Por Leonardo Burgos, TV Globo

Festa de Olinda e Recife: fotógrafos eternizam imagens das cidades-irmãs
Max Levay/ Divulgação
Em maio ao casario recente, cúpula de igreja secular destaca na paisagem — Foto: Max Levay/ Divulgação

Em meio ao casario recente, cúpula de igreja secular destaca na paisagem — Foto: Max Levay/ Divulgação

Nesta terça-feira (12), Olinda comemora 484 anos e o Recife faz 482 anos. Durante séculos, as cidades-irmãs foram retratadas por inúmeros pintores e artistas. Hoje, qualquer pessoa com um smartphone na mão pode registrar uma bela imagem. O G1 lançou um desafio para dois fotógrafos: eternizar aspectos especiais das aniversariantes. (Veja vídeo abaixo)

Na festa do Recife e Olinda, moradores mostram com orgulho quais são locais preferidos
NE1
Na festa do Recife e Olinda, moradores mostram com orgulho quais são locais preferidos

Na festa do Recife e Olinda, moradores mostram com orgulho quais são locais preferidos

O fotógrafo Max Levay tem 42 anos, dos quais 15 são dedicados ao ofício. Ele já morou em Olinda e, atualmente, reside na Zona Norte do Recife.

Convento de São Francisco se destaca na paisagem de Olinda — Foto: Max Levay/Divulgação

Convento de São Francisco se destaca na paisagem de Olinda — Foto: Max Levay/Divulgação

Para retratar a cidade natal, ele escolheu o Sítio Histórico, mas adotou pontos de vista não habituais. A Travessa de São Francisco, por exemplo, é famosa pelo Convento e o Cruzeiro. Mas um olhar mais atento consegue enxergar dali também a cúpula da Catedral de São Salvador do Mundo, no Alto da Sé.

Lá em cima, que tal experimentar novos caminhos? A Travessa Bertioga, paralela à Rua Bispo Coutinho, abriga casas coloridas, cheias de arte urbana e plantas.

Cores vivas de casas e da vegetação são retratadas em Olinda — Foto: Max Levay/Divulgação

Cores vivas de casas e da vegetação são retratadas em Olinda — Foto: Max Levay/Divulgação

Valorizar a vegetação local, inclusive, dá um toque especial às fotos, de acordo com Max Levay: “Flamboyants são plantas com cores fortes, muito características de Olinda. Elas deixam a imagem cheia de vida”.

No Recife, Max preferiu se dedicar a retratar a riqueza da vida urbana do Centro da cidade. Com as altas temperaturas de março, é comum encontrar pessoas disputando uma sombra de prédio histórico ou se protegendo com um guarda-chuva.

Ele explicou que se inspira na letra da música “Estrada de Canindé”, sucesso na voz de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.

“Quem é rico anda em burrico. Quem é pobre anda a pé. Mas o pobre vê nas estradas o orvaio beijando as flô, vê de perto o galo campina que quando canta muda de cor, vai moiando os pés no riacho. Que água fresca, nosso Senhor. Vai oiando coisa a grané”, diz a canção.

“Penso muito nesse conceito ‘a granel’ em que, através de um olhar minucioso, podemos ter vários Recifes e Olindas, com ruas, becos, lugares e pessoas”, explicou o fotógrafo.

Morador de bairro na periferia da Zona Norte do Recife foi contemplado em ensaio fotográfico — Foto: Alberes Júnior/Divulgação

Morador de bairro na periferia da Zona Norte do Recife foi contemplado em ensaio fotográfico — Foto: Alberes Júnior/Divulgação

Povo

O outro fotógrafo convidado foi Alberes Júnior, de 20 anos, que também destacou a importância das pessoas nas fotografias para retratar as cidades. Ele coleciona mais de 100 mil seguidores nas redes sociais e participou de reportagem do NE1, da TV Globo, registrando em fotos a rotina de comunidade nas periferias das duas cidades.

Em Olinda, os cliques foram feitos no Alto Nova Olinda, no bairro de Águas Compridas. É possível observar as duas cidades se unindo entre casas e prédios. Alberes diz que para tirar uma boa foto é interessante: “enquadrar bem a pessoa para que o fundo fique bem aparente, dando assim mais destaque ao cenário”.

Rotina de moradores do Alto José do Pinho foi tema escolhido por fotógrafo; na foto, Canibal — Foto: Alberes Júnior/DivulgaçãoRotina de moradores do Alto José do Pinho foi tema escolhido por fotógrafo; na foto, Canibal — Foto: Alberes Júnior/Divulgação

Rotina de moradores do Alto José do Pinho foi tema escolhido por fotógrafo; na foto, Canibal — Foto: Alberes Júnior/Divulgação

O ponto escolhido no Recife foi o Alto José do Pinho, na Zona Norte. As ruas estreitas e as casas coloridas dão um charme ao bairro de rotina tranquila. Para fotografar pessoas, Alberes Júnior apontou algumas dicas.

“A diversidade de cores é legal, deixa a fotografia mais viva e alegre. E a luz dourada, das 15h às 17h, valoriza as cores do local e também da pessoa”, disse.

Existe algo que os dois concordam: fotografia representa a olhar da pessoa que a tirou. É uma visão mediada por um aparelho, a câmera fotográfica no caso, seja ela profissional ou de celular.

Valorizar cores, pessoas e lugares reforça, então, o orgulho de pertencer a uma determinada cidade, já que essas fotos vão para as redes sociais. Para os fotógrafos, neste contexto, o amor pelo Recife e por Olinda acaba sendo declarado para todo o mundo.

Tranquilidade na Zona Norte do Recife foi retratada — Foto: Alberes Júnior/Divulgação

Tranquilidade na Zona Norte do Recife foi retratada — Foto: Alberes Júnior/Divulgação

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