APÓS CRÍTICA

O presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, vereador Gabriel Azevedo (sem partido), rebateu as críticas feitas pelo prefeito Fuad Noman (PSD), nesta sexta-feira (14), sobre a abertura do processo que tenta romper o contrato firmado entre o Executivo e as empresas de ônibus. Para o parlamentar, Fuad age como se fosse "Silvio Santos" jogando "dinheiro para empresários".

Azevedo criticou o prefeito por chamar o processo de "precipitação inadequada" e o classificou como "lento". O vereador ainda desaprovou o pedido de novo subsídio, ressaltando o repasse de R$ 237,5 milhões às concessionárias efetuado nos últimos meses.

"O prefeito acha que Belo Horizonte é um programa de auditório e que ele é o Silvio Santos para jogar dinheiro para os empresários de ônibus sem pensar na população. Ele quer meio bilhão de reais para deixar tudo como está. Precipitação? Oras, ele teve um ano com subsídio emergencial para mudar o contrato. A prefeitura assinou um acordo com 17 itens e nada fez. Quando ele fala em precipitação, nota-se que ele, além de lento, está se lixando para o povo dentro dos ônibus", afirmou.

O presidente da Câmara também alegou que Fuad está deixando de lado o cargo de chefe do Executivo. Para ele, o imbróglio atual sobre a situação no transporte público da capital é uma novela mexicana de quinta categoria". 
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"A cada dia que passa, Fuad Noman vai se assemelhando mais a sócio de empresário de ônibus do que a um prefeito. Um prefeito deveria ter utilizado o período que teve para encontrar soluções calmas e ponderadas. Não fez de caso pensado para poder encenar agora uma novela mexicana de quinta categoria", criticou.

Por fim, o vereador garantiu que um novo subsídio só será aprovado mediante garantias de medidas, como congelamento da tarifa, tarifa-zero para vilas e favelas, passe livre estudantil integral, além da garantia na melhora da qualidade. Ele cobrou ainda maior agilidade do prefeito de BH. 

"A minha posição é: só vamos avançar nesse assunto mediante a garantia de congelamento da tarifa, tarifa-zero para vilas e favelas, passe livre estudantil integral, passe social, passe da saúde e passe para pessoas com deficiência, além da garantia na melhora da qualidade. Aliás, estive na Prefeitura essa semana com o Superintendente de Mobilidade, André Dantas, que achou minhas ponderações válidas. Só falta o prefeito ser mais veloz e acompanhar o ritmo que a cidade merece", afirmou. 

Novela

Mais cedo, em visita uma obra de pavimentação e drenagem urbana na comunidade Dandara, na região da Pampulha, o prefeito Fuad Noman (PSD), classificou como 'precipitação inadequada' o processo aberto na Câmara Municipal, na quinta-feira (13), para romper o contrato firmado entre o Executivo e as empresas de ônibus. 

Para Fuad, a medida tem o objetivo de "atrapalhar" a metrópole. "Uma precipitação inadequada. Não tem nenhum processo no Tribunal de Contas nem na Justiça sobre isso, então querer fazer isso é simplesmente querer atrapalhar a vida da cidade", criticou.

A fala de Fuad veio um dia após os vereadores iniciarem o processo para romper o contrato com as concessionárias. Conforme a CMBH, o primeiro passo agora será avaliar os documentos apresentados, trabalho que será feito pela comissão de mobilidade, presidida pelo vereador Bráulio Lara (Novo). Posteriormente serão feitas as convocações para ouvir testemunhas e buscar esclarecimentos.

O pedido de abertura de processo para romper o contrato das empresas de ônibus foi apresentado pelo próprio Gabriel Azevedo (sem partido). Na mensagem o parlamentar afirmou que avaliar a situação é um direito dos moradores de Belo Horizonte e um dever dos vereadores da capital.