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Com o início do movimento Novembro Azul, trouxe nas duas últimas semanas um tema importante para discussão e reflexão: a saúde do homem. Recebi muitas dúvidas de leitores que podem ser pertinentes para várias pessoas. Nas próximas semanas, vou dedicar este espaço para respondê-las. Mande a sua dúvida também!
1) Qual a doença mais comum da próstata?
Esta seria a prostatite. É um quadro bastante comum e chega a atingir quase 30% da população masculina. Geralmente é assintomática, mas, quando dá sintomas, os mais frequentes são: ardor ou queimação, esperma de cor amarelada, vontade maior de urinar. A forma aguda da prostatite pode provocar febre alta, queda do estado geral e sintomas típicos de infecção urinária como ardor ao urinar e micções extremamente frequentes. As principais causas de prostatite são infecções sexualmente transmissíveis como a gonorreia, e o tratamento é feito com antibiótico.
2) Qual a relação do câncer de próstata com HPB (Hiperplasia Prostática Aumentada)?
Em homens mais velhos, a parte da próstata que envolve a uretra pode continuar a crescer e dar origem à hiperplasia benigna da próstata (HPB), que não é câncer, mas pode obstruir a uretra e causar dificuldades para urinar. A hiperplasia prostática começa a aparecer em homens acima de 40 anos e se caracteriza por um aumento da próstata apenas no local. A HPB é mais frequente quanto maior for a idade do paciente e é muito mais frequente que o câncer da próstata, pois chega a atingir quase 70% dos homens acima de 70 anos. Quando o homem tem a próstata aumentada, mas não tem sintoma algum, normalmente não se trata e apenas faz-se o controle. A HPB não tem potencial de se tornar câncer de próstata, mas às vezes é necessária avaliação especializada para fazer o diagnóstico diferencial entre os dois problemas. A hiperplasia benigna da próstata pode ser tratada com medicações orais ou mesmo com cirurgias endoscópicas. Com isso, a qualidade de vida dos pacientes melhora sensivelmente.
3) Homens negros estão em um grupo de risco mais elevado?
Os fatores de risco para o câncer de próstata incluem idade acima de 50 anos, histórico familiar da doença, fatores hormonais e ambientais, dieta rica em gorduras, sedentarismo e excesso de peso. A raça negra constitui-se um grupo de maior risco para desenvolver a doença. Entretanto, no Brasil, devido à miscigenação da população este último fator pode ser mais difícil de ser estabelecido com certeza.
4) Há alguma dieta específica indicada para a prevenção do câncer de próstata?
É sabido que a obesidade e o consumo excessivo de alimentos de origem animal estão associados ao câncer de próstata. Entretanto, não há evidências de benefício em se adotar dietas específicas na prevenção. O que é recomendado é a diminuição do consumo de alimentos industrializados (ultraprocessados) e de origem animal, valorizando a ingestão de produtos frescos (frutas, legumes, grãos integrais…). No caso de obesidade, deve-se prezar pela diminuição no consumo de calorias, associada à atividade física, visando a perda de peso. O acompanhamento por nutricionista é altamente recomendado.
Tem mais alguma dúvida? Envie para carolinamed126@yahoo.com.br
*Oncologista do Hospital das Clínicas da UFMG e do Núcleo de Hematologia e Oncologia
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1) Qual a doença mais comum da próstata?
Esta seria a prostatite. É um quadro bastante comum e chega a atingir quase 30% da população masculina. Geralmente é assintomática, mas, quando dá sintomas, os mais frequentes são: ardor ou queimação, esperma de cor amarelada, vontade maior de urinar. A forma aguda da prostatite pode provocar febre alta, queda do estado geral e sintomas típicos de infecção urinária como ardor ao urinar e micções extremamente frequentes. As principais causas de prostatite são infecções sexualmente transmissíveis como a gonorreia, e o tratamento é feito com antibiótico.
2) Qual a relação do câncer de próstata com HPB (Hiperplasia Prostática Aumentada)?
Em homens mais velhos, a parte da próstata que envolve a uretra pode continuar a crescer e dar origem à hiperplasia benigna da próstata (HPB), que não é câncer, mas pode obstruir a uretra e causar dificuldades para urinar. A hiperplasia prostática começa a aparecer em homens acima de 40 anos e se caracteriza por um aumento da próstata apenas no local. A HPB é mais frequente quanto maior for a idade do paciente e é muito mais frequente que o câncer da próstata, pois chega a atingir quase 70% dos homens acima de 70 anos. Quando o homem tem a próstata aumentada, mas não tem sintoma algum, normalmente não se trata e apenas faz-se o controle. A HPB não tem potencial de se tornar câncer de próstata, mas às vezes é necessária avaliação especializada para fazer o diagnóstico diferencial entre os dois problemas. A hiperplasia benigna da próstata pode ser tratada com medicações orais ou mesmo com cirurgias endoscópicas. Com isso, a qualidade de vida dos pacientes melhora sensivelmente.
3) Homens negros estão em um grupo de risco mais elevado?
Os fatores de risco para o câncer de próstata incluem idade acima de 50 anos, histórico familiar da doença, fatores hormonais e ambientais, dieta rica em gorduras, sedentarismo e excesso de peso. A raça negra constitui-se um grupo de maior risco para desenvolver a doença. Entretanto, no Brasil, devido à miscigenação da população este último fator pode ser mais difícil de ser estabelecido com certeza.
4) Há alguma dieta específica indicada para a prevenção do câncer de próstata?
É sabido que a obesidade e o consumo excessivo de alimentos de origem animal estão associados ao câncer de próstata. Entretanto, não há evidências de benefício em se adotar dietas específicas na prevenção. O que é recomendado é a diminuição do consumo de alimentos industrializados (ultraprocessados) e de origem animal, valorizando a ingestão de produtos frescos (frutas, legumes, grãos integrais…). No caso de obesidade, deve-se prezar pela diminuição no consumo de calorias, associada à atividade física, visando a perda de peso. O acompanhamento por nutricionista é altamente recomendado.
Tem mais alguma dúvida? Envie para carolinamed126@yahoo.com.br
*Oncologista do Hospital das Clínicas da UFMG e do Núcleo de Hematologia e Oncologia