As forças de segurança convocaram para a próxima segunda-feira (16/09) uma nova manifestação contra o governador Romeu Zema (Novo). A concentração está marcada para as 8h na Praça Sete, no centro de Belo Horizonte, e vai reunir policiais civis, militares e penais. O ato está sendo organizado por entidades de classe da categoria e pelo deputado estadual Sargento Rodrigues (PL). Desde o início do ano, a categoria vem realizando diversos protestos e manifestações contra o governador, buscando melhorias salariais e valorização profissional.

De acordo com o deputado, o protesto se deve à "absoluta precariedade da segurança pública, falta de valorização, investimento em equipamentos, viaturas, baixos efetivos e desvalorização profissional nas carreiras". Ele ainda afirma: "A população precisa conhecer a verdade sobre a segurança pública de Minas Gerais, que é muito diferente daquela publicada nas redes sociais do governador Romeu Zema".

O presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, Ailton Cirilo da Silva, declarou que a manifestação será "pacífica, ordeira e sem interrupção do trânsito". "Vamos colocar diversos caixões, simbolizando a morte daqueles que tombaram em serviço e também a morte simbólica de nós, servidores da segurança pública, uma vez que o governador Zema desconhece e não valoriza o segmento, tendo quebrado a palavra conosco em duas ocasiões", referindo-se à promessa de recomposição das perdas inflacionárias feita por Zema em 2019 durante a campanha.

O dirigente também criticou o decreto recente de Zema, relacionado ao Regime de Recuperação Fiscal, que foi autorizado através de liminares no STF. "O governador, de forma autoritária e sem diálogo com a Assembleia, impôs um teto de gastos, o que nos preocupa, pois já estamos com salários defasados em mais de 37%", afirmou.

No mês passado, Zema publicou um decreto, parte do acordo do estado com a União para renegociação das dívidas, que impõe um limite para as despesas estaduais. Após não conseguir aprovar a medida no Legislativo, o governador optou por fazer isso por decreto.

Os sindicatos acreditam que esse teto congelará os salários dos servidores, impedirá a progressão nas carreiras, suspenderá concursos e poderá afetar outros benefícios.

O governo foi procurado para comentar o protesto, mas ainda não se manifestou.