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O certificado, que será entregue a Lula pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes, é a formalização da Justiça Eleitoral de que o presidente do Brasil entre 2003 e 2010 estará apto para assumir o terceiro mandato a partir de 1º janeiro de 2023.
Em 14 de dezembro de 2002, Lula e o então vice-presidente eleito José Alencar Gomes da Silva foram diplomados pelo TSE em cerimônia que reuniu mais de 500 convidados na capital federal. Na ocasião, Lula rompeu todas as formalidades e se comoveu. Com a voz embargada e olhos marejados, expressou a emoção de chegar ao mais alto posto do Poder Executivo, após três derrotas nas campanhas presidenciais de 1989, 1994 e 1998. Naquele fim de 2002, o petista comentou a emoção de ser o 37º presidente da República, o primeiro sem formação universitária da história do país.
"Se havia alguém no Brasil que duvidava que um torneiro mecânico, saído de uma fábrica, [...] chegasse à Presidência da República, 2002 provou exatamente o contrário. E eu, que, durante tantas vezes fui acusado de não ter um diploma superior, ganho como meu primeiro diploma, o diploma de presidente da República do meu país", afirmou, entre choros e aplausos.
Durante a cerimônia, Lula ainda disse que, "em razão do protocolo rígido", tinha trazido um discurso escrito para poder respeitar o tempo previsto para sua fala. Porém, ele abandonou o texto e improvisou. "Cinco minutos eu normalmente uso só para dizer que estou concluindo e falo depois por mais meia hora", brincou antes de começar a ler. "Parabenizo, e nunca me cansarei de fazê-lo, o povo brasileiro e também as autoridades do TSE pelo zelo na condução das eleições", agradeceu Lula depois da diplomação.
O ex-ministro Nelson Jobim, então presidente do TSE, comentou o depoimento do petista. "As palavras de Lula demonstraram que temos um presidente sensível e preocupado, e teremos um grande futuro para o país."
A diplomação emocionada do presidente eleito do Brasil, em 2002, comoveu o país em geral e os políticos. Um deles foi o deputado Valdemar Costa Neto, que já era presidente do PL, atual partido do presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar confessou-se emocionado com o discurso de Lula, dizendo que ele resumiu o sentimento de muitos brasileiros que não têm acesso à educação. O ex-governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola, um dos fundadores do PDT, considerou as palavras de Lula uma espécie de resposta e de reprovação às elites brasileiras, na época.
Neste ano, Lula foi eleito novamente, e, desta vez, em uma eleição apertada e polarizada, porém com mais influência. Moraes atendeu ao pedido de Lula e do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), uma semana antes do prazo final, 19 de dezembro.
A diplomação de Bolsonaro, em 2018, também ocorreu antes da data limite definida pelo tribunal, em 10 de dezembro. Na cerimônia em que a Justiça Eleitoral confirma oficialmente o resultado das urnas, após o término do prazo de questionamentos, o atual chefe do Executivo elogiou o trabalho do TSE, órgão que se tornou alvo frequente de seus ataques.
Em conversa com lideranças do MDB, Lula afirmou que pretendia aguardar a diplomação para divulgar os nomes da maioria de seus futuros ministros do novo governo. Na sexta-feira, porém, antecipou o anúncio oficial de cinco ministros: José Múcio Monteiro, na Defesa; Fernando Haddad, na Fazenda; Flávio Dino, na Justiça e Segurança Pública; Rui Costa, na Casa Civil; e Mauro Vieira, nas Relações Exteriores.
Nova companheira na posse
Na cerimônia de diplomação de segunda-feira, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá uma nova companheira, a socióloga Rosângela Silva, a Janja, como prefere ser chamada. Casaram-se em maio deste ano, e ela trabalhou com afinco durante a campanha eleitoral.
Lula estava viúvo desde 2017, quando a ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva, com quem foi casado por 43 anos e estava ao lado dele em todos os eventos oficiais, morreu de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Em 2002, na cerimônia da diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marisa Letícia viu o marido chorar e ouviu seus agradecimentos. Dentro de um vestido feito pelo estilista Walter Rodrigues, a então primeira-dama usava a cor da bandeira do Brasil, em um modelo azul em crepe, com apliques no busto e mangas feitos por artesãs da ONG brasiliense Apoena. "Porque a Marisa é assim: gosta de valorizar a identidade brasileira. Preparei um dossiê de cada cooperativa que trabalha com meu ateliê e entreguei a ela", afirmou o estilista, na época.
Janja, por sua vez, vem dando mostras de que não será uma primeira-dama "decorativa", como alguns opositores se referiam a Marisa Letícia. Durante a campanha, foi uma figura quase onipresente e peça-chave na acirrada disputa ao Palácio do Planalto. A futura primeira-dama cuidou não apenas do bem-estar de Lula, mas também das agendas do presidente eleito e até das estratégias nas redes sociais.
A socióloga é responsável pela coordenação da posse e da organização de um festival que terá início em 1º de janeiro de 2023, que ocorrerá após a cerimônia no Planalto. Ela ainda não comentou sobre a roupa que usará na ocasião, mas demonstrou o desejo de que o marido suba a rampa do Palácio Planalto ao lado de Resistência, a vira-lata adotada pelo casal. A cadela passou os 580 dias da prisão do petista na vigília montada em frente à Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba.
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O certificado, que será entregue a Lula pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes, é a formalização da Justiça Eleitoral de que o presidente do Brasil entre 2003 e 2010 estará apto para assumir o terceiro mandato a partir de 1º janeiro de 2023.
Em 14 de dezembro de 2002, Lula e o então vice-presidente eleito José Alencar Gomes da Silva foram diplomados pelo TSE em cerimônia que reuniu mais de 500 convidados na capital federal. Na ocasião, Lula rompeu todas as formalidades e se comoveu. Com a voz embargada e olhos marejados, expressou a emoção de chegar ao mais alto posto do Poder Executivo, após três derrotas nas campanhas presidenciais de 1989, 1994 e 1998. Naquele fim de 2002, o petista comentou a emoção de ser o 37º presidente da República, o primeiro sem formação universitária da história do país.
"Se havia alguém no Brasil que duvidava que um torneiro mecânico, saído de uma fábrica, [...] chegasse à Presidência da República, 2002 provou exatamente o contrário. E eu, que, durante tantas vezes fui acusado de não ter um diploma superior, ganho como meu primeiro diploma, o diploma de presidente da República do meu país", afirmou, entre choros e aplausos.
Durante a cerimônia, Lula ainda disse que, "em razão do protocolo rígido", tinha trazido um discurso escrito para poder respeitar o tempo previsto para sua fala. Porém, ele abandonou o texto e improvisou. "Cinco minutos eu normalmente uso só para dizer que estou concluindo e falo depois por mais meia hora", brincou antes de começar a ler. "Parabenizo, e nunca me cansarei de fazê-lo, o povo brasileiro e também as autoridades do TSE pelo zelo na condução das eleições", agradeceu Lula depois da diplomação.
O ex-ministro Nelson Jobim, então presidente do TSE, comentou o depoimento do petista. "As palavras de Lula demonstraram que temos um presidente sensível e preocupado, e teremos um grande futuro para o país."
A diplomação emocionada do presidente eleito do Brasil, em 2002, comoveu o país em geral e os políticos. Um deles foi o deputado Valdemar Costa Neto, que já era presidente do PL, atual partido do presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar confessou-se emocionado com o discurso de Lula, dizendo que ele resumiu o sentimento de muitos brasileiros que não têm acesso à educação. O ex-governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola, um dos fundadores do PDT, considerou as palavras de Lula uma espécie de resposta e de reprovação às elites brasileiras, na época.
Neste ano, Lula foi eleito novamente, e, desta vez, em uma eleição apertada e polarizada, porém com mais influência. Moraes atendeu ao pedido de Lula e do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), uma semana antes do prazo final, 19 de dezembro.
A diplomação de Bolsonaro, em 2018, também ocorreu antes da data limite definida pelo tribunal, em 10 de dezembro. Na cerimônia em que a Justiça Eleitoral confirma oficialmente o resultado das urnas, após o término do prazo de questionamentos, o atual chefe do Executivo elogiou o trabalho do TSE, órgão que se tornou alvo frequente de seus ataques.
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Nova companheira na posse
Na cerimônia de diplomação de segunda-feira, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá uma nova companheira, a socióloga Rosângela Silva, a Janja, como prefere ser chamada. Casaram-se em maio deste ano, e ela trabalhou com afinco durante a campanha eleitoral.
Lula estava viúvo desde 2017, quando a ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva, com quem foi casado por 43 anos e estava ao lado dele em todos os eventos oficiais, morreu de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Em 2002, na cerimônia da diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marisa Letícia viu o marido chorar e ouviu seus agradecimentos. Dentro de um vestido feito pelo estilista Walter Rodrigues, a então primeira-dama usava a cor da bandeira do Brasil, em um modelo azul em crepe, com apliques no busto e mangas feitos por artesãs da ONG brasiliense Apoena. "Porque a Marisa é assim: gosta de valorizar a identidade brasileira. Preparei um dossiê de cada cooperativa que trabalha com meu ateliê e entreguei a ela", afirmou o estilista, na época.
Janja, por sua vez, vem dando mostras de que não será uma primeira-dama "decorativa", como alguns opositores se referiam a Marisa Letícia. Durante a campanha, foi uma figura quase onipresente e peça-chave na acirrada disputa ao Palácio do Planalto. A futura primeira-dama cuidou não apenas do bem-estar de Lula, mas também das agendas do presidente eleito e até das estratégias nas redes sociais.
A socióloga é responsável pela coordenação da posse e da organização de um festival que terá início em 1º de janeiro de 2023, que ocorrerá após a cerimônia no Planalto. Ela ainda não comentou sobre a roupa que usará na ocasião, mas demonstrou o desejo de que o marido suba a rampa do Palácio Planalto ao lado de Resistência, a vira-lata adotada pelo casal. A cadela passou os 580 dias da prisão do petista na vigília montada em frente à Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba.