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A manifestação na orla do Rio é a mais antiga da parada do país e foi iniciada em 1995 pelo Grupo Arco-Íris, que ainda é responsável pela organização.
Realizada em 1969, em Nova York, a Revolta de Stonewall ocorreu em resposta a atuação policial contra frequentadores do bar Stonewall Inn, onde LGBTIs da cidade costumavam se encontrar. A luta pelo respeito à diversidade sexual em Nova York teve eco em todo o mundo e uma das lideranças do movimento, a travesti Marsha P. Johnson, está entre as homenageadas na parada do Rio.
No Brasil, a lista de homenageados inclui nomes como o de João W. Nery, primeiro homem transexual a passar por cirurgias de redesignação sexual no país, e o de Rosely Roth, que liderou o movimento de lésbicas, que frequentavam o Ferros Bar, em São Paulo
24ª Parada do Orgulho LGBT do Rio de Janeiro - Tomaz Silva/Agência Brasil
Presente desde a primeira edição da parada, a travesti Jane di Castro cantou o Hino Nacional e foi uma das homenageadas na manifestação. "Vivi algo muito pior que Stonewall", lamentou Jane, que contou ter perdido muitos amigos e que se orgulha por ter participado da geração que abriu caminho para artistas transexuais e drags que fazem sucesso hoje.
Sob chuva fina e vento, uma multidão se juntou aos trios elétricos da parada, que conta neste ano com atrações musicais como Pabllo Vittar, Lexa e MC Rebecca. O clima não desanimou o público, que dançou músicas de diversos ritmos. Coordenador e fundador da parada, Claudio Nascimento ressaltou que o Grupo Arco-Íris enfrentou grandes dificuldades para realizar a parada neste ano.
"Há três semanas, a gente não sabia se teria um trio elétrico", disse. Ele disse que contou com o apoio de 400 voluntários, sendo 68% pessoas de periferias. "Isso mostra que está acontecendo um grito também da periferia, do subúrbio, dizendo que quer ter vez, voz e visibilidade. Por mais que aconteça em Copacabana, ela não é da zona sul. Ela atravessa a cidade e pega o estado todo."
O tema da parada neste ano foi "Pela democracia, liberdade e direitos: ontem, hoje e sempre", com mensagens pela liberdade de expressão, artística e de afeto. Dividida em alas, a manifestação trouxe bandeiras como a prevenção do suicídio, a luta antirracista e a visibilidade específica das pessoas bissexuais, do movimento trans e das mulheres lésbicas. Também foram pautadas na parada a importância da liberdade religiosa, o direito à moradia, a participação dos LGBTIs no esporte e a necessidade de a cultura ser preservada como espaço de diversidade e visibilidade.
Representante do movimento de lésbicas na Baixada Fluminense, Angélica Oliveira defendeu a importância de dar visibilidade a cada um dos grupos que compõem a população LGBTI e pediu que as minorias lembrem das marcas que apoiam a causa quando forem consumir.
"Vamos consumir aqueles que nos abraçam, que vestem as nossas camisas e não têm vergonha das nossas cores", disse. "Não somos só LGBTs, somos profissionais, pais, mães, tios e tias."
A defesa da vida da população negra também fez parte da manifestação. O ato homenageou a vereadora Marielle Franco, que era LGBTI e foi assassinada em março do ano passado. Também foi lembrada a menina Ágatha Vitória, de 8 anos, que foi assassinada na sexta-feira (20) com um tiro nas costas, no Complexo do Alemão.
A tentativa do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, de recolher livros na Bienal do Livro também foi alvo de críticas durante a manifestação, que defendeu a liberdade artística e a visibilidade da população LGBTI. No início de setembro, o prefeito considerou que uma história em quadrinhos com personagens homossexuais era imprópria e determinou o recolhimento de exemplares na feira literária, o que criou uma batalha judicial que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Representações consulares de 15 países como Canadá, França, Noruega, Alemanha e Bélgica participaram da parada, pela primeira vez, em uma ala chamada "Solidariedade Internacional".
O cônsul-geral da França no Rio de Janeiro, Jean Paul Guihuamé, afirmou que a ação inclui "países que têm a diversidade como valor".
Os organizadores do evento estimatam que o público na parada deste ano foi de 800 mil pessoas.
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A manifestação na orla do Rio é a mais antiga da parada do país e foi iniciada em 1995 pelo Grupo Arco-Íris, que ainda é responsável pela organização.
Realizada em 1969, em Nova York, a Revolta de Stonewall ocorreu em resposta a atuação policial contra frequentadores do bar Stonewall Inn, onde LGBTIs da cidade costumavam se encontrar. A luta pelo respeito à diversidade sexual em Nova York teve eco em todo o mundo e uma das lideranças do movimento, a travesti Marsha P. Johnson, está entre as homenageadas na parada do Rio.
No Brasil, a lista de homenageados inclui nomes como o de João W. Nery, primeiro homem transexual a passar por cirurgias de redesignação sexual no país, e o de Rosely Roth, que liderou o movimento de lésbicas, que frequentavam o Ferros Bar, em São Paulo
24ª Parada do Orgulho LGBT do Rio de Janeiro - Tomaz Silva/Agência Brasil
Presente desde a primeira edição da parada, a travesti Jane di Castro cantou o Hino Nacional e foi uma das homenageadas na manifestação. "Vivi algo muito pior que Stonewall", lamentou Jane, que contou ter perdido muitos amigos e que se orgulha por ter participado da geração que abriu caminho para artistas transexuais e drags que fazem sucesso hoje.
Sob chuva fina e vento, uma multidão se juntou aos trios elétricos da parada, que conta neste ano com atrações musicais como Pabllo Vittar, Lexa e MC Rebecca. O clima não desanimou o público, que dançou músicas de diversos ritmos. Coordenador e fundador da parada, Claudio Nascimento ressaltou que o Grupo Arco-Íris enfrentou grandes dificuldades para realizar a parada neste ano.
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"Vamos consumir aqueles que nos abraçam, que vestem as nossas camisas e não têm vergonha das nossas cores", disse. "Não somos só LGBTs, somos profissionais, pais, mães, tios e tias."
A defesa da vida da população negra também fez parte da manifestação. O ato homenageou a vereadora Marielle Franco, que era LGBTI e foi assassinada em março do ano passado. Também foi lembrada a menina Ágatha Vitória, de 8 anos, que foi assassinada na sexta-feira (20) com um tiro nas costas, no Complexo do Alemão.
A tentativa do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, de recolher livros na Bienal do Livro também foi alvo de críticas durante a manifestação, que defendeu a liberdade artística e a visibilidade da população LGBTI. No início de setembro, o prefeito considerou que uma história em quadrinhos com personagens homossexuais era imprópria e determinou o recolhimento de exemplares na feira literária, o que criou uma batalha judicial que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF).
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O cônsul-geral da França no Rio de Janeiro, Jean Paul Guihuamé, afirmou que a ação inclui "países que têm a diversidade como valor".
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