O confronto entre detentos do regime semiaberto no Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia (GO) deixou nove mortos, todos carbonizados, sendo que dois também foram decapitados. Outros seis presos estão internados - um deles na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
A Polícia Militar recapturou 143 detentos até a manhã desta terça-feira (2), e 105 são considerados foragidos. As informações foram dadas pelo tenente-coronel Newton Castilho, superintendente de segurança penitenciária de Goiás, em coletiva de imprensa na manhã desta terça.
"A ala C invadiu as demais alas e iniciou os atos de barbárie contra seus rivais. Houve ferimentos, carbonização de corpos e decapitações de dois. A motivação foi divergência entre atuação no mundo do crime de tráfico de drogas", explicou Castilho.
Em sua entrevista, o tenente-coronel não nominou os grupos criminosos rivais que teriam se enfrentado em Aparecida de Goiânia. À reportagem, o presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema de Execução Penal de Goiás, Maxuell Miranda das Neves, afirmou que os detentos da ala C são ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), e os mortos teriam ligação com o Comando Vermelho (CV).
Os dois grupos criminosos disputam espaço dentro do tráfico internacional de drogas no Brasil, e a rixa já foi motivo para outras mortes em presídios, como as registradas no ano passado em Manaus e Boa Vista.
Neves também afirmou que o clima de tensão era conhecido das autoridades goianas e que o sindicato informou na sexta-feira, 29 de dezembro, sobre a possibilidade de confronto em Aparecida de Goiânia e em outros dois presídios do Estado.
"Na sexta-feira (29) eu dei uma entrevista a uma rede de TV informando a situação e mesmo assim o governo manteve apenas quatro agentes penitenciários em Aparecida de Goiânia", afirmou Neves.
Na coletiva desta terça-feira (2/1), o tenente-coronel informou que na hora em que ocorreram as mortes, cinco agentes cuidavam da segurança da unidade. "Pode ocorrer rebelião em qualquer unidade do Brasil. É uma previsão rasa. É previsível antagonismo dentro do ambiente penitenciário", afirmou Castilho sobre a fala o presidente do Sindicato.
Sobre o número de agentes penitenciários, Castilho afirmou que é pouco, mas disse: "É o que tínhamos". Segundo o superintendente, o governo do Estado irá contratar 1.600 profissionais temporários para tentar solucionar o problema.
Superlotação
O Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia tem capacidade para cerca de 500 detentos em regime fechado e hoje conta com uma população carcerário de 768 presos. Segundo o tenente-coronel Castilho, os responsáveis pelas mortes são chamados de "bloqueados", porque estão no regime semiaberto, mas como não possuem emprego, ficam em regime fechado no local.
No local, após as mortes, as equipes de segurança encontraram três armas de fogo - duas pistolas 9mm e uma revólver 38. Castilho negou na entrevista a suposição de que faltava água há cerca de quatro dias no Complexo. Segundo ele, apenas na segunda-feira, dia 1º, houve um problema de abastecimento que logo foi solucionado com a acionamento da Saneago, responsável pelo abastecimento de água no Estado.
Agente morto
Em mais uma capítulo da violência no sistema prisional de Goiás, um vigilante penitenciário foi assassinado na manhã desta terça-feira (2/1), em Anápolis (GO). O crime aconteceu um dia após um confronto em Aparecida de Goiânia. As duas cidades são distantes 74 km.
"A Superintendência Executiva de Administração Penitenciária (Seap) confirma a morte do vigilante penitenciário temporário (VPT), Eduardo Barbosa dos Santos, ocorrida na manhã desta terça-feira (2/1), em Anápolis", informou o governo do Estado.
Segundo a Seap, o vigilantes havia acabado de sair do plantão da unidade prisional e foi assassinado no momento em que passava pelo bairro Boa Vista. O governo informou também que a Polícia Civil já instaurou um inquérito para apurar as "circunstâncias e autoria do crime".
Mortos em presídio de Goiás foram carbonizados e dois, decapitados
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"A ala C invadiu as demais alas e iniciou os atos de barbárie contra seus rivais. Houve ferimentos, carbonização de corpos e decapitações de dois. A motivação foi divergência entre atuação no mundo do crime de tráfico de drogas", explicou Castilho.
Em sua entrevista, o tenente-coronel não nominou os grupos criminosos rivais que teriam se enfrentado em Aparecida de Goiânia. À reportagem, o presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema de Execução Penal de Goiás, Maxuell Miranda das Neves, afirmou que os detentos da ala C são ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), e os mortos teriam ligação com o Comando Vermelho (CV).
Os dois grupos criminosos disputam espaço dentro do tráfico internacional de drogas no Brasil, e a rixa já foi motivo para outras mortes em presídios, como as registradas no ano passado em Manaus e Boa Vista.
Neves também afirmou que o clima de tensão era conhecido das autoridades goianas e que o sindicato informou na sexta-feira, 29 de dezembro, sobre a possibilidade de confronto em Aparecida de Goiânia e em outros dois presídios do Estado.
"Na sexta-feira (29) eu dei uma entrevista a uma rede de TV informando a situação e mesmo assim o governo manteve apenas quatro agentes penitenciários em Aparecida de Goiânia", afirmou Neves.
Na coletiva desta terça-feira (2/1), o tenente-coronel informou que na hora em que ocorreram as mortes, cinco agentes cuidavam da segurança da unidade. "Pode ocorrer rebelião em qualquer unidade do Brasil. É uma previsão rasa. É previsível antagonismo dentro do ambiente penitenciário", afirmou Castilho sobre a fala o presidente do Sindicato.
Sobre o número de agentes penitenciários, Castilho afirmou que é pouco, mas disse: "É o que tínhamos". Segundo o superintendente, o governo do Estado irá contratar 1.600 profissionais temporários para tentar solucionar o problema.
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O Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia tem capacidade para cerca de 500 detentos em regime fechado e hoje conta com uma população carcerário de 768 presos. Segundo o tenente-coronel Castilho, os responsáveis pelas mortes são chamados de "bloqueados", porque estão no regime semiaberto, mas como não possuem emprego, ficam em regime fechado no local.
No local, após as mortes, as equipes de segurança encontraram três armas de fogo - duas pistolas 9mm e uma revólver 38. Castilho negou na entrevista a suposição de que faltava água há cerca de quatro dias no Complexo. Segundo ele, apenas na segunda-feira, dia 1º, houve um problema de abastecimento que logo foi solucionado com a acionamento da Saneago, responsável pelo abastecimento de água no Estado.
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