O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitará Paris nos dias 22 e 23 de junho para participar em uma reunião de cúpula sobre um novo pacto financeiro mundial e terá um encontro bilateral com o presidente francês, Emmanuel Macron, informaram fontes dos governos dos dois países.

O objetivo do encontro de cúpula, uma iniciativa da França, é ambicioso: reformar a arquitetura das finanças mundiais para responder em melhores condições aos desafios das mudanças climáticas. 

Macron expressou "satisfação" por receber o homólogo brasileiro em uma reunião internacional que "pretende que nenhum país tenha que escolher entre lutar contra a pobreza e atuar em favor do clima e da natureza, com o objetivo de que as condições da transição sejam acessíveis a todos", afirmou o Palácio do Eliseu.

Vários participantes já confirmaram presença na reunião: Ajay Banga, presidente do Banco Mundial, Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, Olaf Scholz, chanceler da Alemanha, Mia Mottley, primeira-ministra de Barbados, e Filipe Nyusi, presidente de Moçambique.

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, também estará presente, segundo uma fonte diplomática.

O presidente brasileiro, 77 anos, estará em Paris nos "dias 22 e 23" de junho e manterá uma "reunião bilateral com Macron", indicou a fonte do Palácio do Planalto. 

"A luta contra o aquecimento global, a preservação da biodiversidade e contribuir para a resolução de crises internacionais estarão na agenda do encontro", afirmou a presidência francesa.

Lula e Macron já se encontraram na cúpula do G7, em Hiroshima, Japão, em 20 de maio, quando conversaram sobre a cooperação bilateral em defesa e a ampliação de intercâmbios "no campo cultural", além da guerra da Rússia na Ucrânia, segundo a presidência do Brasil.

Em conversa telefônica em janeiro, Lula convidou Macron para visitar o país e conhecer, no Rio de Janeiro, o estaleiro onde é construído um submarino a propulsão nuclear, fruto da cooperação entre os dois países.

Até agora, a presidência francesa não anunciou nenhuma data de viagem ao Brasil.

O retorno de Lula ao poder, em janeiro, reatou os laços entre o Brasil e a França.

Macron e o ex-presidente Jair Bolsonaro não tiveram boas relações, especialmente pela gestão criticada de Bolsonaro da proteção da Amazônia, considerada um recurso-chave na corrida para conter a mudança climática.

Um dia antes das atividades de Lula em Paris, o presidente se encontrará com o papa Francisco no Vaticano, confirmou a assessoria presidencial.

Francisco e Lula conversaram na quarta-feira por telefone sobre a defesa da paz na Ucrânia e o combate à pobreza, em um diálogo no qual o mandatário brasileiro convidou o pontífice a visitar o Brasil.