ENCONTRO NA MALÁSIA

BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), cumprimentou os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e dos Estados Unidos, Donald Trump, pela reunião realizada neste domingo (26/10) na Malásia. 

Motta classificou o encontro como “importante” e disse ficar “feliz em ver que o diálogo e a diplomacia voltam a ocupar o centro das relações entre Brasil e Estados Unidos”.  

“Quando líderes escolhem conversar, a História agradece. Foi assim nas grandes viradas do mundo, sempre pela palavra, nunca pelo silêncio. A Câmara continua à disposição de nossa diplomacia, votando assuntos importantes sobre o tema e comprometida em servir ao país”, escreveu no X. 

Lula afasta razão para desavenças e Trump fala em acordos  

No encontro com Trump, Lula declarou que "o Brasil tem todo interesse em ter uma relação extraordinária com os Estados Unidos". "Não há nenhuma razão para que haja qualquer desavença entre Brasil e EUA", disse.  

O brasileiro afirmou que levou por escrito "uma longa pauta" e observou não saber se Trump "teria tempo". "O que nós temos certeza é que quando dois presidentes sentam em uma mesa (e) cada um coloca os seus pontos de vista, os seus problemas, a tendência natural é você encaminhar para chegar a um acordo", destacou.  

Lula lembrou que no sábado (25/10) já tinha se manifestado "otimista" com a "possibilidade" de avanço na "manutenção da relação mais civilizada possível entre Brasil e Estados Unidos". "E que pretendemos manter", completou. 

Já Trump afirmou que Brasil e Estados Unidos podem chegar a “bons acordos”, mas negou que as tarifas aplicadas a produtos brasileiros sejam injustas. O tarifaço de 50% imposto pelos EUA, que começou a ser aplicado em agosto, foi um dos assuntos da reunião.  

A intenção de Lula era mostrar, por exemplo, que o país norte-americano tem superávit com o Brasil e que as taxações “não têm sustentação". O líder brasileiro chegou a pedir a suspensão das tarifas por um período de negociação.  

O norte-americano ressaltou que tem “respeito” por Lula e pelo Brasil e indicou a expectativa por um bom relacionamento. Ao comentar sobre a possibilidade de acordo, o líder dos EUA sinalizou que os dois lados podem oferecer algo, mas não adiantou condições.    

As sanções a autoridades brasileiras também foram levadas por Lula para a reunião. O governo dos EUA puniu, por exemplo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e sua esposa, a advogada Viviane Barci, com a Lei Magnitsky, que prevê bloqueios financeiros.  

Conversa com ‘saldo ótimo’, diz chanceler  

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que a reunião “foi muito positiva e produtiva”, e que “o saldo final é ótimo”. Ele acrescentou que Lula e Trump trataram de todos os assuntos pendentes entre os dois países em “uma conversa muito descontraída, muito alegre, até”.  

O chanceler declarou que as equipes dos dois presidentes devem se reunir ainda neste domingo para dar encaminhamento à negociação bilateral. "Nós esperamos em pouco tempo, em algumas semanas, concluir uma negociação bilateral que trate de cada um dos setores da atual tributação americana ao Brasil”, frisou.  

“O presidente Trump declarou admirar o perfil da carreira política do presidente Lula. Estabeleceram que haverá visitas recíprocas. O presidente Trump quer ir ao Brasil e o presidente Lula aceitou também, disse que irá com prazer aos Estados Unidos. O presidente Trump disse que admira o Brasil, que gosta imensamente do Brasil e do povo brasileiro”, destacou.