Um medicamento apresentou resultados promissores em estudo com pacientes que sofrem da Doença de Alzheimer. Pela primeira vez, um remédio se mostrou capaz de desacelerar a destruição de célular nervosas em experimentos com voluntários.

Chamado Lecanemab, o fármaco mostra potencial como tratamento da doença, mas os resultados divulgados na terça-feira (29/11), na revista científica New England Journal of Medicine, levantam algumas preocupações de segurança devido aos possíveis efeitos colaterais graves.

Segundo a emissora britânica BBC, exames de imagem mostraram a ocorrência de hemorragias cerebrais em 17% dos participantes e de inchaço cerebral em 13%. Entre os voluntários, 7% precisaram deixar os testes devido a efeitos colaterais.

O Lecanemab é um anticorpo projetado para induzir o sistema imunológico a "limpar" a proteína amiloide que se acumula no cérebro de pessoas com Alzheimer.

A droga funciona nos estágios iniciais da doença, então boa parte dos pacientes não se beneficiaria com ela, já que, normalmente, a condição só é detectada após a aparição de sinais – muitas vezes, em estágios relativamente avançados.

Ainda assim, pesquisadores acreditam que os resultados recém-publicados mostram que o Lecanemab poderá proporcionar aos pacientes mais tempo para participar da vida em família e prolongar o período em que se consegue manter independente.

"Isso pode significar muitos meses a mais de reconhecimento de cônjuge, filhos e netos (...) Os tratamentos que proporcionam benefícios tangíveis para aqueles que vivem com comprometimento cognitivo leve devido à Doença de Alzheimer e à demência precoce são tão valiosos quanto os tratamentos que prolongam a vida de pessoas com outras doenças terminais", afirma um dos pesquisadores, citado pela BBC.