Sem discursar em Contagem, nessa quinta-feira (27/6), o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), assumiu a palavra, devolveu os afagos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e adotou um tom eleitoral nesta sexta, em Belo Horizonte. Pacheco, que deixará a presidência do Senado em fevereiro de 2025, já reconheceu que Lula o quer como candidato ao governo de Minas Gerais. 

Pacheco, o penúltimo a discursar, afirmou que a visita de Lula e da primeira-dama Janja Lula da Silva tem várias dimensões. "A primeira, a dimensão de Lula no nosso Estado, onde sempre venceu as eleições presidenciais", lembrou. Ainda entre elas, segundo o senador, a perspectiva de futuro, "de um presidente comprometido com as soluções do Brasil, que passam por Minas Gerais". 

O presidente do Congresso Nacional, que se sentou ao lado de Lula, agradeceu publicamente aos elogios feitos pelo presidente da República em Contagem na quinta. "Fico feliz de ouvir essas palavras de um líder que defende um tema que todos nós temos que ter o compromisso, que é o combate à fome, e que tem um apreço por uma palavrinha que é muito importante: democracia. (...) Não há outro caminho que não seja democracia", apontou o senador. 

Em agenda na quinta, Lula fez elogios a Pacheco, disse que o convidou de última hora para integrar a comitiva e atribuiu o convite à articulação do senador para aprovar pautas do Planalto no Senado. "Todas as coisas que preciso aprovar, quando preciso, vou no Pacheco: 'ajuda a gente a votar', e ele está lá entregando", afirmou o presidente, que tem relação oposta com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). 

Pacheco ainda citou realizações do próprio mandato, como, por exemplo, a chegada de água potável no Norte de Minas por barragens, a instituição do Tribunal Regional Federal da 6° Região e a inclusão de 81 cidades na área atendida pela Sudene. "E a volta dos municípios mineiros ao mapa do Orçamento do governo federal", concluiu, fazendo referência a Lula.

Em meio às especulações de uma nova dobradinha com o PT nas eleições para o governo de Minas, o presidente do Congresso Nacional ainda fez uma saudação especial ao deputado federal Patrus Ananias (PT), de quem "já fui eleitor algumas vezes". Segundo Pacheco, é necessário reconhecer a histórias das pessoas e Patrus é "um grande homem público".

Os acenos de Lula foram devolvidos por Pacheco diante da presença do vice-governador Mateus Simões (Novo). Após se queixar publicamente de não ter tido espaço em Contagem na quinta, Simões discursou nesta sexta em Belo Horizonte, chegou a ser vaiado e Lula precisou intervir para conter os protestos contra o governo Romeu Zema (Novo).