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Na avaliação do presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, a covid-19 chegou na reta final de uma das mais longas crises econômicas da história do Brasil. “Encontrou uma população sem poupança e cada vez menos amparada pelos aparatos de proteção social.”
Meirelles destaca que uma das consequências econômicas mais graves dessa pandemia é a total falta de condição, de importante parcela da população, de honrar as contas.
Segundo ele, há um predomínio de endividamento por classe social. “Quanto menor a renda, maior o endividamento relacionado às contas mais simples, relacionadas ao dia a dia”.
Contas de água, luz, aluguel tiveram atrasos para 28%, 33% e 35% dos entrevistados, respectivamente. “Nas classes A e B, o destaque maior fica para o cartão de crédito, cheque especial e mensalidades escolares”, informou Meirelles.
Entre as contas atrasadas, carnê e crediário em lojas lideram a lista, com 46% das respostas; seguidas de cheque especial e cartão de crédito (37% cada) e parcelas de empréstimo bancário (36%).
Com relação a outros boletos em atraso, que inclui mensalidades de academia, despesas com manutenção e serviços gerais (com 36% em atraso), Renato Meirelles analisa que, com o prolongamento da crise, esses gastos serão cortados e a participação desses itens no total de contas em atraso deverá se reduzir.
Endividamento
Renato Meirelles avalia que o volume de dívidas per capita (por indivíduo) - que no primeiro mês de isolamento registrou média de quatro contas contas por pessoa - deve crescer no próximo período.
“A pesquisa projeta um cenário bastante complicado para a adimplência, com um número crescente de pessoas que já admitem que, no próximo mês, não conseguirão honrar todos os seus compromissos”.
Contas de telefone e de internet, em especial, deverão aumentar o índice de inadimplência em maio, indicou o presidente do Instituto Locomotiva. Segundo ele, o isolamento social elevou o uso de dados para as crianças continuarem estudando e também para entretenimento e informação. “As famílias esperam que o governo e as empresas garantam o acesso a esse serviço que é considerado essencial para boa parte dos brasileiros”, observou.
Meirelles diz ainda que, tal como ocorreu no auge da recente crise econômica no país, deverá voltar a ocorrer o chamado "rodízio de contas", em que o consumidor escolhe quais contas pode pagar e quais vai atrasar, de acordo com o valor dos juros e o prazo de negociação antes de o serviço ser cortado pelo fornecedor.
“Como a maioria dos brasileiros acredita que a crise será longa, a tendência é que os consumidores pensem bastante antes de gastar”, destacou Meirelles.
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Renato Meirelles avalia que o volume de dívidas per capita (por indivíduo) - que no primeiro mês de isolamento registrou média de quatro contas contas por pessoa - deve crescer no próximo período.
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