array(31) {
["id"]=>
int(171908)
["title"]=>
string(92) "Lula prepara ofensiva para dialogar com empresários e expor Bolsonaro como pai do tarifaço"
["content"]=>
string(10413) "(FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) deverá ter mais exposição, dar mais entrevistas e procurar empresários após Donald Trump anunciar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros em represália a decisões do STF (Supremo Tribunal Federal).
Para auxiliares do presidente, a sobretaxa do Governo dos EUA dá força ao discurso de combate a privilégios encampado pelo governo brasileiro.
A ideia é usar a imagem de Trump como a personificação da injustiça social e do desrespeito à soberania, associando a ele o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e também seu afilhado político, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cotado para a disputa presidencial de 2026.
O perfil de Lula no X publicou neste sábado (12) um card com a bandeira do Brasil e assinatura de Lula. "O povo brasileiro precisa ser respeitado", diz o texto, que também ressalta a soberania e proteção das empresas.
"A justiça brasileira precisa ser respeitada. Somos um país grande, soberano, e de tradições diplomáticas históricas com todos os países. O Brasil vai adotar as medidas necessárias para proteger seu povo e suas empresas", completa.
Um dos materiais que fazem parte da campanha e a que a reportagem teve acesso é um vídeo com a temática da soberania.
"O Brasil é um país soberano. E um país soberano é um país independente, que respeita suas leis. Um país soberano protege seu povo e sua democracia. Um país soberano não baixa a cabeça para outros países. E ser contra nossa soberania é ser contra o Brasil", diz o narrador, em meio a imagens de florestas, plantações, bandeiras do Brasil, além de homens, mulheres e crianças.
A gravação conta inclusive com uma breve expressão em inglês. "É my friend [meu amigo], aqui quem manda é a gente. O Brasil é soberano, o Brasil é dos brasileiros. Governo do Brasil."
A partir de agosto, o governo também planeja adotar um novo slogan baseado no conceito de defesa dos mais pobres.
O desafio da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência) é tentar ampliar o alvo dessa campanha, na tentativa de convencer que, ao falar em desfavorecidos, não se refere apenas aos beneficiários de programas sociais.
Trump anunciou a sobretaxa aos produtos brasileiros na quarta-feira (9) da semana passada, em carta na qual afirma que Bolsonaro é perseguido pela Justiça brasileira -o ex-presidente é réu em uma ação no STF na qual é acusado de liderar uma trama golpista em 2022 para impedir a posse de Lula.
A medida de Trump foi comemorada publicamente pelos bolsonaristas. Nesta sexta (11), o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, publicou texto em que vincula qualquer negociação sobre as tarifas a uma "anistia ampla, geral e irrestrita".
A carta do presidente americano e a reação dos apoiadores de Bolsonaro propiciaram ao governo o discurso de que o ex-presidente conspirou contra a economia brasileira e tem o apoio de Tarcísio.
Apesar dos danos à economia e da necessidade de uma reação diplomática exitosa, a retaliação americana foi recebida no Palácio do Planalto também como uma oportunidade política para reforçar o discurso de que Lula enfrenta interesses de poderosos na busca por justiça tributária.
Nesse esforço de comunicação, ministérios foram incentivados a encaminhar à Secom ações governamentais que sirvam de exemplo de enfrentamento à desigualdade.
Também foram orientados a divulgar em seu site o vídeo sobre ressarcimento a beneficiários do INSS que sofreram descontos sem prévia autorização. Nas palavras de um ministro, a tática do "nós contra eles" não tem mais volta.
Representantes de agências de publicidade com conta no governo federal foram chamados na quinta-feira (10) para uma conversa sobre esse novo conceito.
Nesta próxima semana, a avaliação de Trump será objeto de pesquisa encomendada pela Presidência para nortear a comunicação e as medidas a serem adotadas pelo governo. Em abril, uma sondagem mostrou que apenas 20% dos entrevistados estariam ao lado do governo americano na disputa travada contra a China.
O plano do ministro Sidônio Palmeira, da Secom, prevê que Lula conceda mais entrevistas. Sidônio já vinha insistindo para que ele abrisse sua agenda à imprensa, a começar pelas emissoras de TV. A tentativa de interferência americana no Judiciário reforçou seus argumentos.
Lula concedeu duas entrevistas a emissoras já na quinta-feira, à Record e à Globo. Disse que Bolsonaro deveria assumir a responsabilidade porque concorda com as tarifas de Trump, mencionou a soberania do Brasil e instou Trump a respeitar a Justiça brasileira.
Na noite de quarta, durante reunião com ministros no Palácio do Planalto, o chanceler Mauro Vieira chegou a sugerir que a resposta ficasse a cargo do Itamaraty. Prevaleceu o argumento, defendido por Sidônio, de que aquela era uma agressão política às instituições brasileiras e caberia uma resposta do presidente.
Na reunião, avaliou-se a possibilidade de convocação de rede de rádio e TV para um pronunciamento. A proposta foi descartada.
Além da associação de Bolsonaro a ameaças à economia brasileira, o governo deverá investir na vinculação da crise a Tarcísio, que já vestiu boné com o lema de Trump e, dias antes do anúncio da tarifa, reverberou mensagem do republicano endossando o discurso de que Bolsonaro é perseguido.
Na sexta, o governador buscou amenizar o desgaste e fez uma rodada de conversas que incluiu Bolsonaro, ministros do STF e o chefe da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil.
Lula tem sido encorajado a conversar com setores da economia, e a ideia é ampliar a comunicação com empresariado e o agronegócio.
Com a investida, o governo pretende estabelecer pontes com setores simpáticos a Tarcísio. Segundo aliados do presidente, ele não nutre a ambição de convertê-los a seus eleitores, mas pretende contar com o apoio em defesa dos interesses nacionais.
Ex-governador de São Paulo, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) deve ter protagonismo depois de ser escalado para essa negociação com empresariado.
A pedido do presidente, deverá ser convocado o Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, composto por empresários e representantes da sociedade civil.
O governo também avalia a convocação do conselho integrado por governadores para discutir o impacto do tarifaço sobre a economia de seus estados.
"
["author"]=>
string(6) "Minas1"
["user"]=>
NULL
["image"]=>
array(6) {
["id"]=>
int(628510)
["filename"]=>
string(19) "lulatarifas (1).png"
["size"]=>
string(6) "564457"
["mime_type"]=>
string(9) "image/png"
["anchor"]=>
NULL
["path"]=>
string(4) "aaa/"
}
["image_caption"]=>
string(8) "© Getty"
["categories_posts"]=>
NULL
["tags_posts"]=>
array(0) {
}
["active"]=>
bool(true)
["description"]=>
string(457) "A ideia é usar a imagem de Trump como a personificação da injustiça social e do desrespeito à soberania, associando a ele o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e também seu afilhado político, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cotado para a disputa presidencial de 202
"
["author_slug"]=>
string(6) "minas1"
["views"]=>
int(75)
["images"]=>
NULL
["alternative_title"]=>
string(0) ""
["featured"]=>
bool(true)
["position"]=>
int(0)
["featured_position"]=>
int(0)
["users"]=>
NULL
["groups"]=>
NULL
["author_image"]=>
NULL
["thumbnail"]=>
NULL
["slug"]=>
string(90) "lula-prepara-ofensiva-para-dialogar-com-empresarios-e-expor-bolsonaro-como-pai-do-tarifaco"
["categories"]=>
array(1) {
[0]=>
array(9) {
["id"]=>
int(431)
["name"]=>
string(9) "Política"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(8) "politica"
}
}
["category"]=>
array(9) {
["id"]=>
int(431)
["name"]=>
string(9) "Política"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(8) "politica"
}
["tags"]=>
NULL
["created_at"]=>
object(DateTime)#539 (3) {
["date"]=>
string(26) "2025-07-13 19:05:28.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["updated_at"]=>
object(DateTime)#546 (3) {
["date"]=>
string(26) "2025-07-13 19:05:28.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["published_at"]=>
string(25) "2025-07-13T19:10:00-03:00"
["group_permissions"]=>
array(4) {
[0]=>
int(1)
[1]=>
int(4)
[2]=>
int(2)
[3]=>
int(3)
}
["image_path"]=>
string(23) "aaa/lulatarifas (1).png"
}
(FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) deverá ter mais exposição, dar mais entrevistas e procurar empresários após Donald Trump anunciar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros em represália a decisões do STF (Supremo Tribunal Federal).
Para auxiliares do presidente, a sobretaxa do Governo dos EUA dá força ao discurso de combate a privilégios encampado pelo governo brasileiro.
A ideia é usar a imagem de Trump como a personificação da injustiça social e do desrespeito à soberania, associando a ele o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e também seu afilhado político, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cotado para a disputa presidencial de 2026.
O perfil de Lula no X publicou neste sábado (12) um card com a bandeira do Brasil e assinatura de Lula. "O povo brasileiro precisa ser respeitado", diz o texto, que também ressalta a soberania e proteção das empresas.
"A justiça brasileira precisa ser respeitada. Somos um país grande, soberano, e de tradições diplomáticas históricas com todos os países. O Brasil vai adotar as medidas necessárias para proteger seu povo e suas empresas", completa.
Um dos materiais que fazem parte da campanha e a que a reportagem teve acesso é um vídeo com a temática da soberania.
"O Brasil é um país soberano. E um país soberano é um país independente, que respeita suas leis. Um país soberano protege seu povo e sua democracia. Um país soberano não baixa a cabeça para outros países. E ser contra nossa soberania é ser contra o Brasil", diz o narrador, em meio a imagens de florestas, plantações, bandeiras do Brasil, além de homens, mulheres e crianças.
A gravação conta inclusive com uma breve expressão em inglês. "É my friend [meu amigo], aqui quem manda é a gente. O Brasil é soberano, o Brasil é dos brasileiros. Governo do Brasil."
A partir de agosto, o governo também planeja adotar um novo slogan baseado no conceito de defesa dos mais pobres.
O desafio da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência) é tentar ampliar o alvo dessa campanha, na tentativa de convencer que, ao falar em desfavorecidos, não se refere apenas aos beneficiários de programas sociais.
Trump anunciou a sobretaxa aos produtos brasileiros na quarta-feira (9) da semana passada, em carta na qual afirma que Bolsonaro é perseguido pela Justiça brasileira -o ex-presidente é réu em uma ação no STF na qual é acusado de liderar uma trama golpista em 2022 para impedir a posse de Lula.
A medida de Trump foi comemorada publicamente pelos bolsonaristas. Nesta sexta (11), o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, publicou texto em que vincula qualquer negociação sobre as tarifas a uma "anistia ampla, geral e irrestrita".
A carta do presidente americano e a reação dos apoiadores de Bolsonaro propiciaram ao governo o discurso de que o ex-presidente conspirou contra a economia brasileira e tem o apoio de Tarcísio.
Apesar dos danos à economia e da necessidade de uma reação diplomática exitosa, a retaliação americana foi recebida no Palácio do Planalto também como uma oportunidade política para reforçar o discurso de que Lula enfrenta interesses de poderosos na busca por justiça tributária.
Nesse esforço de comunicação, ministérios foram incentivados a encaminhar à Secom ações governamentais que sirvam de exemplo de enfrentamento à desigualdade.
Também foram orientados a divulgar em seu site o vídeo sobre ressarcimento a beneficiários do INSS que sofreram descontos sem prévia autorização. Nas palavras de um ministro, a tática do "nós contra eles" não tem mais volta.
Representantes de agências de publicidade com conta no governo federal foram chamados na quinta-feira (10) para uma conversa sobre esse novo conceito.
Nesta próxima semana, a avaliação de Trump será objeto de pesquisa encomendada pela Presidência para nortear a comunicação e as medidas a serem adotadas pelo governo. Em abril, uma sondagem mostrou que apenas 20% dos entrevistados estariam ao lado do governo americano na disputa travada contra a China.
O plano do ministro Sidônio Palmeira, da Secom, prevê que Lula conceda mais entrevistas. Sidônio já vinha insistindo para que ele abrisse sua agenda à imprensa, a começar pelas emissoras de TV. A tentativa de interferência americana no Judiciário reforçou seus argumentos.
Lula concedeu duas entrevistas a emissoras já na quinta-feira, à Record e à Globo. Disse que Bolsonaro deveria assumir a responsabilidade porque concorda com as tarifas de Trump, mencionou a soberania do Brasil e instou Trump a respeitar a Justiça brasileira.
Na noite de quarta, durante reunião com ministros no Palácio do Planalto, o chanceler Mauro Vieira chegou a sugerir que a resposta ficasse a cargo do Itamaraty. Prevaleceu o argumento, defendido por Sidônio, de que aquela era uma agressão política às instituições brasileiras e caberia uma resposta do presidente.
Na reunião, avaliou-se a possibilidade de convocação de rede de rádio e TV para um pronunciamento. A proposta foi descartada.
Além da associação de Bolsonaro a ameaças à economia brasileira, o governo deverá investir na vinculação da crise a Tarcísio, que já vestiu boné com o lema de Trump e, dias antes do anúncio da tarifa, reverberou mensagem do republicano endossando o discurso de que Bolsonaro é perseguido.
Na sexta, o governador buscou amenizar o desgaste e fez uma rodada de conversas que incluiu Bolsonaro, ministros do STF e o chefe da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil.
Lula tem sido encorajado a conversar com setores da economia, e a ideia é ampliar a comunicação com empresariado e o agronegócio.
Com a investida, o governo pretende estabelecer pontes com setores simpáticos a Tarcísio. Segundo aliados do presidente, ele não nutre a ambição de convertê-los a seus eleitores, mas pretende contar com o apoio em defesa dos interesses nacionais.
Ex-governador de São Paulo, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) deve ter protagonismo depois de ser escalado para essa negociação com empresariado.
A pedido do presidente, deverá ser convocado o Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, composto por empresários e representantes da sociedade civil.
O governo também avalia a convocação do conselho integrado por governadores para discutir o impacto do tarifaço sobre a economia de seus estados.