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O site de reservas Booking.com, em parceria com a ONG feminista Think Olga, lançou neste mês um manual com orientações para mulheres que desejam viajar sozinhas. A cartilha "Mulheres pelo Mundo: Um Guia para Viajar em sua Própria Companhia" reúne, sobretudo, dicas de segurança.
Segundo uma pesquisa feita pelo Booking, 38% das mulheres nunca viajaram sem companhia. O estudo ouviu 4.000 pessoas de Brasil, Argentina, Colômbia e México que já fizeram ao menos duas viagens internacionais.
O principal motivo apontado para não viajar sozinha é a preferência por estar acompanhada, segundo 55% das entrevistadas. Para 17%, o medo é o maior impeditivo, e 16% dizem que nunca pensaram nessa possibilidade.
O guia cita a diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Miambo-Ngcuk, que diz que a violência contra a mulher é o crime mais tolerado ao redor do mundo.
O manual afirma que não tem a intenção de colocar na viajante toda a responsabilidade por sua segurança, mas que, enquanto a sociedade não avança nas questões relacionadas à igualdade de gênero, algumas orientações podem ajudá-la a fazer uma viagem mais tranquila.
Uma das sugestões é sempre contratar um serviço de internet no destino. Estar conectada aumenta a autonomia, na medida em que a turista pode ter acesso a aplicativos de mapas e checar informações na hora, sem esperar chegar a um lugar com wi-fi. Além disso, ela pode compartilhar a sua localização com algum familiar ou amigo.
Também é importante tornar-se conhecida pelos funcionários do local de hospedagem. Se for fazer um passeio mais longo, a viajante deve avisá-los sobre aonde vai, com quem e quando volta.
Para 76% das turistas brasileiras, existe preconceito em relação a mulheres que viajam sozinhas pela América Latina, ainda segundo a pesquisa do Booking.
Considerando as respostas nos quatros países, 69% das participantes do sexo feminino dizem acreditar que as mulheres sofrem preconceito ao viajarem sozinhas pelo continente. O número cai quando a pergunta é feita para os homens: 55% deles concordam com essa afirmação.
Ao mesmo tempo, o levantamento mostra que as viajantes solo são bem-vistas pela maioria dos entrevistados, percebidas como independentes (65%), aventureiras (54%) e seguras de si (51%).
Os resultados da pesquisa indicam pensamentos opostos, mas que são fruto de um mesmo contexto. Por enfrentarem preconceito e outras adversidades na hora de viajarem, as mulheres que se aventuram desacompanhadas também são admiradas por sua coragem.
O ideal é que a viagem sozinha não seja vista nem com preconceito nem como a jornada da heroína, disse Juliana de Faria, fundadora da Think Olga, durante o evento em que o manual foi lançado, em São Paulo. "É importante que isso seja normalizado. Ninguém vê nada de mais em executivos sentados sozinhos em aviões, por exemplo."
O guia pode ser encontrado no site mulherespelomundo.com.
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