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BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que sua relação com Jair Bolsonaro (PL) não irá mudar em função do indiciamento do ex-presidente no caso das joias recebidas de governos estrangeiros.
"Minha relação com ele é boa, sempre foi a mesma, não mudaremos. Eu sou favorável a toda investigação e sou favorável também a todo direito de defesa. Quem sou eu para fazer qualquer avaliação disso?", disse Zema em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
O governador também repetiu um argumento feito pela defesa do ex-presidente e pelo senador Sergio Moro (União Brasil-PR) ao dizer que as investigações da Justiça mudam de acordo com o governante de ocasião.
"Se ele (Bolsonaro) for investigado dessa forma, todos os ex-presidentes também precisariam ser. Eu sou favorável a um tratamento isonômico. Parece que no Brasil, infelizmente, a Justiça tende a investigar mais ou menos determinadas pessoas de acordo com quem está governando, o que é muito ruim", afirmou Zema.
Na semana passada, Moro comparou a situação do ex-mandatário com a de Lula e disse que o petista não foi indiciado "por se apropriar de presentes" recebidos em seus mandatos anteriores.
"Mesmo durante a Lava Jato tudo foi tratado como uma infração administrativa dada a ambiguidade da lei. Os crimes foram outros. Há uma notável diferença de tratamento entre situações similares", disse o senador em rede social.
Em linha semelhante, os advogados de Bolsonaro citaram o relógio do presidente Lula (PT), recebido em outro mandato, pelo ex-presidente francês Jaques Chirac.
Eles alegaram que o caso é idêntico ao de Bolsonaro, mas que o ministro do STF Alexandre de Moraes já decidiu que "não há indícios mínimos de ocorrência de ilícito criminal", ao arquivar o pedido de investigação.
Moraes retirou nesta segunda (8/7) o sigilo do caso da venda de joias recebidas como presentes de autoridades estrangeiras pelo governo brasileiro, pelo qual o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 11 pessoas foram indiciados pela Polícia Federal.
O ex-presidente já tinha sido alvo de busca e operação sobre o assunto. A corporação aponta Bolsonaro como suspeito de ter montado um esquema para desviar os itens durante o seu mandato. Os crimes, segundo a PF, são de formação de quadrilha e peculato.
Os investigadores citam mensagens do celular do ex-presidente para afirmar que ele sabia da movimentação para a venda de um conjunto de joias presenteado pela Arábia Saudita.
De acordo com a PF, o desvio ou tentativa de desvio de presentes recebidos pelo governo brasileiro teve como alvo bens cujo valor de mercado soma R$ 6,8 milhões.
O documento, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) no relatório que fundamenta o indiciamento do ex-presidente e de mais 11 pessoas no caso, afirmava que o valor dos bens somava R$ 25 milhões (US$ 4.550.015,06).
Durante a tarde, porém, a PF corrigiu o dado. Bolsonaro ironizou o erro, mas não explicou sobre as mensagens em seu celular.
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O governador também repetiu um argumento feito pela defesa do ex-presidente e pelo senador Sergio Moro (União Brasil-PR) ao dizer que as investigações da Justiça mudam de acordo com o governante de ocasião.
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Na semana passada, Moro comparou a situação do ex-mandatário com a de Lula e disse que o petista não foi indiciado "por se apropriar de presentes" recebidos em seus mandatos anteriores.
"Mesmo durante a Lava Jato tudo foi tratado como uma infração administrativa dada a ambiguidade da lei. Os crimes foram outros. Há uma notável diferença de tratamento entre situações similares", disse o senador em rede social.
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