Um dos cotados para assumir o Ministério da Saúde no lugar do ministro Luiz Henrique Mandetta, o oncologista Nelson Teich é defensor do isolamento horizontal como forma de conter os avanços da epidemia do novo coronavírus. A tese se contrapõe à postura do presidente Jair Bolsonaro, que propõe o chamado isolamento vertical, isto é, aquele que mantém em quarentena apenas pessoas do grupo de risco, como idosos e pacientes com doenças prévias, as chamadas comorbidades.

Formado em medicina pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Nelson Teich foi consultor informal para a área de saúde na equipe do presidente Jair Bolsonaro durante a campanha de 2018. Fundador e presidente do grupo Clínicas Oncológicas Integradas (COI), ele também assessorou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Denizar Vianna, de setembro de 2019 a janeiro de 2020.


Em um artigo publicado no início de abril, intitulado “COVID-19: Como conduzir o Sistema de Saúde e o Brasil“, Teich afirma que “diante da falta de informações detalhadas e completas do comportamento, da morbidade e da letalidade da Covid-19, e com a possibilidade do Sistema de Saúde não ser capaz de absorver a demanda crescente de pacientes, a opção pelo isolamento horizontal, onde toda a população que não executa atividades essenciais precisa seguir medidas de distanciamento social, é a melhor estratégia no momento”. O oncologista acrescenta que “o isolamento horizontal é uma estratégia que permite ganhar tempo para entender melhor a doença e para implantar medidas que permitam a retomada econômica do país”.