caso.
Segundo Julia, a preocupação dele é que a investigação do crime atrapalhasse os negócios que tinha na região.
Ela conta que integrantes da milícia que atua na comunidade Gardênia Azul procuraram o ex-capitão e discutiram a possibilidade de ele preparar um plano para matar Marielle, já que a atuação da vereadora estaria colocando em risco os negócios da milícia da região de Rio das Pedras.
De acordo com a viúva, Adriano teria achado a ideia absurda e arriscada, por envolver uma parlamentar, e que ficou surpreso com a notícia do crime. Quando teria ido cobrar explicações dos comparsas, ouviu que a ordem partiu do alto-comando da Gardênia Azul.
A revista afirma que nenhuma das fontes consultadas pela reportagem quis informar o nome da pessoa que ordenou a execução de Marielle e Anderson. Além disso, lembra que um dos chefes da milícia na região é o ex-vereador Cristiano Girão.
Em setembro do ano passado, endereços de Girão e de pessoas ligadas ao PM reformado Ronnie Lessa, preso por participar do assassinato de Marielle, foram alvos de busca e apreensão realizados pela Polícia Civil e o MP.
Acordo de delação
A viúva prestou as primeiras informações poucos dias depois da morte do marido, em fevereiro de 2020, em Brasília.
Segundo ela, Adriano não aceitava ter o nome envolvido como um dos suspeitos pela morte de Marielle e Anderson. Ele repetia que nunca mais teria paz para ganhar dinheiro, porque passaria a atrair todos os holofotes.
Após a morte do ex-capitão, ela teve a prisão decretada, sob a acusação de participar de uma organização criminosa e de um esquema de lavagem de dinheiro ligados a atividades de Adriano.
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Em 8 de julho, Julia esteve com o promotor Luís Augusto Soares de Andrade, repetiu tudo o que disse sobre o caso Marielle e entregou os anexos de sua proposta de colaboração.
Dois dias depois, o Ministério Público do Rio informou que as promotoras Simone Sibílio e Letícia Emile deixaram a força-tarefa do caso Marielle.
As promotoras estariam insatisfeitas com as fragilidades das provas nos relatos de Julia e teriam reclamado do risco de interferências externas que comprometessem as investigações do caso.
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Resistência à prisão ou queima de arquivo
Quando prestou depoimento sobre a morte do marido ao Ministério Público da Bahia, Julia afirmou que Adriano foi executado como queima de arquivo.
Já a Secretaria de Segurança Pública do estado alega que houve resistência a uma ordem de prisão, seguida de troca de tiros e da morte do ex-capitão, que era foragido da justiça.
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*Estagiária sob supervisão do editor Álvaro Duarte