A ação violenta da Polícia Militar de São Paulo em um baile funk em Paraisópolis, zona sul da capital paulista, que resultou em ao menos nove pessoas mortas pisoteadas, continua repercutindo. A bancada do PT na Assembleia Legislativa paulista divulgou nota afirmando que vai acompanhar as apurações relativas ao caso.

“Há meses a Polícia Militar têm atacado os bailes funk, com apreensão de motos, carros e detenção de jovens, numa clara atuação preconceituosa e de marginalização da juventude negra periférica. Há cerca de um mês uma jovem perdeu a visão de um olho, alvejado com bala de borracha numa ação policial de opressão à baile funk”, diz a nota.

Os parlamentares afirmam que vão pedir explicações ao governador João Doria (PSDB). “Logo no início desta semana questionaremos o governador do Estado, secretário de segurança pública e comandante da PM e, acompanharemos com rigor este assombroso caso, para que estas mortes não caiam na vala da impunidade.”

Integrantes do Psol também se manifestaram. “Inadmissível o que ocorreu nessa madrugada em Paraisópolis. 9 pessoas mortas por pisoteamento em decorrência de uma operação policial num baile funk. Nosso mandato vai acionar o Ministério Público e cobrar explicações à PM. Nossa solidariedade às vitimas”, afirmou a deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP).

Já o ex-candidato à presidente da República Guilherme Boulos, também do Psol, se manifestou por meio de seu perfil no Twitter. “A ação da PM para ‘dispersar’ um baile funk em Paraisópolis deixou 9 mortos. Os relatos e vídeos são estarrecedores. Ainda há imagens de um espancamento covarde após a ação. Quando quem deveria proteger leva o terror há algo muito errado. Solidariedade às vítimas e familiares.”

Adolescentes espancados pela PM

O portal Uol divulgou um vídeo mostrando policiais militares espancando dois adolescentes após a ação no baile. Gravado por moradores, ele flagra PMs dando socos e pontapés, além de pisarem em dois garotos já dominados.

Em entrevista coletiva na tarde de hoje (1º), o porta-voz da PM, tenente-coronel Emerson Masseira, disse que algumas imagens divulgadas nas redes sociais  “sugerem excessos”.” O ouvidor das polícias, Benedito Mariano, disse que vai oficiar para que a Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo tome frente da investigação interna sobre a tragédia.