PARIS 2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) condecorou três campeões olímpicos com a Medalha do Exército durante a cerimônia pelo Dia do Soldado, nesta quinta-feira. A primeira honraria coube à judoca Beatriz Souza, que retornou ao Brasil carregando o primeiro ouro do país nas Olimpíadas de Paris e ainda uma medalha de bronze pela disputa por equipes. 

O petista também entregou a distinção à líbero Natália Araújo — Natinha — e ao judoca Guilherme Schimidt, que se despediram de Paris com o bronze na bagagem. Os três pertecem ao programa de alto-rendimento do Exército Brasileiro e têm a patente de terceiro-sargento com direito aos salários e aos benefícios pagos aos militares, além de acesso às instalações esportivas de ponta que pertencem às Forças Armadas. Atletas também podem ser contemplados pelos programas da Marinha e da Força Aérea Brasileira, que têm duração máxima de oito anos.

BRASÍLIA - Durante a solenidade nesta quinta-feira (22) do Dia do Soldado no quartel-general em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entregou medalhas do Exército Brasileiro a três campeões dos Jogos Olímpicos de Paris. Os atletas homenageados fazem parte do… pic.twitter.com/Bvw2GUzZEW

— O Tempo (@otempo) August 22, 2024
Após a cerimônia, os três medalhistas revelaram os bastidores da rápida conversa que tiveram com o presidente Lula. "Foi uma honra representar meu país, e hoje está sendo um dia muito glorioso. Ele [Lula] agradeceu, me deu os parabéns e ficou feliz por minha conquista", contou Beatriz Souza. 

A líbero Natália detalhou que o presidente brincou com ela durante a condecoração. "Ele falou que foi quase a medalha de ouro! Mas, que a gente chegou perto e que ele está muito orgulhoso de nós", disse. 

Também atleta do Exército, o brasiliense Guilherme Schimidt explicou que, apesar de ter retornado de sua primeira Olimpíada com medalha, a prioridade são os próximos jogos em 2028. 

Comandante do Exército cobra Lula por cortes

Durante a cerimônia, o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva cobrou o Governo Federal pelo congelamento de R$ 675,7 milhões do Orçamento das Forças Armadas. 

"Esse espírito perserverante é mantido incólume, mesmo sob os efeitos das restrições orçamentárias que atingem a todos", declarou durante festejo do Dia do Soldado. 

O comandante do Exército acrescentou também que, apesar dos cortes e bloqueios no Orçamento, a Força manteve os investimentos necessários. "Apesar disso, não nos descuidamos da imperiosa necessidade de mais helicópteros, de mais blindados e de mais mísseis", completou. 

A cerimônia ocorreu a três dias do Dia do Soldado, que, neste ano, cairá no domingo (25). Durante rápido discurso às tropas e às altas cúpulas do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Planalto, que estiveram presentes, o general Tomás Paiva também destacou, nas entrelinhas, o apoio das Forças Armadas à manutenção da democracia no país. 

"No novo ambiente, extremamente complexo, não é mais possível separar as ameaças que assolam a nossa segurança", disse. "E isso desafia todas as instituições a atuar, com prontidão e sinergia, na resolução dos conflitos em ambiente de guerra ou de não guerra", concluiu. 

Presenças de luxo. A cerimônia pelo Dia do Soldado reuniu um grupo seleto de figuras no QG em Brasília. À primeira fila, no centro, se sentou o presidente Lula; à direita dele, o ministro da Defesa, José Múcio, e à esquerda o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso. 

Também na tribuna de honra estiveram os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, o procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, e o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues. Em contrapartida à presença dos ministros da Corte, a alta cúpula do Congresso Nacional, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não participaram da solenidade.