Especialistas e movimentos sociais repudiaram a exigência; PM alega que termo não tem conotação discriminatória

Por: Lucas Negrisoli *

Fonte:em.com.br

Em resposta às críticas feitas ao edital do concurso para cadetes da Polícia Militar do Paraná, que, dentre outros aspectos psicológicos, tinha como critério a “masculinidade” dos candidatos, a corporação retificou o documentou e substituiu o termo por “enfrentamento”. Em nota, a PM afirmou que “em nenhum momento têm adotado posturas sexistas, discriminatórias e machistas” e que “têm uma mulher no Comando da Corporação, o que mostra a postura da PM em não fazer diferenciação de gêneros”.
Criticado por especialistas, o texto do edital, afirma a corporação, faz parte de um instrumento criado pelo psicólogo Flávio Rodrigues Costa. O profissional foi procurado pela PM que, de acordo com a nota enviada à reportagem, argumentou que o item “não tem conotação de diferenciação de gênero, sexo ou qualquer forma discriminatória”, que “o teste foi aprovado e validado pela comissão que avalia os instrumentos de avaliação existentes no mercado” e que ele foi validado pelo Conselho Federal de Psicologia. A corporação diz ainda que o mesmo instrumento já foi utilizado em outras instituições públicas.
Enfrentamento
O item “masculinidade”, que foi definido no edital como “capacidade de o indivíduo em não se impressionar com cenas violentas, suportar vulgaridades, não emocionar-se facilmente, tampouco demonstrar interesse em histórias românticas e de amor”, foi substituído por “enfrentamento”. O novo termo é descrito no documento como a “capacidade de o indivíduo em não se impressionar com cenas violentas, suportar vulgaridades e de não emocionar-se facilmente”.
Outro ponto que levantou polêmica no edital, mas que não foi modificado, é a exigência de um baixo nível de “amabilidade”, descrita como “a capacidade de expressar-se com atenção, compreensão e empatia às demais pessoas, buscando ser agradável, observando as opiniões alheias, agindo com educação e importando-se com suas necessidades”.