Destino, considerado caro para muitos viajantes, atraiu 103 mil visitantes no ano passado; campanha de promoção do turismo chegou a ser suspensa em 2017

Fernando de Noronha é um sonho! Parece clichê, mas não é! O sonho de consumo do brasileiro em termos de turismo nacional é tudo aquilo que falam dele! Mas não se engane: bonito na costa, pobre no interior.

Recordo-me de um diálogo surreal que tive com um nativo. “Isso é um paraíso”, comentei. “Não, é um inferno”, retrucou ele. Entendi logo sua reação. Tudo o que se tem na ilha é trazido de fora, o que a torna cara tanto para o turista quanto para o morador.

Quem nunca visitou vai se extasiar com esse cenário único, que combina luminosidade e cores para emoldurar praias, matas, trilhas, rochas vulcânicas de formatos inusitados e um mar azul-esverdeado em tonalidades intensas.

Mas toda essa beleza tem um preço. E não é barato! Na baixa temporada, um bilhete aéreo ida e volta custa R$ 1.700; uma diária em pousada, entre R$ 230 e R$ 1.900; uma refeição simples, entre R$ 25 e R$ 80; o transfer de táxi do aeroporto ao hotel, R$ 30; aluguel de buggy, R$ 270 ao dia; e passeios, entre R$ 130 e R$ 530.

Quando o turista entra em Noronha, ele paga taxa no valor de R$ 73,52 por dia de permanência. Ela pode ser efetuada por meio de boleto impresso no site noronha.pe.gov.br ou pela internet com cartão de crédito ou débito.

Desde 2012, o visitante ainda paga uma segunda taxa para visitar a área do Parque Nacional Marinho, administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), no valor de R$ 106 para ter acesso a praias, trilhas, áreas de mergulho e passeios de barco. Ela vale por dez dias e isenta maiores de 60 anos e menores de 12.

Desde 2017, a campanha Mais Noronha, criada para reduzir o preço de serviços da ilha na baixa temporada, foi suspensa. Nos últimos anos, o turismo em Noronha se acelerou. Se até cinco anos atrás girava em torno de 60 mil pessoas, em 2018 bateu recorde o recorde de 103.548 visitantes, o que acendeu o alerta nas autoridades.

A administração de Noronha encara os números com naturalidade, mas está preocupada com a preservação ambiental. Atualmente, ela está trabalhando no projeto Jogue Limpo com Noronha, com implantação de compostagens nos estabelecimentos comerciais e a proibição de comercialização de plástico e isopor.

Dica (I)

Passeios com antecedência

Recomenda-se, antes de viajar para Noronha, reservar os passeios com antecedência. Entre os receptivos está o Atalaia Noronha (atalaianoronha.com.br), que oferece tours diários que conjugam turismo contemplativo, esportes radicais e ecoturismo. Confira os preços dos principais passeios nesta edição.

Dica (II)

Circule de buggy ou bike

Fernando de Noronha é ilha uma pequena, mas não dá para circular só a pé. Para ter liberdade, o ideal é alugar um buggy (diária a partir de R$ 270, mas lembre que a gasolina lá é uma das mais caras do Brasil). Em parceria com o Banco Itaú, o governo de Pernambuco implantou em 2015 o Projeto Bike Noronha, que entregou bicicletas gratuitamente para entidades e pousadas. A ilha tem hoje 18 bicicletários. Pelos 7 km da BR–363, circulam também micro-ônibus ao preço de R$ 5.

Dica (III)

Do forró à gastronomia

Quem curte badalação, deve ir aproveitar o forró no Bar do Cachorro às sextas-feiras. Na gastronomia, um programa tradicional é o Festival Gastronômico da Pousada Zé Maria (pousadazemaria.com.br), todas as quartas-feiras e sábados, a partir das 20h30, que oferece cardápios variados ao preço de R$ 273, 88 por pessoa. Reservas antecipadas pelo e-mail restaurantepousadazemaria@gmail.com.

SERVIÇO

Quem leva

Operadora: Azul Viagens

Informações: Procure uma loja da Azul Viagens mais perto de você

Pacote: Inclui bilhete aéreo, quatro noites no hotel Lenda das Águas com café da manhã, traslado, passeio de barco e caminhada histórica

Saída: 15/6/2018

Preço: R$ 2.277 ou 10x R$ 227,70