O agravamento da crise econômica na Argentina - decretou moratória quarta-feira - preocupa o trade turístico pernambucano, que já sentiu, em 2019, uma queda no fluxo de argentinos de 40% a 50%, sobretudo em Porto de Galinhas. Um público que, em média, passa de sete a dez dias de férias no estado e ocupa o primeiro lugar entre os estrangeiros.

“Os argentinos compram passagem aérea como se fosse geladeira, em muitas prestações, e os juros estão muito alto, encarecendo valores. Até as eleições presidenciais de outubro, esse cenário não deve mudar”, disse Eduardo Tiburtius, presidente do Porto de Galinhas Convention & Visitors Bureau.


Até para não sofrer dessa dependência dos vizinhos, a instituição e a Associação dos Hotéis de Porto de Galinhas, em parceria com Secretaria de Turismo estadual, querem aproveitar a valorização do dólar, estabilizando-se acima dos R$ 4, e atrair outros públicos, como o chileno, paraguaio e peruano, além de tentar reconquistar os turistas europeus, que, até o ano de 2005, chegavam em voos charter vindos de Portugal, Inglaterra, Finlândia, Suécia, entre outros.


A crise europeia cessou essa “ponte aérea” e o desejo de se reaproximar está entre os motivos do Visit.Pernambuco – Travel Show, evento com foco no fomento de negócios e divulgação dos atrativos de Pernambuco, reunindo representantes da cadeia produtiva do turismo nacional e internacional, de 24 a 27 de novembro, em Porto de Galinhas. A expectativa é gerar R$ 80 milhões em negócios.