Roteiros nacionais são a bola da vez e preços de pacotes de viagens promocionais vão depender do mercado. Essa é uma das análises do presidente da Braztoa, Roberto Haro Nedelciu, na série de entrevistas da Live do Tempo. Ele também falou sobre tendências do mercado de viagens e das dificuldades enfrentadas pelos operadores em tempos de pandemia de coronavírus.

De acordo com Roberto Haro Nedelciu, o mercado de turismo foi o primeiro a sentir os impactos econômicos da crise, antes mesmo de outros setores, com o cancelamento das viagens. Segundo o presidente da Braztoa, o cenário está sendo enfrentado em etapas, e, nesta fase, muitas operadoras de turismo estão oferecendo descontos em compras futuras.

 “Já tem várias promoções pela internet, ofertadas pelos agentes de viagem. O tempo que vão permanecer (os descontos) vai depender do mercado. Roteiros nacionais, roteiros próximos, são a bola da vez”, avalia Roberto Haro Nedelciu, explicando que muitas das boas ofertas já são para o segundo semestre deste ano.

Ele também afirmou que cerca dos 50% dos associados à Braztoa estão fazendo vendas. Para este ano, a expectativa do setor é, pelo menos, manter o faturamento do ano anterior, cerca de R$ 15,2 bilhões registrados pelas 92 empresas associadas à entidade.  Ele também falou que a retomada econômica do setor vai ser lenta, em pelo menos 18 meses, e, que toda a cadeia do turismo vai precisar se reinventar.

“Já trabalhávamos com uma possível desrruptura do mercado de turismo, mas ninguém teria como advinhar que seria tão próxima. Quem trabalha com turismo pressupõe aglomerações sejam em ônibus e parques temáticos. Agora, até se ter uma vacina, isso vai ficar para segundo plano”, explicou.

Roberto Haro Nedelciu também avalia que, possivelmente, haverá uma flexibilização na lei para possibilitar a abertura de cassinos, sobretudo dentro de resorts.  “Não vai ser liberado para todos os locais do Brasil e algumas áreas que podem ter liberado esse cassino, vão ter. Não tenho bola de cristal de saber quando, mas talvez no ano que vem ou outro”, explicou.

Auxilio para o turismo

Segundo o presidente da Braztoa, apenas 3% das agências associadas conseguiu alguma ajuda dos bancos para enfrentar a crise causada pela pandemia de coronavírus.  Segundo Roberto Haro Nedelciu falta informação na ponta final, no trato direto do banco com os clientes. “Muitos gerentes nem sabiam dessa ajuda, desse crédito”, pontuou ao dizer que o câmara e o governo devem propor emendas e pacotes para auxiliar o setor em breve.

 Ansiedade

O presidente da Braztoa diz que as pessoas estão ansiosas para voltar a viajar. “O brasileiro adora viajar e, mesmo com restrições, o ele não vai deixar de viajar, de pintar a casa. A pessoa vai estar cansada de ver o sofá, a televisão e vai usar a viagem para desestressar. Não vai ser uma viagem longa, uma viagem próxima, para desestressar”, disse.  Ele frisou, porém, que a alta do dólar e o desemprego, porém, podem causar um desestímulo nesse primeiro momento.

Viagens internacionais

Roberto também acredita em uma liberação de viagens para Europa daqui a dois meses. “Depois de setembro ai, já deve ter uma abertura da Europa. Obviamente, com protocolos de segurança, protocolos sanitários, com aferição de temperatura, vão fazer uma profilaxia quando você entra nos aeroportos, vai ter que usar máscara, mas eu acho que (até lá) já vai ter aberto”, estima.

Sobre as viagens rodoviárias, o presidente da Braztoa acredita que seja uma tendência muito forte. “Sobretudo em um raio de 500 km de onde você vive. Mas a tendência nos próximos meses também é aumentar os voos”, complementa