ELEIÇÕES 2024

“Você aprova a alteração da bandeira de Belo Horizonte?”. Esta pergunta irá aparecer em todas as urnas eletrônicas da capital mineira em 6 de outubro. O questionamento será realizado junto com as eleições que vão definir o novo prefeito e os 41 vereadores que farão parte da Câmara Municipal. A aprovação da proposta por referendo é a condição para que a Lei 11.559, aprovada pelo Legislativo municipal em 31 de julho de 2023, entre em vigor.

O Estado de Minas conversou com os 10 candidatos e candidatas à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para saber a opinião de cada um sobre essa possível alteração. Entre os postulantes ao cargo, a bandeira vigente foi defendida por seis votos contra dois favoráveis à troca. Outros dois ainda não se decidiram ou se abstiveram de comentar.

Três dos candidatos que foram contrários alegam que a bandeira proposta retira a Serra do Curral, símbolo da capital mineira, e que por isso preferem que seja mantida a anterior. O deputado federal Rogério Correia (PT) se classificou, aos risos, como conservador em relação ao tema.

“Não quero que mude não! Nesse caso, eu sou meio conservador. Deixa a bandeira antiga. Nós já estamos acostumados com ela, tem a Serra do Curral, tem símbolos importantes nela”, comentou o petista.

A manutenção da imagem da formação rochosa também foi defendida pelos candidatos Indira Xavier (UP) e Wanderson Rocha (PSTU). “Não foi amplamente debatida com a população e a proposta retira a Serra do Curral que é o símbolo da nossa cidade”, comentou Indira Xavier.

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Comparação entre a nova bandeira sugerida para BH (à esquerda) e a atual bandeira usada pela cidade (à direita) /Divulgação / CMBH

O candidato do PSTU criticou também os vereadores que aprovaram a lei que deu origem ao referendo. “Retira o que simboliza a Serra do Curral que está hoje presente na nossa bandeira. Se aprovar esse referendo, diz a quem eles estão a serviço”. Nos últimos anos, vem sendo travada uma verdadeira batalha nos tribunais sobre a exploração mineral do local. As licenças para a realização das atividades têm sido questionadas em outros poderes, como na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Elogios ao modelo atual

O apresentador e deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) se posicionou contra a nova bandeira. “A bandeira de Belo Horizonte sempre existiu. Pra que mudar? Está linda! Ela é linda! Pra que mudar?”, afirmou.

O deputado estadual Bruno Engler (PL) afirmou que as duas bandeiras são belas, mas que a cidade tem outras prioridades e que as mudanças decorrentes da aprovação da nova imagem não fazem sentido. “Belo Horizonte tem tanto problema para resolver que a gente vai ficar se preocupando com bandeira? A nossa bandeira é bonita. A nova é bonita também. Na hora de votar, eu vou votar para manter a bandeira atual. Nem justifica essa mudança de ter que retirar as bandeiras antigas, confeccionar bandeiras novas”, argumentou.

Posição similar à da deputada federal Duda Salabert (PDT). “Belo Horizonte tem outras prioridades. O dinheiro que está sendo investido para fazer um plebiscito poderia estar sendo investido na saúde, educação… tem outras questões mais urgentes. Fica a proposta: no dia que zerar a fila de cirurgias eletivas, vamos discutir a bandeira”, comentou. Atualmente, cerca de 28 mil pessoas aguardam pela realização de algum procedimento na capital mineira.

Troca é defendida

Um dos grandes entusiastas da proposta, o presidente da Câmara Gabriel Azevedo (MDB) defendeu o voto favorável à nova bandeira. “É importante dizer que Belo Horizonte não tem uma bandeira. O que nós temos é um brasão. O Brasil tem um brasão: que é uma estrela, ramo de tabaco, café, uma espada; e tem a bandeira, com losango amarelo e círculo azul. Minas tem um brasão: picaretas, luminária; e tem uma bandeira, com triângulo vermelho com 'Libertas quae será tamen'. Belo Horizonte tem um brasão e aplicaram em um pano branco. Nós precisamos ter um brasão e uma bandeira. A ideia do designer Gabriel Figueiredo é muito boa. Ele pega o miolo do brasão e valoriza a Serra do Curral com o verde, o céu azul e o sol do jeito que uma criança pode desenhar”, justificou.