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As doações beneficiam 67 candidatos aliados de Bolsonaro, além do próprio. A campanha do presidente recebeu R$ 3,9 milhões - R$ 1 em cada R$ 4 doados por infratores ambientais. Os dois partidos mais beneficiados são o PL e o Republicanos, com R$ 7,7 milhões e R$ 1,9 milhão, respectivamente. O Progressistas recebeu R$ 631,6 mil. Juntas, outras 24 legendas receberam repasses de R$ 7,5 milhões.
Até sexta-feira passada, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia registrado 523 doações feitas por infratores ambientais, sendo que a maioria (269) foi destinada às campanhas das três legendas. Procurados pela reportagem, PL, Republicanos e Progressistas não responderam.
A Justiça Eleitoral permite doações eleitorais de pessoas físicas, desde que limitadas a 10% do rendimento do doador no ano anterior à eleição. As doações de infratores ambientais ou devedores à União a campanhas não são ilegais.
O Estadão cruzou a base de dados das receitas dos candidatos disponibilizadas pelo TSE com a lista de multados pelo Ibama desde 1995. O cálculo considera as doações de pessoas físicas a candidatos para todos os cargos em disputa, e não leva em conta multas de outros órgãos ambientais.
O compilado de multas aplicadas aos doadores ultrapassa R$ 361,9 milhões em valores nominais. Apenas 1% deste total foi quitado, enquanto 4,4% tiveram baixa administrativa ou fecharam acordos, o que deixa um passivo em aberto de R$ 342 milhões.
AMAZÔNIA
São 559 multas. A maioria se concentra em Mato Grosso, Amazonas, Pará, Mato Grosso do Sul e Rondônia. O bioma amazônico é o mais impactado. As infrações mais comuns envolvem destruição ou danificação de vegetação nativa, desmatamento e descumprimento de embargo de obra, e 45% do grupo de infratores é reincidente, ou seja, foi multado mais de uma vez.
Ainda que existam infratores que não acertaram as contas com o Ibama, a maioria recorre das decisões e está com o processo administrativo em aberto há anos. Nesse tipo de processo, porém, o autuado já se torna infrator a partir da constatação da irregularidade por um agente público. Após receber a multa, ele pode tentar provar que não cometeu ilícito ambiental.
A urbanista Suely Araújo, que presidiu o Ibama entre os anos 2016 a 2019, afirmou que as multas não são arbitrárias. "A fiscalização é baseada em esforço de inteligência, inclusive com incursões prévias de análise de imagens de satélite, análise de dados, compra e venda de mercadorias."
Para a diretora da Transparência Brasil, Juliana Sakai, a doação eleitoral é legítima na democracia e serve para viabilizar uma candidatura. "O que acontece no Brasil é que você tem uma concentração, não só de renda, mas de doação", disse. "Quando esse aporte é muito volumoso, você espera um retorno", afirmou.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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São 559 multas. A maioria se concentra em Mato Grosso, Amazonas, Pará, Mato Grosso do Sul e Rondônia. O bioma amazônico é o mais impactado. As infrações mais comuns envolvem destruição ou danificação de vegetação nativa, desmatamento e descumprimento de embargo de obra, e 45% do grupo de infratores é reincidente, ou seja, foi multado mais de uma vez.
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A urbanista Suely Araújo, que presidiu o Ibama entre os anos 2016 a 2019, afirmou que as multas não são arbitrárias. "A fiscalização é baseada em esforço de inteligência, inclusive com incursões prévias de análise de imagens de satélite, análise de dados, compra e venda de mercadorias."
Para a diretora da Transparência Brasil, Juliana Sakai, a doação eleitoral é legítima na democracia e serve para viabilizar uma candidatura. "O que acontece no Brasil é que você tem uma concentração, não só de renda, mas de doação", disse. "Quando esse aporte é muito volumoso, você espera um retorno", afirmou.
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