MEMÓRIA

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi às redes sociais relembrar o aniversário de 61 anos do golpe militar de 1964, completados nesta segunda-feira (31), que deram início a uma ditadura no país.

“Hoje é dia de lembrarmos da importância da democracia, dos direitos humanos e da soberania do povo para escolher nas urnas seus líderes e traçar o seu futuro. E de seguirmos fortes e unidos em sua defesa contra as ameaças autoritárias que, infelizmente, ainda insistem em sobreviver”, publicou.

Lula ainda disse que não existem caminhos “fora da democracia” para que o Brasil se torne um país “mais justo e menos desigual”. “Não existe um verdadeiro desenvolvimento inclusivo sem que a voz do povo seja ouvida e respeitada. Não existe justiça sem a garantia de que as instituições sejam sólidas, harmônicas e independentes”, continuou.

O presidente, por fim, classificou a ditadura militar como “períodos sombrios” da história do país, ressaltando que desde o fim do governo militar,em 1985, o país vive um “regime democrático e de liberdades, que se tornou ainda mais forte e vivo com a Constituição Federal de 1988.” 

“Esta é uma trajetória que, tenho certeza, continuaremos seguindo. Sem nunca retroceder”, concluiu o presidente.

Hoje é dia de lembrarmos da importância da democracia, dos direitos humanos e da soberania do povo para escolher nas urnas seus líderes e traçar o seu futuro. E de seguirmos fortes e unidos em sua defesa contra as ameaças autoritárias que, infelizmente, ainda insistem em…

— Lula (@LulaOficial) March 31, 2025

No atual mandato, este é o primeiro ano em que Lula se manifesta publicamente sobre o aniversário do golpe militar. No entanto, o texto foi escrito com cautela, tem evitando usar palavras como “golpe” e “ditadura”, em acordo com o Ministério da Defesa. Desde que voltou ao poder, o presidente vem tentando não se envolver em possíveis atritos com as Forças Armadas.

A postura é oposta ao que a Defesa adotou durante os quatro anos de governo Jair Bolsonaro, quando fez questão de publicar notas de exaltação ao golpe. Os textos eram lidos em eventos formais nos quartéis e clubes militares pelo país.

O governo Lula avaliava a realização de um evento no qual faria um pedido formal de desculpas, em nome do Estado brasileiro, aos familiares de desaparecidos e assassinados políticos durante a ditadura militar, mas ainda não há previsão de que isso aconteça.

Na última segunda-feira (24), porém, a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, participou de uma cerimônia com um pedido público de desculpas em Perus, um distrito da zona noroeste do município de São Paulo. No local, foi descoberto, em 1990, um cemitério clandestino com restos mortais de vítimas do regime militar.

A cerimônia é fruto de um acordo de conciliação após uma ação movida pelo Ministério Público Federal, em 2019, contra a União, o Estado de São Paulo, a USP, a UFMG e a Unicamp pela “negligência” na condução dos trabalhos de identificação das vítimas.