No programa Sua Excelência, O Fato de hoje (2) (link abaixo para a íntegra do programa) o jornalista Luís Costa Pinto revelou o papel estratégico que foi dado ao general Eduardo Pazuello em seu regresso ao governo federal: conectar o bolsonarismo e o Palácio do Planalto com o baixo oficialato e com determinados comandos de Polícias Militares nos estados. Estabelecer a ligação direta de Bolsonaro e de seus filhos, de forma constante e estratégica, com policiais militares nas diversas unidades da federação. A violenta, desmedida, e repugnante repressão da PM de Pernambuco aos protestos pacíficos do último sábado, o “Fora, Bolsonaro” de 29 de maio que deixou dois cidadãos cegos de um olho – em razão de tiros desferidos por policiais militares – e lançou spray de pimenta contra o rosto da vereadora do Recife Liana Cirne (PT), foi a ponta do iceberg que do plano golpista de Bolsonaro.

Assumir o comando centralizado de facções das polícias militares em diversos estados e no Distrito Federal dá ao presidente da República a milícia armada com a qual ele pretende esgrimir poder e arrogância contra o Alto Comando do Exércio que se reúne hoje e insistirá na punição a Eduardo Pazuello. O general participou de ato político de apoio ao próprio Bolsonaro, no Rio, e falou aos presentes, em flagrante desrespeito ao Código Militar. Os generais de 4 estrelas – todos superiores a Pazuello – insistem na punição ao ex-ministro da Saúde. De volta ao governo, instalado no Palácio, Pazuello trabalhará em conjunto com o almirante Fla´vio Rocha – também da ativa. Rocha é o Secretário de Assuntos Estratégicos do governo federal. “Esse é um projeto, e isso é muito perigoso”, alertou o jornalista Fábio Pannunzio, da TV Democracia, que também participou do programa.

Leonardo Attuch, da TV 247, que também esteve no Sua Excelência, O Fato, cobrou o repúdio público e explícito de Rubens Menin, controlador da CNN Brasil a Jair Bolsonaro. O presidente da República xingou a jornalista Daniela Lima, âncora da CNN de Menin, de “quadrúpede” e açulou as falanges milicianas do bolsonarismo contra a repórter. Lima passa a correr risco real e se torna vulnerável a ataques insanos de bolsonaristas – inclusive dos tais “guardas da esquina” como os PMs criminosos de Pernambuco ou de Goiás (aonde um tenente da polícia militar deu voz de prisão a um professor que carregava em seu carro uma faixa chamando Bolsonaro de genocida).