A 12 meses do início da sucessão municipal, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), admitiu publicamente, pela primeira vez e categoricamente, que é “candidato” (na verdade, é pré-candidato) à própria reeleição nas eleições do ano que vem. “Sou candidato, sim, porque tenho o que mostrar”, disse ele, com exclusividade, durante entrevista aos editores do Além do Fato, ao comparar o perfil do candidato de 2016, que dizia ‘chega de político’ e o do futuro e eventual candidato de 2020.

Sobre a gestão, disse que “até agora, e até o final da gestão, você não ouviu nem vai ouvir sobre escândalo na Prefeitura de Belo Horizonte”. Das realizações, afirmou que tem e irá mostrar muita obra, citando, como exemplo, que colocou 30 mil alunos na sala de aula e que, “cada dia que o belo-horizontino acordou, foram contratados três profissionais de saúde”. Na questão da saúde, sobram críticas para a gestão do governador Romeu Zema (Novo). Além de Zema, manteve as críticas a Bolsonaro.

Partido tem pouca importância

Admitiu que partido continua não valendo nada, mas que o PSD, para onde foi ao sair do PHS (pelo qual foi eleito), vai ajudar em sua reeleição por ser um partido grande. Ao ser perguntado sobre quem será seu vice, apontou para a própria cabeça. “Está aqui, não converso com ninguém sobre isso. Não autorizo nenhum político indicar o vice (na futura chapa). Quem quiser escolher meu vice, pode ir para o outro lado. Será escolha pessoal do prefeito”.

Rede de Lamac não ajudou


Não confirmou nem descartou a permanência do atual vice, Paulo Lamac (Rede). “Não foi uma composição porque a Rede não entrou com nenhum tostão”, disse, acrescentando que tem vários nomes para ser o vice, mas que não irá compor nem entregar a cidade para que não tem capacidade. “O vice não passa por negociação política”, reafirmou, ressaltando que não é hora de discutir eleição e que não é carreirista: “Se a população não quiser, vou pra casa”, apontou, mas reforçou: “Eleição é assim, fez boa gestão, tá eleito; fez má gestão, perdeu. É simples assim”.

R$ 2 bi em obras até 2020

Sobre as obras que irá apresentar, disse que, apesar de não ter prometido grandes obras, há R$ 800 milhões de obras já nas ruas sendo executadas e que investirá outro R$ 1,1 bilhão, já aprovado na Caixa Econômica Federal. “Vamos entregar no final desse governo R$ 2 bilhões em obras, na área do saneamento, as bacias de contenção. Só falta assinar e licitar”, adiantou, observando ainda que não teme fazer obra enterrada. “Não podemos mais viver sem saneamento básico. Esse é um erro cometido há muitos anos. A gratidão da pessoa que recebe saneamento básico é maior do que aquela que passa em cima de um viaduto”.

Saúde é calcanhar de Aquiles

Ele reconheceu que a saúde pública é um dos grandes desafios de sua gestão pelo fato de o estado não repassar os recursos de sua responsabilidade. De acordo com o instituto Quaest (contratado pela CDL/BH), 59% dos belo-horizontinos têm avaliação negativa do setor.

“A saúde não está boa, mas melhorou muito. Não conseguir ampliar, mas melhorei. Numa conta simples, a cada cinco meses, eu poderia construir um Hospital do Barreiro, que tem um custo de R$ 30 milhões, mantê-lo funcionando é que é difícil”. Atribuiu as dificuldades maiores da saúde à demanda que vem do interior, especialmente porque o governo do estado não estaria fazendo sua parte junto aos municípios.