A apneia do sono é um distúrbio respiratório do sono que ocorre por causas genéticas mas também está associado em grande número de vezes à obesidade.

 
Pesquisas mostram que, na região sudeste do Brasil, até 30% das pessoas podem estar acometidas. Se não tratada, aumenta o risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, metabólicas e a disfunção neurológica.

Apesar de poder ocorrer em indivíduos com peso adequado, quando associada à obesidade, o emagrecimento deve ser uma medida fundamental no plano terapêutico.

Um dos fatores que causa a obstrução das vias aéreas superiores é o relaxamento dos músculos dilatadores da faringe. Assim sendo, já existem técnicas de exercícios que fortalecem esses músculos, ajudando a manter um relativo nível de tensão muscular mesmo durante o sono, ajudando a prevenir ou reduzir o grau de obstrução aérea. Na prática clínica, esse trabalho de reforço muscular é realizado por fonoaudiologistas.

Entretanto, para um resultado mais rápido e imediato, existem duas alternativas principais: aparelhos intra-orais de avanço mandibular e equipamentos conhecidos como CPAP.

O aparelho intra-oral atua avançando a mandíbula e, dessa maneira, traciona as estruturas de sustentação da faringe, reduzindo o grau de oclusão dela durante o sono. É uma opção que funciona bem para casos leves a moderados e que também auxilia bastante na redução do ronco, que tanto incomoda pacientes e cônjuges. Esse tratamento deve ser conduzido por dentistas experientes no tema, de preferência especialistas em odontologia do sono.

Contudo, apesar de não ser um tratamento curativo, a principal opção na abordagem da apneia do sono é o CPAP (sigla de continuous positive airway pressure), aparelho que ajuda a manter as vias aéreas superiores abertas durante o sono através da produção de um fluxo de ar constante.

Existem atualmente vários tipos de CPAP, inclusive os que funcionam de modo automático, mensurando a quantidade de pausas respiratórias e ajustando o nível de pressão necessária para reduzí-las ao longo da noite de sono.

O paciente coloca uma pequena máscara na face logo antes de dormir; a máscara se conecta ao equipamento através de um tubo por onde passa o fluxo de ar.

Como toda novidade, as pessoas sentem algum desconforto inicial mas isso dura apenas uma a duas noites, pois a redução das apneias melhora de forma significativa a qualidade do sono, devolvendo sua função restauradora com queda da sonolência diurna, melhora na atenção e concentração, além de controlar também o ronco.

A prescrição e acompanhamento desses casos deve ser feita por médicos pneumologistas ou otorrinolaringologistas com formação em Medicina do Sono.

*Dr. Silvio Musman, médico especialista em pneumologia, medicina do sono e do exercício. 

E se você tem perguntas, mande pra mim pelo silviomusman@yahoo.com.br