BRASÍLIA - "Está praticamente consolidado o segundo turno entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro e estamos muito perto de decretar isso de maneira definitiva". Foi que disse na manhã desta quinta Marcos Coimbra, sócio-fundador do instituto de pesquisas Vox Populi, um dos mais renomados do país, numa longa entrevista ao programa Giro das 11, na TV 247, aos jornalistas Leonardo Attuch e Mauro Lopes.
Ele falou amplamente sobre a pesquisa Vox Populi para as eleições presidenciais, divulgada poucas horas antes (veja aqui), na qual Haddad aparece xcom 22% das intenções de voto, seguido por Jair Bolsonaro com 18%, Ciro (10%), Marina Silva (5%) e Alckmin (4%). Para ele, o cenário desta eleição era "totalmente previsível" e apenas um enorme acidente de percurso poderá mudar a rota já claramente definida.
Bolsonaro está sólido: "O lugar da direita está ocupado pelo Jair Bolsonaro, com esse enraizamento que ele tem no eleitorado popular e nenhum outro nome da centro-direita e da direita chega nem perto do que ele tem de presença no povo". Para Coimbra, depois da facada, houve uma pequena elevação da intenção de voto em Bolsonaro "que, se não elevou seu teto, ao menos elevou seu piso" assegurando-lhe uma das vagas no segundo turno.
No cenário atual, o sociólogo e pesquisador considera pouco provável que Haddad consiga vencer já no primeiro turno. E considera difícil que Ciro possa ameaçar sua posição. "Ciro cresceu até 10% no vácuo da definição do nome indicado por Lula, e é natural que ele retorne ao patamar anterior (ao redor de 6%) na medida em que o conhecimento de que Haddad é o candidato apoiado por Lula se dissemine", afirmou Coimbra.
Ele afirmou ainda que a situação de Alckmin e Marina é quase irreversível e que o ex-governador de São Paulo corre o risco de ficar empatado ou mesmo atrás dos outros candidatos de direita, João Amôedo e Henrique Meirelles.