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Os países do Mercosul agendaram uma reunião especial para o próximo dia 19 de fevereiro em Assunção, no Paraguai, para discutir medidas de prevenção a serem adotadas na América do Sul em razão da expansão de casos de contaminação relacionados ao coronavírus. Participarão do encontro o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e seus pares da Argentina, do Paraguai, do Uruguai, da Bolívia e do Chile.
Segundo Mandetta, como o Brasil tem 17 mil quilômetros de fronteira, é muito importante que os países vizinhos acionem sistemas de vigilância. Ele disse que o Brasil está empenhado em apoiar as demais nações fronteiriças. Na semana passada, o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) promoveram a capacitação técnica de representantes de nove países das Américas do Sul e Central para o diagnóstico laboratorial do novo coronavírus.
“Nós os queremos extremamente vigilantes. Precisamos estar todos juntos para poder bloquear novos casos. O momento é de vigilância e planejamento de diferentes cenários. Desde o superotimista até o pessimista de uma epidemia global”, frisou Mandetta.
Até o momento, o Brasil segue sem casos confirmados de infecção pelo coronavírus. Ainda assim, o presidente Jair Bolsonaro assinou ontem uma medida provisória para transferir aproximadamente R$ 11,3 milhões ao Ministério da Defesa, que devem ser aplicados em ações de “enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus”. O crédito extraordinário serve para abrir caminho a despesas imprevistas.
“Vamos ficar alertas até que a gente tenha uma condição de calmaria, que não é o caso atual. Acho muito possível e muito provável que esse vírus chegue ao Brasil. Dessa forma, temos de estar muito vigilantes para que, se chegar, possamos organizar o tratamento dessa pessoa e minimizar a transmissão para os eventuais contatos que possam surgir. Precisamos estar preparados até que se tenham medidas eficazes como vacina ou algo do gênero”, destacou Mandetta.
Sete suspeitas
O Ministério da Saúde acompanha o quadro clínico de sete pessoas que são classificadas como suspeitas de contaminação pelo novo coronavírus. Todas estiveram na China recentemente, segundo o ministério, mas não passaram por Wuhan, cidade epicentro dos números de infectados e mortos pelo coronavírus. Os casos são investigados em cinco estados: Minas Gerais (1), Paraná (1), Rio de Janeiro (1), Rio Grande do Sul (1) e São Paulo (3). Três desses pacientes são homens e quatro, mulheres. A faixa etária dessas pessoas varia de 3 a 60 anos.
Também estão em monitoramento os 34 repatriados da China que chegaram a Anápolis (GO) na manhã de domingo. Hoje, eles cumprem o terceiro de 18 dias de quarentena. Ontem, de acordo com o Ministério da Defesa, todos estavam bem e permaneciam com o quadro assintomático. O grupo passou por avaliações clínicas de saúde, que incluíram aferições de sinais vitais, como medição de temperatura, pressão e frequência cardíaca e exame de nasofaringe. Os procedimentos serão repetidos até o fim do período de isolamento, previsto para 26 de fevereiro, três vezes por dia.
Um dos brasileiros resgatados é o professor de mandarim Vitor Siqueira, 28 anos. Por recomendação da equipe médica, ele e os demais repatriados não podem receber a visita de familiares, mas a comunicação pode ser feita via internet e telefone. É assim que ele conversa com o pai, o advogado aposentado José Neves Siqueira Júnior, 60, que percorreu cerca de 830 quilômetros de distância entre Belo Horizonte e Anápolis para aguardar a alta do filho.
Ele explicou que Vitor estava na China por conta de uma parceria do Ministério da Educação (MEC) com o país asiático, fazendo mestrado em linguística com especialização em mandarim. Os dois mantêm contato frequente. Vitor garante estar bem, apesar do cansaço pelas 37 horas de voo entre Wuhan, epicentro dos casos de infecção pelo coronavírus, e a Base Aérea de Anápolis.
José Neves vai ficar os 18 dias longe de casa, mas não se importa. Tudo o que ele mais quer é voltar a demonstrar o amor que sente pelo filho, além da gratidão à cidade goiana pelo acolhimento a Vitor e aos demais repatriados. “Eu tenho um sentimento que estava esquecido. A gente esquece muitas vezes de ser grato. Esse sentimento voltou a aflorar em virtude dessa viagem. Emociono-me ao falar disso porque às vezes a gente passa a vida sem dizer aos filhos que os amamos. Essa é uma oportunidade de fazer uma declaração de amor para o meu filho. Quero dizer que eu estou aqui, que não tenha medo, que estou muito próximo, que eu o amo e que vai dar tudo certo, e que quando ele sair, nós vamos juntos conhecer esse Goiás maravilhoso”, disse.
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Os países do Mercosul agendaram uma reunião especial para o próximo dia 19 de fevereiro em Assunção, no Paraguai, para discutir medidas de prevenção a serem adotadas na América do Sul em razão da expansão de casos de contaminação relacionados ao coronavírus. Participarão do encontro o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e seus pares da Argentina, do Paraguai, do Uruguai, da Bolívia e do Chile.
Segundo Mandetta, como o Brasil tem 17 mil quilômetros de fronteira, é muito importante que os países vizinhos acionem sistemas de vigilância. Ele disse que o Brasil está empenhado em apoiar as demais nações fronteiriças. Na semana passada, o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) promoveram a capacitação técnica de representantes de nove países das Américas do Sul e Central para o diagnóstico laboratorial do novo coronavírus.
“Nós os queremos extremamente vigilantes. Precisamos estar todos juntos para poder bloquear novos casos. O momento é de vigilância e planejamento de diferentes cenários. Desde o superotimista até o pessimista de uma epidemia global”, frisou Mandetta.
Até o momento, o Brasil segue sem casos confirmados de infecção pelo coronavírus. Ainda assim, o presidente Jair Bolsonaro assinou ontem uma medida provisória para transferir aproximadamente R$ 11,3 milhões ao Ministério da Defesa, que devem ser aplicados em ações de “enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus”. O crédito extraordinário serve para abrir caminho a despesas imprevistas.
“Vamos ficar alertas até que a gente tenha uma condição de calmaria, que não é o caso atual. Acho muito possível e muito provável que esse vírus chegue ao Brasil. Dessa forma, temos de estar muito vigilantes para que, se chegar, possamos organizar o tratamento dessa pessoa e minimizar a transmissão para os eventuais contatos que possam surgir. Precisamos estar preparados até que se tenham medidas eficazes como vacina ou algo do gênero”, destacou Mandetta.
Sete suspeitas
O Ministério da Saúde acompanha o quadro clínico de sete pessoas que são classificadas como suspeitas de contaminação pelo novo coronavírus. Todas estiveram na China recentemente, segundo o ministério, mas não passaram por Wuhan, cidade epicentro dos números de infectados e mortos pelo coronavírus. Os casos são investigados em cinco estados: Minas Gerais (1), Paraná (1), Rio de Janeiro (1), Rio Grande do Sul (1) e São Paulo (3). Três desses pacientes são homens e quatro, mulheres. A faixa etária dessas pessoas varia de 3 a 60 anos.
Também estão em monitoramento os 34 repatriados da China que chegaram a Anápolis (GO) na manhã de domingo. Hoje, eles cumprem o terceiro de 18 dias de quarentena. Ontem, de acordo com o Ministério da Defesa, todos estavam bem e permaneciam com o quadro assintomático. O grupo passou por avaliações clínicas de saúde, que incluíram aferições de sinais vitais, como medição de temperatura, pressão e frequência cardíaca e exame de nasofaringe. Os procedimentos serão repetidos até o fim do período de isolamento, previsto para 26 de fevereiro, três vezes por dia.
Um dos brasileiros resgatados é o professor de mandarim Vitor Siqueira, 28 anos. Por recomendação da equipe médica, ele e os demais repatriados não podem receber a visita de familiares, mas a comunicação pode ser feita via internet e telefone. É assim que ele conversa com o pai, o advogado aposentado José Neves Siqueira Júnior, 60, que percorreu cerca de 830 quilômetros de distância entre Belo Horizonte e Anápolis para aguardar a alta do filho.
Ele explicou que Vitor estava na China por conta de uma parceria do Ministério da Educação (MEC) com o país asiático, fazendo mestrado em linguística com especialização em mandarim. Os dois mantêm contato frequente. Vitor garante estar bem, apesar do cansaço pelas 37 horas de voo entre Wuhan, epicentro dos casos de infecção pelo coronavírus, e a Base Aérea de Anápolis.
José Neves vai ficar os 18 dias longe de casa, mas não se importa. Tudo o que ele mais quer é voltar a demonstrar o amor que sente pelo filho, além da gratidão à cidade goiana pelo acolhimento a Vitor e aos demais repatriados. “Eu tenho um sentimento que estava esquecido. A gente esquece muitas vezes de ser grato. Esse sentimento voltou a aflorar em virtude dessa viagem. Emociono-me ao falar disso porque às vezes a gente passa a vida sem dizer aos filhos que os amamos. Essa é uma oportunidade de fazer uma declaração de amor para o meu filho. Quero dizer que eu estou aqui, que não tenha medo, que estou muito próximo, que eu o amo e que vai dar tudo certo, e que quando ele sair, nós vamos juntos conhecer esse Goiás maravilhoso”, disse.