O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (25) que a escola é um “lugar sagrado” para os pais e para o país, e que as instituições de ensino são um “espaço de comunhão” para os estudantes. A declaração ocorreu durante cerimônia no Palácio do Planalto, que oficializou os primeiros pagamentos do programa Pé de Meia - bolsa de incentivo estudantil aos alunos do ensino médio. 

[Esse programa Pé de Meia] É pra gente tentar salvar uma parte ou toda juventude brasileira. Não desistir da escola por causa de ajuda a familiares. É sagrado ao país, tenho certeza que é sagrado para o pai e mãe de vocês, a gente garantir que vocês sigam na escola”, declarou o petista. 

A referência religiosa de Lula no discurso ocorre no momento em que o petista tenta melhorar a popularidade entre lideranças religiosas, principalmente entre o público evangélico. 

O presidente tem dito a interlocutores que não vai mudar de opinião ou lançar uma política pública exclusiva para esse segmento, de forma a fazer uso político da religião. Mas, ainda assim, o Palácio do Planalto aposta que a medida em que os programas sociais forem ampliados ou entrarem em pleno funcionamento, toda a população, entre elas os evangélicos, mudarão de opinião quanto aos feitos do governo federal. 

O executivo federal retomou desde o início do terceiro mandato do presidente Lula vários programas como Bolsa Família, PAC, Luz Para Todos, Farmácia Popular, além de criar novas iniciativas como o Pé de Meia e Desenrola. Ainda assim, a percepção de interlocutores do governo é que a população não está sentindo isso no dia a dia.

Durante o evento nesta segunda-feira no Palácio do Planalto, Lula fez também um apelo para que os jovens não abandonem os estudos “porque a desistência pode ser um caminho sem volta”. O petista disse ainda que escola é um lugar de formação, sendo um espaço de comunhão e também de divergência. 

“A escola é o grande lugar em que a gente, além de aprender, a gente vai conviver com outras pessoas, trocar ideias, viver democraticamente, compartilhar fraternidade, porque eu há muito tempo dizia que felicidade é uma coisa que ou a gente reparte, ou a gente perde. É muito difícil ser feliz sozinho. A escola é um lugar extraordinário para viver em comunhão, em harmonia, para divergir, ficar com cara feia e depois ficar com a cara bonita”