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Em vida, o papa Francisco estabeleceu o que queria para seu sepultamento, simplificando rituais suntuosos. E assim foi feito. Ele também aceitou tradições que não poderiam ser mudadas, em nome da manutenção da igreja. E seu desejo foi obedecido. O túmulo do papa foi preparado na nave lateral da basílica, próximo ao altar dedicado a São Francisco.
A missa do funeral foi celebrada pelo cardeal italiano Giovanni Battista Re, que também apontou opostos em seu sermão e a opção feita pelo papa Francisco contra a guerra. O cardeal exaltou os posicionamentos do papa pela paz mundial e a necessidade de “construir pontes e não muros”. “É uma exortação que ele repetiu muitas vezes, e o serviço da fé como sucessor do apóstolo Pedro esteve sempre unido ao serviço do homem em todas as suas dimensões”, disse o cardeal, diante de chefes mundiais.
“Perante o eclodir de tantas guerras nos últimos anos, com horrores desumanos e inúmeras mortes e destruições, o papa Francisco levantou incessantemente a sua voz implorando a paz e convidando à sensatez, a uma negociação honesta para encontrar soluções possíveis, porque a guerra – dizia ele – é apenas morte de pessoas e destruição de casas, hospitais e escolas. A guerra deixa sempre o mundo pior do que estava: é sempre uma derrota dolorosa e trágica para todos”, pregou o cardeal.
Paz x guerra
Antes da missa, algumas cenas já tiveram um caráter intrigante. O que dizer do encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do presidente da Urânia, Volodymyr Zelensky, dentro da Basílica de São Pedro, antes do início da Missa das Exéquias (foto)? A conversa entre os dois durou cerca de 15 minutos e rendeu fotos, distribuídas, em seguida, pela agência oficial ucraniana e divulgadas por Zelensky em suas redes.
Os dois homens, sentados frente a frente, conversaram sentados em duas cadeiras puxadas para o imenso salão de mármore, sem assessores por perto. “Boa reunião. Conversamos bastante pessoalmente. Espero que possamos chegar a um acordo em todos os pontos discutidos”, divulgou o ucraniano nas redes sociais.
Os dois presidentes ficaram de se encontrar novamente na próxima semana para novas conversas. Outra foto divulgada por Kiev mostra ainda Trump e Zelensky reunidos no mesmo local, mas contando com a presença do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e do presidente francês, Emmanuel Macron.
Lula
Alheio ao conteúdo do que o americano e o ucraniano falaram, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o importante é que se converse, mas indicou que as tratativas para a paz não podem ficar restritas apenas a Trump e Zelensky, mas também incluir o russo Vladmir Putin.
“Eu não sei o que eles conversaram, não posso intuir. O que importa é que se converse para encontrar uma saída para essa guerra, porque ela está ficando sem explicação. Ninguém consegue explicar, e ninguém quer falar em paz”, disse Lula, ao embarcar na Itália, rumo ao Brasil.
O presidente brasileiro ainda disse que o diálogo precisa avançar, mas é preciso pensar na violência “que Israel comete contra a Faixa de Gaza”. “O Brasil continua teimando que a solução é a gente fazer com que os dois (Zelensky e Putin) sentem em uma mesa de negociação e encontrem uma solução”, disse o brasileiro. “Não só para a Ucrânia e a Rússia, mas também para a violência que Israel comete contra a Faixa de Gaza”, disse o petista, que buscou ressaltar a preocupação do papa Francisco com a as guerras.
“Perdemos o líder religioso mais importante deste primeiro quarto do século 21. Papa Francisco não era apenas um papa. Ele era um papa preocupado com a guerra de Gaza, com a fome, com as coisas que afligem o povo do mundo inteiro”, apontou. “Que o próximo papa seja um homem igual a ele, com o mesmo coração, os mesmos compromissos religiosos, os mesmos compromissos no combate à desigualdade que teve o papa Francisco”, disse Lula, que participou da cerimônia no Vaticano acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva e por uma comitiva que incluiu os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso; da Câmara dos Deputados, Hugo Motta; do Senado, Davi Alcolumbre, além de ministros, deputados se senadores. A ex-presidente Dilma Rousseff saiu da China para também participar do velório e se juntou à comitiva do governo brasileiro.
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Em vida, o papa Francisco estabeleceu o que queria para seu sepultamento, simplificando rituais suntuosos. E assim foi feito. Ele também aceitou tradições que não poderiam ser mudadas, em nome da manutenção da igreja. E seu desejo foi obedecido. O túmulo do papa foi preparado na nave lateral da basílica, próximo ao altar dedicado a São Francisco.
A missa do funeral foi celebrada pelo cardeal italiano Giovanni Battista Re, que também apontou opostos em seu sermão e a opção feita pelo papa Francisco contra a guerra. O cardeal exaltou os posicionamentos do papa pela paz mundial e a necessidade de “construir pontes e não muros”. “É uma exortação que ele repetiu muitas vezes, e o serviço da fé como sucessor do apóstolo Pedro esteve sempre unido ao serviço do homem em todas as suas dimensões”, disse o cardeal, diante de chefes mundiais.
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Paz x guerra
Antes da missa, algumas cenas já tiveram um caráter intrigante. O que dizer do encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do presidente da Urânia, Volodymyr Zelensky, dentro da Basílica de São Pedro, antes do início da Missa das Exéquias (foto)? A conversa entre os dois durou cerca de 15 minutos e rendeu fotos, distribuídas, em seguida, pela agência oficial ucraniana e divulgadas por Zelensky em suas redes.
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Os dois presidentes ficaram de se encontrar novamente na próxima semana para novas conversas. Outra foto divulgada por Kiev mostra ainda Trump e Zelensky reunidos no mesmo local, mas contando com a presença do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e do presidente francês, Emmanuel Macron.
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Alheio ao conteúdo do que o americano e o ucraniano falaram, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o importante é que se converse, mas indicou que as tratativas para a paz não podem ficar restritas apenas a Trump e Zelensky, mas também incluir o russo Vladmir Putin.
“Eu não sei o que eles conversaram, não posso intuir. O que importa é que se converse para encontrar uma saída para essa guerra, porque ela está ficando sem explicação. Ninguém consegue explicar, e ninguém quer falar em paz”, disse Lula, ao embarcar na Itália, rumo ao Brasil.
O presidente brasileiro ainda disse que o diálogo precisa avançar, mas é preciso pensar na violência “que Israel comete contra a Faixa de Gaza”. “O Brasil continua teimando que a solução é a gente fazer com que os dois (Zelensky e Putin) sentem em uma mesa de negociação e encontrem uma solução”, disse o brasileiro. “Não só para a Ucrânia e a Rússia, mas também para a violência que Israel comete contra a Faixa de Gaza”, disse o petista, que buscou ressaltar a preocupação do papa Francisco com a as guerras.
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