O Brasil gerou 48.436 empregos com carteira assinada em junho, o melhor resultado para o mês desde 2013, quando foram criados 123.836 postos de trabalho, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nesta quinta-feira (25) pelo Ministério da Economia.

Ainda assim, o saldo positivo ficou muito abaixo do historicamente registrado em meses de junho até 2013. De 2002 a 2013, por exemplo, a média de criação de empregos com carteira assinada para meses de junho foi de 175,1 mil.

Em 2008, registrou-se o pico desse período: o saldo positivo em junho foi de 309 mil. Os 48,4 mil postos de trabalho gerados em junho ficaram em linha com projeções da consultoria LCA, que previa geração líquida de 49,4 mil empregos. As vagas geradas no mês passado representam um aumento de 30,2% em relação a maio, quando foram criadas 37.188 vagas. Também significam uma recuperação ante junho do ano passado, quando foram eliminados 661 postos de trabalho.

No ano, o saldo está positivo em 408.500, maior que o registrado nos seis primeiros meses de 2018, quando foram gerados 392.461 empregos com carteira assinada. É também o melhor resultado até junho desde 2014 (588.671). Em 12 meses, a criação acumulada é de 524.931 vagas de trabalho, contra 280.093 um ano antes.

Embora os números de geração de vagas no semestre sejam melhores que os de 2018, o secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo, reconheceu que a evolução não foi tão expressiva. Para ele, no entanto, o resultado de junho reforça a expectativa de um ano melhor que o passado na criação de emprego formal. 
 
 
"Óbvio que isso não pode ser descolado do desempenho geral da economia. Não será o ano que indica a eliminação ou redução agressiva do número de desempregados ou desocupados no país, mas é um dado importante para ser registrado."
 
Dalcolmo disse que a geração de vagas formais deve responder ainda a temas que estão sendo discutidos no Congresso, como a reforma da Previdência, aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados, e a MP 881, da liberdade econômica, assim como ao ânimo na economia que será criado pela liberação do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
 
Ele admitiu, contudo, que as medidas podem ser insuficientes para resolver a situação do mercado de trabalho no país, onde há 13 milhões de desempregados. "Nós estamos saindo de três anos de recessão muito grave, da pior recessão que este país já enfrentou na sua história.
 
Então os desafios são realmente brutais que estão colocados ao governo Bolsonaro", disse. "Nem mesmo a nova Previdência é suficiente para corrigir todos os problemas." No longo prazo, a recuperação do emprego formal depende também da reforma tributária e da MP da liberdade econômica, entre outras medidas estruturais, defendeu.

Em junho, houve 1.248.106 admissões e 1.199.670 cortes. Por setores, o de serviços gerou 23.020 empregos. Agropecuária, extração vegetal, caça e pesca criou 22.702. Já indústria da transformação eliminou 10.988 empregos com carteira em junho, enquanto no comércio foram fechadas 3.007 vagas.
 
Matheus Stivali, subsecretário de políticas públicas e relações do trabalho, atribui à fraqueza da economia o saldo negativo de vagas no segmento. "O comércio, em geral, emprega pessoas de qualificação média. É supermercado, pequenos comércios, e é onde mais a crise econômica é sentida", afirmou.
 
Será também o setor onde haverá mais impacto das recentes medidas de estímulo adotadas pelo governo, como a liberação do FGTS. "Se você pensar em outros setores, indústria, lavoura, são coisas que dependem de capital. No comércio, se a economia melhora, você só precisa de mais pessoas."
 
O saldo de geração de vagas foi positivo em quatro das cinco regiões do país -no Sul, ficou praticamente estável, com queda de 0,04%. Em maio, a mesma região eliminou 10.935 postos. O Sudeste liderou a geração no mês passado, com 31.054, seguido pelo Centro-Oeste, com 10.952.

Embora os números de geração de vagas no semestre sejam melhores que os de 2018, o secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo, reconheceu que a evolução não foi tão expressiva. Para ele, no entanto, o resultado de junho reforça a expectativa de um ano melhor que o passado na criação de emprego formal. "Óbvio que isso não pode ser descolado do desempenho geral da economia. Não será o ano que indica a eliminação ou redução agressiva do número de desempregados ou desocupados no país, mas é um dado importante para ser registrado."

Dalcolmo disse que a geração de vagas formais deve responder ainda a temas que estão sendo discutidos no Congresso, como a reforma da Previdência, aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados, e a MP 881, da liberdade econômica, assim como ao ânimo na economia que será criado pela liberação do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

Ele admitiu, contudo, que as medidas podem ser insuficientes para resolver a situação do mercado de trabalho no país, onde há 13 milhões de desempregados. "Nós estamos saindo de três anos de recessão muito grave, da pior recessão que este país já enfrentou na sua história. Então os desafios são realmente brutais que estão colocados ao governo Bolsonaro", disse. "Nem mesmo a nova Previdência é suficiente para corrigir todos os problemas." No longo prazo, a recuperação do emprego formal depende também da reforma tributária e da MP da liberdade econômica, entre outras medidas estruturais, defendeu.

Em junho, houve um saldo positivo de 10.177 vagas criadas na modalidade intermitente, comparadas com 7.818 em maio. Na modalidade parcial, foram gerados 1.427 postos, ante 1.530 em maio.