APROPRIAÇÃO DE BANDEIRA

O candidato do PT à Prefeitura de Belo Horizonte, deputado federal Rogério Correia, afirmou neste domingo (22 de setembro) que o prefeito da capital, Fuad Noman (PSD), em campanha pela reeleição, tenta se apropriar de uma das principais bandeiras do PT na cidade, o Orçamento Participativo.

O sistema, que foi implantado em Belo Horizonte pelo hoje deputado federal Patrus Ananias, prefeito da capital entre 1993 e 1996, prevê a aprovação da população na escolha dos projetos e obras a serem implementados na cidade.

Na semana passada, em postagem nas redes sociais, Fuad se referiu ao ex-prefeito, e ao programa, ao elogiar programas implementados por antecessores. "E Orçamento Participativo, do ex-prefeito Patrus Ananias? Uma grande ideia que fiz questão de retomar, para o bem de BH", afirmou o prefeito, na publicação.

Conforme Rogério, apesar de ter citado o Orçamento Participativo, o atual prefeito não deu importância para o programa em sua gestão. "Primeiro que não deu continuidade coisa nenhuma (ao OP). Ele anunciou uma obra para o ano que vem em vilas e favelas com valor muito pequeno. Foi só uma medida demagógica, quis se apropriar de uma bandeira que é do PT", reclamou o candidato. A reportagem entrou em contato com a assessoria de campanha de Fuad e aguarda retorno.

Em nota a campanha do prefeito disse que a declaração do rival não procede, e que as rodadas do Orçamento Participativo foram retomadas este ano, com a disponibilização de R$ 73,6 milhões para intervenções em assentamentos de especial interesse.

Ainda conforme a campanha do prefeito, as rodadas do OP foram interrompidas em 2017, quando haviam 450 obras para serem iniciadas. Entre 2017 e 2023, segundo o texto, "se priorizou resolver esse passivo, sendo que  234 obras já foram concluídas, 134 estão em execução e 82 serão iniciadas".

O comunicado enviado pela campanha de Fuad Noman diz também que, entre as 234 obras  concluídas, 59 foram no período da gestão de Fuad Noman,  de 2022 a 2024".

Durante a gestão de Patrus, todas as obras e projetos a serem implementados na cidade poderiam contar com a aprovação da população. Ao longo dos mandatos seguintes, no entanto, o uso ou não do programa oscilou conforme as administrações. No caso de Fuad, o prefeito afirma que o OP está sendo utilizado apenas na definição de obras e projetos nas vilas e favelas da cidade.

Bolsão de miséria

Rogério Correia fez campanha na manhã deste domingo (22 de setembro) no Ribeiro de Abreu, região Nordeste da capital, e prometeu obras de infra estrutura na localidade conhecida como Beira-Linha, o principal bolsão de miséria da região.

O candidato disse que as obras na região precisarão de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. "Aqui a demanda central é por saneamento, moradia e contenção de encostas. Aqui é uma região que a gente depende muito do PAC do presidente Lula para trazer essas obras para cá", disse Rogério.

Segundo o candidato, a região foi uma das que inspiraram a proposta Bolsa BH, que ele pretente implantar caso seja eleito. O projeto, segundo o deputado, vai repassar a participantes do Bola Família R$ 300 por mês como complemento, recursos que sairão do orçamento municipal.