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Com os avanços tecnológicos automotivos, pode parecer que evitar a manipulação do hodômetro se tornou mais simples. No entanto, a realidade é inversa. A adulteração dos hodômetros digitais é ainda mais fácil do que a manipulação dos antigos sistemas analógicos.

Muitas vezes, basta conectar um computador à central do motor com o software adequado. Descubra como se proteger dessas práticas enganosas ao adquirir um carro usado através das nossas dicas especializadas.

Se é bom demais para ser verdade, normalmente não é

A alteração da quilometragem exibida no painel de instrumentos de um veículo é uma tarefa surpreendentemente simples, ao alcance até mesmo de vendedores desonestos. Por essa razão, é crucial redobrar a atenção ao deparar-se com ofertas irresistíveis ao comprar um carro usado. Como ditado popular adverte: "Quando a esmola é grande…".

Para tirar dúvidas sobre a real quilometragem, consultar a opinião de técnicos, mecânicos e até mesmo do fabricante é uma prática recomendada. Embora o hodômetro possa ser manipulado, a informação da quilometragem verdadeira permanece indelével.

Uma visita à concessionária revelará a quilometragem real do veículo, a menos que o motor tenha sido substituído. Esta é a maneira mais confiável de determinar se houve adulteração no hodômetro.

Se não for possível recorrer a tal ajuda especializada, atente-se aos sinais fornecidos pela mecânica do carro. Os componentes automotivos podem oferecer pistas valiosas sobre possíveis intervenções no hodômetro.

Indicadores de desgaste

O desgaste visível no volante, pedais e estofamento do veículo é um indicador claro de sua idade e uso. Geralmente, esses elementos não exibem sinais consideráveis de desgaste nos primeiros 60 mil km.

Sinais definitivos surgem quando os pedais do acelerador, freio ou embreagem apresentam desgaste excessivo, até com partes metálicas à mostra. 

Examine o estado das luzes, faróis e lanternas, bem como a aparência do capô e do para-brisa, à procura de arranhões e lascas. Pintura desgastada e elementos danificados denotam um veículo com uma quilometragem considerável, provavelmente superior a 100 mil km.

Em contraste, fique atento a peças aparentemente novas ou bem-conservadas. Muitas vezes, peças novas são instaladas em carros usados para disfarçar sua idade avançada. Ao identificar esses elementos, questionar o vendedor é recomendado.

Documentação confiável

Carros revisados em concessionárias são mais confiáveis ao manterem um registro preciso de suas quilometragens. Averigue o manual de revisões: verifique carimbos, datas corretas e a integridade das páginas. Quaisquer sinais de adulteração devem ser tratados com cautela.

Caso um carro tenha sido revisado em uma concessionária, mas apresente problemas de inconsistência, é aconselhável evitá-lo. Essas discrepâncias podem ser indícios de tentativa de ocultar fraude.

Ao comparar a quilometragem registrada após a última revisão com a média entre revisões anteriores, é possível identificar discrepâncias suspeitas.

Fonte: Autotempo