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Infectologista do Hospital Madre Teresa, Estevão Urbano destaca que reinfecções já preocupavam a comunidade científica. Pelo que se sabe até agora, segundo ele, a grande maioria dos infectados desenvolve anticorpos contra o vírus. Porém, o médico acredita se tratar de imunidade “bem temporária”.
Ainda há muito o que ser estudado sobre o tema, ele alerta. “Na medicina demora mais tempo para fazer conclusões mais concretas. Ninguém pode afirmar nada com toda certeza do mundo neste momento. Tudo o que falarmos é baseado em evidências frágeis da literatura”, frisa.
Estudo aprofundando
Inclusive, classificar uma reinfecção exige cautela, complementa o infectologista Bernardo de Almeida, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e CMO da empresa Hilab. “Existem muitas notificações que não foram comprovadas”.
Foi o caso de um técnico de enfermagem de 22 anos, de Itatiaiuçu, região Central de Minas, que morreu em julho com suspeita de ter contraído o vírus duas vezes. Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) disse que, após a notificação e com os dados analisados, não foi possível concluir que se tratava de reinfecção ou infecção prolongada pelo coronavírus.
De acordo com a SES, a pasta não acompanha atualmente nenhum caso suspeito de reinfecção em Minas
Em relação ao paciente de Hong Kong, anunciado na última segunda-feira, Bernardo de Almeida diz que foi feito o sequenciamento viral, que dá certeza de que a pessoa foi infectada por uma cepa diferente – o que confirma a reinfecção.
Sem um estudo mais aprofundando, o médico explica que não se sabe, de fato, se “trata-se de um primeiro exame que deu positivo, depois de um tempo teve resultado negativo e volta a ter um teste positivo”. “Fica a dúvida se é o mesmo vírus que por algum motivo não foi detectado naquele exame intermediário, ou eventualmente a carga viral caiu e voltou a subir depois”.
Segundo os especialistas, pelo menos no Brasil, não há necessidade de mudança em protocolos. “Isso deve ocorrer nos países que deram um ‘passaporte’ para as pessoas curadas saírem. Mas aqui as estratégias de uso de máscaras e distanciamento social devem permanecer. Quem já enfrentou a doença se acha ‘poderoso’, mas deve se cuidar ao máximo porque ainda há muito o que se responder sobre o coronavírus”, frisa Estevão Urbano.
Em nota, o Ministério da Saúde informou “que monitora o assunto junto às equipes de vigilância dos estados, porém não há dados científicos robustos que comprovem casos de reinfecção por Covid-19 no Brasil”.
Alem disso:
Tanta dúvida em torno do novo coronavírus deixa a população apreensiva. Portadora de asma, a estudante de Farmácia Rafaela Araújo, de 30 anos, mantém o isolamento social desde abril, quando a empresa onde trabalha adotou o home office. Ela garante ficar de olho nas propostas de vacinas, mas teme que reinfecções impactem o desenvolvimento delas. “Será que pode não valer daqui a um tempo?”.
Infectologista do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Bernardo de Almeida acredita que o novo coronavírus, até o momento, não sofre mutações significativas a ponto de as proteções em andamento perderem eficácia. “Não impactam nos antígenos que elas atacam”.
O médico destaca que as reinfecções serão relevantes para traçar as estratégias tanto de revacinação quanto de atualização do produto. “Mas ainda não está claro de quanto em quanto tempo a imunização deverá ser atualizada, não deu tempo de avaliar qual é a taxa de perda da imunidade e qual a taxa de mutação que o vírus sofre ao longo do tempo e que vai indicar uma produção de novas vacinas que atacam novos antígenos”, explica.
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Infectologista do Hospital Madre Teresa, Estevão Urbano destaca que reinfecções já preocupavam a comunidade científica. Pelo que se sabe até agora, segundo ele, a grande maioria dos infectados desenvolve anticorpos contra o vírus. Porém, o médico acredita se tratar de imunidade “bem temporária”.
Ainda há muito o que ser estudado sobre o tema, ele alerta. “Na medicina demora mais tempo para fazer conclusões mais concretas. Ninguém pode afirmar nada com toda certeza do mundo neste momento. Tudo o que falarmos é baseado em evidências frágeis da literatura”, frisa.
Estudo aprofundando
Inclusive, classificar uma reinfecção exige cautela, complementa o infectologista Bernardo de Almeida, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e CMO da empresa Hilab. “Existem muitas notificações que não foram comprovadas”.
Foi o caso de um técnico de enfermagem de 22 anos, de Itatiaiuçu, região Central de Minas, que morreu em julho com suspeita de ter contraído o vírus duas vezes. Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) disse que, após a notificação e com os dados analisados, não foi possível concluir que se tratava de reinfecção ou infecção prolongada pelo coronavírus.
De acordo com a SES, a pasta não acompanha atualmente nenhum caso suspeito de reinfecção em Minas
Em relação ao paciente de Hong Kong, anunciado na última segunda-feira, Bernardo de Almeida diz que foi feito o sequenciamento viral, que dá certeza de que a pessoa foi infectada por uma cepa diferente – o que confirma a reinfecção.
Sem um estudo mais aprofundando, o médico explica que não se sabe, de fato, se “trata-se de um primeiro exame que deu positivo, depois de um tempo teve resultado negativo e volta a ter um teste positivo”. “Fica a dúvida se é o mesmo vírus que por algum motivo não foi detectado naquele exame intermediário, ou eventualmente a carga viral caiu e voltou a subir depois”.
Segundo os especialistas, pelo menos no Brasil, não há necessidade de mudança em protocolos. “Isso deve ocorrer nos países que deram um ‘passaporte’ para as pessoas curadas saírem. Mas aqui as estratégias de uso de máscaras e distanciamento social devem permanecer. Quem já enfrentou a doença se acha ‘poderoso’, mas deve se cuidar ao máximo porque ainda há muito o que se responder sobre o coronavírus”, frisa Estevão Urbano.
Em nota, o Ministério da Saúde informou “que monitora o assunto junto às equipes de vigilância dos estados, porém não há dados científicos robustos que comprovem casos de reinfecção por Covid-19 no Brasil”.
Alem disso:
Tanta dúvida em torno do novo coronavírus deixa a população apreensiva. Portadora de asma, a estudante de Farmácia Rafaela Araújo, de 30 anos, mantém o isolamento social desde abril, quando a empresa onde trabalha adotou o home office. Ela garante ficar de olho nas propostas de vacinas, mas teme que reinfecções impactem o desenvolvimento delas. “Será que pode não valer daqui a um tempo?”.
Infectologista do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Bernardo de Almeida acredita que o novo coronavírus, até o momento, não sofre mutações significativas a ponto de as proteções em andamento perderem eficácia. “Não impactam nos antígenos que elas atacam”.
O médico destaca que as reinfecções serão relevantes para traçar as estratégias tanto de revacinação quanto de atualização do produto. “Mas ainda não está claro de quanto em quanto tempo a imunização deverá ser atualizada, não deu tempo de avaliar qual é a taxa de perda da imunidade e qual a taxa de mutação que o vírus sofre ao longo do tempo e que vai indicar uma produção de novas vacinas que atacam novos antígenos”, explica.