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Em um dia atípico na democracia brasileira, pela primeira vez, os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, deixaram seus cargos ao mesmo tempo. A ação gerou especulação sobre a possível intenção de Jair Bolsonaro (sem partido) querer politizar as Forças Armadas. Esta não é a primeira vez que o presidente toca no assunto.
Bolsonaro anunciou na segunda-feira (29/03) uma reforma ministerial com seis trocas no primeiro escalão do governo. Entre elas, a demissão do general reserva Fernando Azevedo e Silva, que até então comandava a pasta da Defesa.
Nesta terça-feira, o Ministério da Defesa informou que os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica deixaram seus cargos. Eles estavam reunidos desde o início da manhã para deliberar sobre a demissão conjunta.
Veja algumas falas do presidente sobre a interferência das Forças Armadas em assuntos políticos
Reunião Ministerial
Durante reunião em 22 de abril de 2020, Bolsonaro afirmou que era o “chefe supremo” das Forças Armadas. Ao lado do vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), o presidente disse que ‘‘qualquer poder pode pedir que elas intervenham para restabelecer a ordem”.
Durante o encontro, que ganhou repercussão na época por marcar o desembarque do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro do governo, Bolsonaro ainda reclamou que a inteligência das Forças Armadas não lhe dá informações.
“Meu Exército”
No início deste mês, Bolsonaro também voltou a citar as Forças Armadas como se fosse sua propriedade. Ao falar sobre as medidas de lockdown, o presidente afirmou que “seu” Exército não iria ajudar governadores e prefeitos a manterem as medidas de contenção “nem por ordem do papa”.
“O meu Exército não vai para a rua para cumprir decreto de governadores. Não vai. Se o povo começar a sair de casa, entrar na desobediência civil, não adianta pedir o Exército, porque meu Exército não vai. Nem por ordem do papa. Não vai”, afirmou, exaltado.
Forças Armadas ao lado do povo
Durante uma live, também no início do mês, Bolsonaro afirmou que as Forças Armadas estavam do seu lado.
“Tenho certeza de uma coisa, nós temos o povo ao nosso lado, nós temos as Forças Armadas ao lado do povo”, afirmou. "Vocês sabem, o povo está conosco, as Forças Armadas estão ao lado da lei, da ordem, da democracia e da liberdade, também estão ao nosso lado", completou.
"Quando acaba a saliva tem que ter pólvora”
Em novembro do ano passado, Bolsonaro virou manchete dos jornais internacionais após fazer um comentário, no qual afirmou que "quando acaba a saliva, tem que ter pólvora" ao se referir à Amazônia.
O presidente se referiu a um "grande candidato à chefia de Estado" que disse que poderia "levantar barreiras comerciais contra o Brasil" por conta de incêndios na Amazônia
"E como é que podemos fazer frente a tudo isso? Apenas a diplomacia não dá, não é, Ernesto [Araújo, então ministro das Relações Exteriores]? Quando acaba a saliva, tem que ter pólvora, senão, não funciona. Não precisa nem usar pólvora, mas tem que saber que tem. Esse é o mundo. Ninguém tem”, afirmou.
Impeachment
Bolsonaro também falou sobre o artigo 142 da Constituição Federal, que trata sobre o emprego das Forças Armadas para a defesa da Pátria e a garantia dos poderes constitucionais, e disse que os militares jamais cumpririam ordens absurdas, como uma intervenção militar no país. Contudo, acrescentou que as Forças "jamais aceitariam um julgamento político para destituir um presidente democraticamente eleito".
Ditadura e socialismo
Em janeiro deste ano, o presidente afirmou que as Forças Armadas são as responsáveis por decidir se há democracia ou ditadura em um país.
O chefe do Executivo sugeriu ainda que as Forças Armadas foram “sucateadas” como parte de um objetivo de implementar o regime socialista no Brasil.
“O pessoal parece que não enxerga o que o povo passa, pra onde querem levar o Brasil, para o socialismo. Por que sucatearam as forças armadas ao longo de 20 anos? Porque nós, militares, somos o último obstáculo para o socialismo”, afirmou.
“Quem decide se o povo vai viver em uma democracia ou ditadura são as suas Forças Armadas. Não tem ditadura onde as Forças Armadas não a apoiam”, completou.
No dia 12 deste mês, Bolsonaro voltar a tocar no assunto. Durante live, ele colocou a hashtag #EuSouOExercitoDoBrasil entre os assuntos mais falados nas redes sociais.
Durante a transmissão, o presidente afirmou que “é fácil impor uma ditadura”. Ele ainda deixou no ar a possibilidade de um golpe militar sob o seu comando: “Sou chefe das Forças Armadas", ressaltou.
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Bolsonaro anunciou na segunda-feira (29/03) uma reforma ministerial com seis trocas no primeiro escalão do governo. Entre elas, a demissão do general reserva Fernando Azevedo e Silva, que até então comandava a pasta da Defesa.
Nesta terça-feira, o Ministério da Defesa informou que os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica deixaram seus cargos. Eles estavam reunidos desde o início da manhã para deliberar sobre a demissão conjunta.
Veja algumas falas do presidente sobre a interferência das Forças Armadas em assuntos políticos
Reunião Ministerial
Durante reunião em 22 de abril de 2020, Bolsonaro afirmou que era o “chefe supremo” das Forças Armadas. Ao lado do vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), o presidente disse que ‘‘qualquer poder pode pedir que elas intervenham para restabelecer a ordem”.
Durante o encontro, que ganhou repercussão na época por marcar o desembarque do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro do governo, Bolsonaro ainda reclamou que a inteligência das Forças Armadas não lhe dá informações.
“Meu Exército”
No início deste mês, Bolsonaro também voltou a citar as Forças Armadas como se fosse sua propriedade. Ao falar sobre as medidas de lockdown, o presidente afirmou que “seu” Exército não iria ajudar governadores e prefeitos a manterem as medidas de contenção “nem por ordem do papa”.
“O meu Exército não vai para a rua para cumprir decreto de governadores. Não vai. Se o povo começar a sair de casa, entrar na desobediência civil, não adianta pedir o Exército, porque meu Exército não vai. Nem por ordem do papa. Não vai”, afirmou, exaltado.
Forças Armadas ao lado do povo
Durante uma live, também no início do mês, Bolsonaro afirmou que as Forças Armadas estavam do seu lado.
“Tenho certeza de uma coisa, nós temos o povo ao nosso lado, nós temos as Forças Armadas ao lado do povo”, afirmou. "Vocês sabem, o povo está conosco, as Forças Armadas estão ao lado da lei, da ordem, da democracia e da liberdade, também estão ao nosso lado", completou.
"Quando acaba a saliva tem que ter pólvora”
Em novembro do ano passado, Bolsonaro virou manchete dos jornais internacionais após fazer um comentário, no qual afirmou que "quando acaba a saliva, tem que ter pólvora" ao se referir à Amazônia.
O presidente se referiu a um "grande candidato à chefia de Estado" que disse que poderia "levantar barreiras comerciais contra o Brasil" por conta de incêndios na Amazônia
"E como é que podemos fazer frente a tudo isso? Apenas a diplomacia não dá, não é, Ernesto [Araújo, então ministro das Relações Exteriores]? Quando acaba a saliva, tem que ter pólvora, senão, não funciona. Não precisa nem usar pólvora, mas tem que saber que tem. Esse é o mundo. Ninguém tem”, afirmou.
Impeachment
Bolsonaro também falou sobre o artigo 142 da Constituição Federal, que trata sobre o emprego das Forças Armadas para a defesa da Pátria e a garantia dos poderes constitucionais, e disse que os militares jamais cumpririam ordens absurdas, como uma intervenção militar no país. Contudo, acrescentou que as Forças "jamais aceitariam um julgamento político para destituir um presidente democraticamente eleito".
Ditadura e socialismo
Em janeiro deste ano, o presidente afirmou que as Forças Armadas são as responsáveis por decidir se há democracia ou ditadura em um país.
O chefe do Executivo sugeriu ainda que as Forças Armadas foram “sucateadas” como parte de um objetivo de implementar o regime socialista no Brasil.
“O pessoal parece que não enxerga o que o povo passa, pra onde querem levar o Brasil, para o socialismo. Por que sucatearam as forças armadas ao longo de 20 anos? Porque nós, militares, somos o último obstáculo para o socialismo”, afirmou.
“Quem decide se o povo vai viver em uma democracia ou ditadura são as suas Forças Armadas. Não tem ditadura onde as Forças Armadas não a apoiam”, completou.
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