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Diante do maior potencial de transmissão de novas variantes do coronavírus, autoridades francesas desaconselharam, recentemente, o uso de máscaras caseiras de tecido por considerá-las menos eficientes na proteção. No entanto, especialistas consultados pelo Estadão argumentam que são necessários mais estudos para investigar a eficácia desse tipo de proteção contra as cepas recém-descobertas do Sars-CoV-2.
Eles concordam que, por enquanto, o recomendado é que as pessoas mantenham os mesmos cuidados: usar máscara facial, evitar aglomerações, manter distanciamento social e higienizar corretamente as mãos.
Segundo Raquel Stucchi, infectologista, professora da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a nova variante altera a superfície externa do vírus. "Apesar da transmissão mais fácil pela nova variante, o vírus continua do mesmo tamanho e possivelmente a transmissão ainda se faz por meio de gotículas. As máscaras caseiras em duplo tecido e tecido de trama fechada são eficazes no bloqueio da transmissão", afirma.
Ponderando que as informações sobre novas variantes ainda são muito recentes, ela adverte: "Precisamos aguardar estudos que mostrem se a máscara (de tecido) continua sendo efetiva ou não. Mas é muito cedo para fazer uma análise neste momento".
Os cuidados de proteção adotados inicialmente, diz Raquel, devem ser mantidos. "Até que tenhamos grande parte da população vacinada, cerca de 90%, devemos manter as mesmas medidas de defesa: máscara facial, mais de uma máscara para trocar em períodos longos fora de casa, evitar aglomerações, manter distanciamento social e higienizar com frequência as mãos - com água e sabão por 20 segundos, no mínimo, ou usando álcool em gel".
Se utilizadas corretamente e, respeitando todas as outras medidas, as máscaras caseiras de boa qualidade, bem ajustadas, de dupla ou tripla face, "têm a mesma eficácia das máscaras cirúrgicas", acrescenta o infectologista Unaí Tupinambás, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Sobre a eficácia das proteções de tecido, Leonardo Weissmann, médico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, ressalta que ainda não há estudos relacionando as novas variantes com o uso de máscaras. "Provavelmente, a orientação da França se deva a incerteza sobre a possibilidade da formação de aerossóis (como causa da maior transmissibilidade)", diz ele. E Lauro Ferreira Pinto Neto, professor da Santa Casa de Vitória, concorda que os estudos ainda são insuficientes. "Não conheço nenhum trabalho que possa confirmar isso."
"O que sabemos é que a máscara, mesmo de pano, usada adequadamente, tem papel fundamental na proteção contra o coronavírus", reforça o infectologista da SBI. Para ele, ante o surgimento de novas variantes, mais importante que discutir a eficácia da máscara é abordar o seu uso correto. "A questão é que os ocidentais são muito indisciplinados. As pessoas usam máscara no queixo ou com nariz de fora". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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Diante do maior potencial de transmissão de novas variantes do coronavírus, autoridades francesas desaconselharam, recentemente, o uso de máscaras caseiras de tecido por considerá-las menos eficientes na proteção. No entanto, especialistas consultados pelo Estadão argumentam que são necessários mais estudos para investigar a eficácia desse tipo de proteção contra as cepas recém-descobertas do Sars-CoV-2.
Eles concordam que, por enquanto, o recomendado é que as pessoas mantenham os mesmos cuidados: usar máscara facial, evitar aglomerações, manter distanciamento social e higienizar corretamente as mãos.
Segundo Raquel Stucchi, infectologista, professora da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a nova variante altera a superfície externa do vírus. "Apesar da transmissão mais fácil pela nova variante, o vírus continua do mesmo tamanho e possivelmente a transmissão ainda se faz por meio de gotículas. As máscaras caseiras em duplo tecido e tecido de trama fechada são eficazes no bloqueio da transmissão", afirma.
Ponderando que as informações sobre novas variantes ainda são muito recentes, ela adverte: "Precisamos aguardar estudos que mostrem se a máscara (de tecido) continua sendo efetiva ou não. Mas é muito cedo para fazer uma análise neste momento".
Os cuidados de proteção adotados inicialmente, diz Raquel, devem ser mantidos. "Até que tenhamos grande parte da população vacinada, cerca de 90%, devemos manter as mesmas medidas de defesa: máscara facial, mais de uma máscara para trocar em períodos longos fora de casa, evitar aglomerações, manter distanciamento social e higienizar com frequência as mãos - com água e sabão por 20 segundos, no mínimo, ou usando álcool em gel".
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Sobre a eficácia das proteções de tecido, Leonardo Weissmann, médico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, ressalta que ainda não há estudos relacionando as novas variantes com o uso de máscaras. "Provavelmente, a orientação da França se deva a incerteza sobre a possibilidade da formação de aerossóis (como causa da maior transmissibilidade)", diz ele. E Lauro Ferreira Pinto Neto, professor da Santa Casa de Vitória, concorda que os estudos ainda são insuficientes. "Não conheço nenhum trabalho que possa confirmar isso."
"O que sabemos é que a máscara, mesmo de pano, usada adequadamente, tem papel fundamental na proteção contra o coronavírus", reforça o infectologista da SBI. Para ele, ante o surgimento de novas variantes, mais importante que discutir a eficácia da máscara é abordar o seu uso correto. "A questão é que os ocidentais são muito indisciplinados. As pessoas usam máscara no queixo ou com nariz de fora". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.