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É com esse objetivo que o Estado de Minas procurou as prefeituras de Cabo Frio (RJ), Rio de Janeiro, Porto Seguro (BA) e Guarapari (ES) para verificar as regras, pelo menos por enquanto, dessas cidades para administrar a alta temporada do turismo e a crise sanitária ao mesmo tempo, conforme os decretos municipais em vigor até o fechamento desta edição.
Nas duas cidades dessa lista que estão situadas em território fluminense, o debate se intensificou no dia 16, depois que a Justiça determinou que turistas hospedados em Búzios, na Região dos Lagos, deixassem o paraíso litorâneo.
A polêmica decisão que alertava para o risco de colapso do sistema de saúde do local por causa dos atendimentos causados pelo novo coronavírus foi derrubada dois dias depois, na sexta. Porém, a repercussão já afeta a atividade turística da região.
A situação de Búzios coloca em dúvida como será a alta temporada em toda Região dos Lagos, integrada também por cidades como Cabo Frio e Arraial do Cabo. Nessa primeira, a prefeitura contabiliza 4.347 casos confirmados e 193 mortes por COVID-19.
Entre as vidas perdidas está a do secretário municipal de Fazenda, Bruno Aragutti, que não resistiu ao vírus apesar de ter somente 50 anos. Ele sofreu um ataque cardíaco em decorrência da doença na madrugada de sexta.
A incerteza que cerca a região atrapalhou os planos da mineira Maria Cristina Carvalhaes de Jesus, de 55 anos. Ela foi para Búzios no dia 13 ao lado do marido, do filho e da nora. Contudo, depois da determinação judicial (agora já cassada), a família decidiu retornar para casa antes do planejado na quinta (17).
“Nosso plano era ficar uma semana, mas ficamos com medo de não conseguir passear lá. Iríamos a Arraial do Cabo para conhecer, mas foi nos avisado que estava tudo fechado. Então, a gente pegou o carro e veio embora”, diz a representante comercial, que mora em Matozinhos, na Grande BH.
De acordo com Maria Cristina, a fiscalização era frequente em Búzios. “Vimos muitos policiais, até mesmo nas praias. Nos estabelecimentos, havia álcool em gel e o uso obrigatório da máscara era respeitado. Claro que um ou outro não respeitavam, mas não eram maioria”, afirma a mineira.
Das quatro cidades levantadas pela reportagem, o município do Rio de Janeiro é, naturalmente, o que contabiliza mais casos e mortes pela infecção causada pelo novo coronavírus. Até o fechamento desta reportagem, eram 156.389 diagnósticos confirmados e 14.293 vidas perdidas.
Na sequência, aparece Cabo Frio. Em Guarapari, são 5.992 casos confirmados e 159 óbitos. A menos afetada é Porto Seguro: 4.019 diagnósticos e 80 mortes.
Recomendações do especialista
Para o infectologista Carlos Starling, quem vai viajar precisa ficar atento, de antemão, sobre a situação da cidade de destino: é preciso consultar as regras estabelecidas por aquela prefeitura ou estado.
Para o exterior, a orientação é procurar o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, sediado em Atlanta, nos EUA. “Se for de carro, vá com seu núcleo familiar, sem misturar com muita gente. Se for de ônibus ou avião, viaje de máscara e face shield”, aconselha o médico.
O especialista também recomenda que o turista faça um teste da COVID-19 antes da viagem para evitar descobrir que está com a doença só na cidade de destino. “Passar mal longe de casa é terrível”, diz.
E completa: “Ao menos na semana anterior à viagem, o ideal é manter você e sua família em quarentena. Sete dias mais quietos servem como prevenção”, afirma.
Guarapari promete fiscalizar praias
“Não cancele sua viagem. Remarque”, diz mensagem postada com destaque no site da Prefeitura de Guarapari (ES). A cidade capixaba pretendia permitir o funcionamento integral do comércio sem limite de horário e de dias, mas uma batalha judicial foi iniciada na sexta.
Decisão liminar do Tribunal de Justiça do Espírito Santo revogou o decreto em vigor no município e colocou ares de incerteza em turistas e comerciantes da região. A ação foi movida pelo Ministério Público do Espírito Santo e pelo governo estadual. Com isso, Guarapari passa a seguir as regras definidas pela gestão do governador Renato Casagrande (PSB).
O Executivo estadual classifica a situação de Guarapari como de “risco moderado”. Assim, os bares e restaurantes precisam medir a temperatura corporal dos clientes e quem estiver acima de 37,3°C não pode entrar. Além, é claro, da disponibilização de álcool em gel e do distanciamento mínimo de um metro. Não há limitação da capacidade de clientes.
Quanto ao turismo náutico, há limite máximo de 50% da capacidade da embarcação, considerando turistas e marinheiros. As pernoites nos barcos estão proibidas. O protocolo básico também deve ser empregado: álcool em gel e distanciamento de 1,5 metro. As hospedagens, por sua vez, precisam ter termômetro digital com laser para medir a temperatura de colaboradores e turistas.
Academias só podem ser usadas com agendamento prévio. Os refeitórios funcionam com protocolos iguais aos de bares e restaurantes. A limpeza das áreas comuns deve ser reforçada.
Nas praias, o governo estadual adotará, de 26 de dezembro a 21 de fevereiro, uma operação de fiscalização com 735 militares e 250 viaturas. O objetivo é monitorar a situação do coronavírus nas áreas de concentração de pessoas.
“Não estamos propagando turismo neste momento, mas não podemos impedir que os turistas se desloquem para o Espírito Santo e também que os capixabas frequentem as praias. Por isso, foi montada a Operação Verão", afirma o secretário estadual de Segurança Pública, coronel Alexandre Ramalho.
Incertezas em Cabo Frio
Passeios de barco estão proibidos em Cabo Frio(foto: Marcos Homem/divulgação)
A cidade polo da Região dos Lagos vive clima de incerteza diante da situação de Búzios, o destino mais sofisticado da região e distante cerca de 50 minutos de carro de Cabo Frio.
Fontes ligadas à prefeitura local disseram à reportagem que um fechamento forçado pela Justiça pode ocorrer na cidade muito visitada pelos mineiros em férias. Isso porque o município é o segundo mais afetado pela pandemia na regional, atrás somente de Maricá (RJ).
Mesmo sem a Justiça agir, o prefeito Adriano Moreno (DEM) suspendeu todo o turismo náutico no município, o que impossibilita os passeios de barco. A nova regra encontrou resistência do setor, que protestou contra o decreto. Antes, essa atividade era permitida com 50% da capacidade das embarcações, com disponibilização de álcool em gel e distanciamento social.
O novo decreto também cancela os passeios turísticos e recreativos de passageiros em trenzinhos, os populares “city tour”. Além disso, o último decreto municipal que pauta a pandemia atingiu a operação da rodoviár ia de Cabo Frio. O terminal passa a trabalhar com metade da capacidade: 60 das 120 vagas disponíveis para ônibus de turismo. Antes, até 80 coletivos podiam estacionar no local.
Mudanças também atingem a hospedagem, com hotéis e pousadas passando a trabalhar com 50% da capacidade. O mesmo vale para bares e restaurantes, onde as mesas precisam respeitar a distância de dois metros e o horário de funcionamento vai até 1h.
Nos shoppings, a quantidade máxima de clientes também foi reduzida à metade, com funcionamento das 10h às 23h. Pela metade também foi cortado o atendimento das academias.
Apesar das limitações, entidades ligadas ao turismo do município lançaram na sexta a campanha “Cabo Frio continua de braços abertos”, com objetivo de não afastar os turistas. A carta assinada por hotéis, comerciantes, marinheiros, arquitetos e engenheiros garante respeito às normas contra a COVID-19.
Rio de Janeiro sem festa
Principal cartão-postal do Brasil, quem vai ao Rio de Janeiro neste ano não poderá acompanhar o tradicional réveillon oficial oferecido pela prefeitura. Nas praias, o serviço de bares e restaurantes na areia também está proibido, bem como as festas privadas nos quiosques da orla, na areia ou no calçadão.
Essas medidas estão em vigor desde 1º de novembro, quando a gestão Marcelo Crivella (Republicanos) elevou o nível de alerta da cidade para “conservador”, o que afeta a atividade turística de diferentes maneiras.Continua depois da publicidade
Ainda assim, nas praias, por exemplo, permanecem permitidos o banho de mar, as atividades esportivas individuais ou em grupo e a ocupação das tradicionais barracas.
Além disso, os hotéis, pousadas e hostels funcionam normalmente, assim como as piscinas e saunas instaladas nessas dependências. O passeio com animais de estimação também está liberado.
A prefeitura permite a abertura dos pontos turísticos – o que definitivamente não falta na Cidade Maravilhosa –, porém com capacidade máxima de 2/3 do público e desde que haja distanciamento mínimo de três metros entre os turistas.
Conforme números da prefeitura, desde junho até o fim de novembro, a Guarda Municipal registrou 10.019 infrações sanitárias, média de 56 por dia, a maioria por não uso da máscara. Já a vigilância sanitária expediu 5.715 multas contra estabelecimentos comerciais, a maior parte por aglomeração de pessoas. No total, 375 lojas foram interditadas.
Só no último final de semana, durante fiscalização na praia de Copacabana, 50 ambulantes foram fiscalizados e 12 multados pelos agentes de controle urbano.
Verão diferente no Sul da Bahia
Trancoso, palco de um dos réveillons mais badalados do país, não terá celebrações na virada do ano(foto: Secretaria de Turismo de Porto Seguro/Divulgação )
Em Porto Seguro, cidade que abriga outros destinos sempre visitados pelos mineiros, como Trancoso, Caraíva e Arraial D'Ajuda, a prefeitura segue as orientações do governo da Bahia e do Programa Porto Mais Seguro, elaborado pelo Executivo municipal.
Conforme decreto assinado no dia 17 pelo governador Rui Costa (PT), qualquer atividade com público superior a 200 pessoas está proibida. A medida, contudo, atinge somente atividades como missas, feiras, congressos e passeatas – festas e shows, comuns durante o réveillon, estão proibidas independentemente da quantidade de público. Esse eventos chegaram a ser anunciados pela prefeitura em novembro, mas foram vetadas pelo Estado.
Quanto ao funcionamento de quiosques nas praias, bares e restaurantes, o governo estadual orienta para um distanciamento de no mínimo dois metros entre as mesas, além da disponibilização de álcool em gel. A capacidade máxima de clientes foi cortada pela metade.
Também alerta para que os estabelecimentos, inclusive a rede de hotéis, monitorem os funcionários, que devem ser afastados em caso de suspeita de COVID-19.
“(O verão) é a estação mais esperada por todos, mas não podemos esquecer que continuamos na pandemia. É importante respeitar todas as recomendações de saúde. Esse é um momento em que a gente não pode se abraçar e se aglomerar. Será um verão diferente, mas, mesmo assim, iremos aproveitá-lo com toda a segurança”, afirma o secretário de Turismo do governo da Bahia, Fausto Franco.
Por meio do Programa Porto Mais Seguro, a prefeitura orienta que os hotéis apliquem questionários epidemiológicos em todos os turistas, além de medir a temperatura corporal. Em caso de sintomas, a equipe de saúde do município deve ser acionada.
Há ainda orientações quanto à retirada e lavagem de roupas de cama e toalhas, limpeza dos quartos e destinação do lixo. Quanto ao turismo náutico, a prefeitura permite a operação das embarcações com até 60% da capacidade. Além do respeito às já tradicionais regras contra a proliferação do vírus: distanciamento social e higienização das mãos.
A venda de alimentos e bebidas nos veículos está proibida, sendo autorizada somente mediante aval da vigilância sanitária. O programa também permite os mergulhos com equipamentos como snorkel, porém sem compartilhamento entre os turistas e prévia higienização dos aparelhos.
Relato pessoal: segurança em meio aos riscos
Arraial do Cabo-RJ, um dos lugares conhecidos como o “Caribe brasileiro”. Esse foi o destino escolhido pelo repórter que assina esta reportagem para passar as férias no início de dezembro. Como odeio repetir destinos, meu anseio me levou à Região dos Lagos neste ano.
Desde o primeiro momento, eu e minha namorada tínhamos uma preocupação em comum: como viajar de férias e nos mantermos seguros em meio à pandemia da COVID-19?
Por causa da crise sanitária, a compra do pacote foi adiada e realizada em cima da hora, cerca de um mês antes da partida – bem diferente dos anos anteriores, quando a procura antecipada garantia preços mais em conta.
Ainda assim, a sensação de “tiro no escuro” nos cercava: como estará a pandemia no início de dezembro? Em um mês, tudo pode mudar. Fomos de ônibus, e me arrependi depois. Percebi que era o único lugar onde qualquer delito nos colocaria em risco: ambiente fechado, ar-condicionado e quase nenhum distanciamento social. Uma economia que definitivamente não compensou.
Transporte à parte, o descanso nas praias aglomeradas é um risco administrado pelo turista e somente por ele. Não há qualquer vigilância do poder público. Guardas municipais não existem, muito menos fiscalização.
Como não se tratava das mais altas temporadas, conseguimos nos virar para conseguir barracas mais isoladas, mesmo com preços um pouco “mais salgados”.
Evitamos qualquer compra de ambulantes e levamos nossos próprios copos para consumir bebidas. Além, é claro, do pequeno vidro de álcool em gel sempre a postos no bolso – foi o nosso talismã. Cautela é tudo.
Dentro dos bares e restaurantes – mesmo naqueles em ambientes inteiramente fechados, que evitei a qualquer custo – não há distanciamento entre as mesas. Álcool em gel, só se o cliente solicitar. Tal fator nos forçou a frequentar apenas dois restaurantes em toda a estadia: um inteiramente aberto e outro dentro da pousada onde nos hospedamos.
Aliás, a pousada era o único local onde nos sentimos 100% seguros durante toda a viagem. Horários de café da manhã agendados previamente, álcool em gel por todos os cantos e limpeza mais que frequente das mesas e cadeiras. O restaurante era caro, mas não tivemos muita escolha.
Sobre os passeios náuticos: pesquisamos, debatemos e, enfim, decidimos arriscar uma embarcação em que a proprietária nos garantiu segurança máxima contra o vírus.
Nosso pagamento acima do mercado valeu a pena: fizemos o percurso marítimo com não mais que 15 pessoas em um barco de dois andares. Distanciamento garantido. Durante o trajeto, vimos veículos “vizinhos” abarrotados de pessoas.Continua depois da publicidade
No frigir dos ovos, a dica é optar por ir de carro, pesquisar hospedagens seguras e, ainda que pareça exagero, pagar mais caro por serviços que garantam a segurança.
A procura pelas pessoas e locais certos me fez ter uma viagem inesquecível e resguardada, se é que possível diante de tantos riscos.
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É com esse objetivo que o Estado de Minas procurou as prefeituras de Cabo Frio (RJ), Rio de Janeiro, Porto Seguro (BA) e Guarapari (ES) para verificar as regras, pelo menos por enquanto, dessas cidades para administrar a alta temporada do turismo e a crise sanitária ao mesmo tempo, conforme os decretos municipais em vigor até o fechamento desta edição.
Nas duas cidades dessa lista que estão situadas em território fluminense, o debate se intensificou no dia 16, depois que a Justiça determinou que turistas hospedados em Búzios, na Região dos Lagos, deixassem o paraíso litorâneo.
A polêmica decisão que alertava para o risco de colapso do sistema de saúde do local por causa dos atendimentos causados pelo novo coronavírus foi derrubada dois dias depois, na sexta. Porém, a repercussão já afeta a atividade turística da região.
A situação de Búzios coloca em dúvida como será a alta temporada em toda Região dos Lagos, integrada também por cidades como Cabo Frio e Arraial do Cabo. Nessa primeira, a prefeitura contabiliza 4.347 casos confirmados e 193 mortes por COVID-19.
Entre as vidas perdidas está a do secretário municipal de Fazenda, Bruno Aragutti, que não resistiu ao vírus apesar de ter somente 50 anos. Ele sofreu um ataque cardíaco em decorrência da doença na madrugada de sexta.
A incerteza que cerca a região atrapalhou os planos da mineira Maria Cristina Carvalhaes de Jesus, de 55 anos. Ela foi para Búzios no dia 13 ao lado do marido, do filho e da nora. Contudo, depois da determinação judicial (agora já cassada), a família decidiu retornar para casa antes do planejado na quinta (17).
“Nosso plano era ficar uma semana, mas ficamos com medo de não conseguir passear lá. Iríamos a Arraial do Cabo para conhecer, mas foi nos avisado que estava tudo fechado. Então, a gente pegou o carro e veio embora”, diz a representante comercial, que mora em Matozinhos, na Grande BH.
De acordo com Maria Cristina, a fiscalização era frequente em Búzios. “Vimos muitos policiais, até mesmo nas praias. Nos estabelecimentos, havia álcool em gel e o uso obrigatório da máscara era respeitado. Claro que um ou outro não respeitavam, mas não eram maioria”, afirma a mineira.
Das quatro cidades levantadas pela reportagem, o município do Rio de Janeiro é, naturalmente, o que contabiliza mais casos e mortes pela infecção causada pelo novo coronavírus. Até o fechamento desta reportagem, eram 156.389 diagnósticos confirmados e 14.293 vidas perdidas.
Na sequência, aparece Cabo Frio. Em Guarapari, são 5.992 casos confirmados e 159 óbitos. A menos afetada é Porto Seguro: 4.019 diagnósticos e 80 mortes.
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Para o infectologista Carlos Starling, quem vai viajar precisa ficar atento, de antemão, sobre a situação da cidade de destino: é preciso consultar as regras estabelecidas por aquela prefeitura ou estado.
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O especialista também recomenda que o turista faça um teste da COVID-19 antes da viagem para evitar descobrir que está com a doença só na cidade de destino. “Passar mal longe de casa é terrível”, diz.
E completa: “Ao menos na semana anterior à viagem, o ideal é manter você e sua família em quarentena. Sete dias mais quietos servem como prevenção”, afirma.
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Decisão liminar do Tribunal de Justiça do Espírito Santo revogou o decreto em vigor no município e colocou ares de incerteza em turistas e comerciantes da região. A ação foi movida pelo Ministério Público do Espírito Santo e pelo governo estadual. Com isso, Guarapari passa a seguir as regras definidas pela gestão do governador Renato Casagrande (PSB).
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Incertezas em Cabo Frio
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A cidade polo da Região dos Lagos vive clima de incerteza diante da situação de Búzios, o destino mais sofisticado da região e distante cerca de 50 minutos de carro de Cabo Frio.
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Rio de Janeiro sem festa
Principal cartão-postal do Brasil, quem vai ao Rio de Janeiro neste ano não poderá acompanhar o tradicional réveillon oficial oferecido pela prefeitura. Nas praias, o serviço de bares e restaurantes na areia também está proibido, bem como as festas privadas nos quiosques da orla, na areia ou no calçadão.
Essas medidas estão em vigor desde 1º de novembro, quando a gestão Marcelo Crivella (Republicanos) elevou o nível de alerta da cidade para “conservador”, o que afeta a atividade turística de diferentes maneiras.Continua depois da publicidade
Ainda assim, nas praias, por exemplo, permanecem permitidos o banho de mar, as atividades esportivas individuais ou em grupo e a ocupação das tradicionais barracas.
Além disso, os hotéis, pousadas e hostels funcionam normalmente, assim como as piscinas e saunas instaladas nessas dependências. O passeio com animais de estimação também está liberado.
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Conforme números da prefeitura, desde junho até o fim de novembro, a Guarda Municipal registrou 10.019 infrações sanitárias, média de 56 por dia, a maioria por não uso da máscara. Já a vigilância sanitária expediu 5.715 multas contra estabelecimentos comerciais, a maior parte por aglomeração de pessoas. No total, 375 lojas foram interditadas.
Só no último final de semana, durante fiscalização na praia de Copacabana, 50 ambulantes foram fiscalizados e 12 multados pelos agentes de controle urbano.
Verão diferente no Sul da Bahia
Trancoso, palco de um dos réveillons mais badalados do país, não terá celebrações na virada do ano(foto: Secretaria de Turismo de Porto Seguro/Divulgação )
Em Porto Seguro, cidade que abriga outros destinos sempre visitados pelos mineiros, como Trancoso, Caraíva e Arraial D'Ajuda, a prefeitura segue as orientações do governo da Bahia e do Programa Porto Mais Seguro, elaborado pelo Executivo municipal.
Conforme decreto assinado no dia 17 pelo governador Rui Costa (PT), qualquer atividade com público superior a 200 pessoas está proibida. A medida, contudo, atinge somente atividades como missas, feiras, congressos e passeatas – festas e shows, comuns durante o réveillon, estão proibidas independentemente da quantidade de público. Esse eventos chegaram a ser anunciados pela prefeitura em novembro, mas foram vetadas pelo Estado.
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“(O verão) é a estação mais esperada por todos, mas não podemos esquecer que continuamos na pandemia. É importante respeitar todas as recomendações de saúde. Esse é um momento em que a gente não pode se abraçar e se aglomerar. Será um verão diferente, mas, mesmo assim, iremos aproveitá-lo com toda a segurança”, afirma o secretário de Turismo do governo da Bahia, Fausto Franco.
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Arraial do Cabo-RJ, um dos lugares conhecidos como o “Caribe brasileiro”. Esse foi o destino escolhido pelo repórter que assina esta reportagem para passar as férias no início de dezembro. Como odeio repetir destinos, meu anseio me levou à Região dos Lagos neste ano.
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Ainda assim, a sensação de “tiro no escuro” nos cercava: como estará a pandemia no início de dezembro? Em um mês, tudo pode mudar. Fomos de ônibus, e me arrependi depois. Percebi que era o único lugar onde qualquer delito nos colocaria em risco: ambiente fechado, ar-condicionado e quase nenhum distanciamento social. Uma economia que definitivamente não compensou.
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Aliás, a pousada era o único local onde nos sentimos 100% seguros durante toda a viagem. Horários de café da manhã agendados previamente, álcool em gel por todos os cantos e limpeza mais que frequente das mesas e cadeiras. O restaurante era caro, mas não tivemos muita escolha.
Sobre os passeios náuticos: pesquisamos, debatemos e, enfim, decidimos arriscar uma embarcação em que a proprietária nos garantiu segurança máxima contra o vírus.
Nosso pagamento acima do mercado valeu a pena: fizemos o percurso marítimo com não mais que 15 pessoas em um barco de dois andares. Distanciamento garantido. Durante o trajeto, vimos veículos “vizinhos” abarrotados de pessoas.Continua depois da publicidade
No frigir dos ovos, a dica é optar por ir de carro, pesquisar hospedagens seguras e, ainda que pareça exagero, pagar mais caro por serviços que garantam a segurança.
A procura pelas pessoas e locais certos me fez ter uma viagem inesquecível e resguardada, se é que possível diante de tantos riscos.