INVESTIGAÇÃO

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) minimizou o conteúdo do áudio da reunião entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o então diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem. No encontro, foram discutidos planos para blindar Flávio de uma investigação sobre um possível esquema de rachadinhas. "E mais uma vez a montanha pariu um rato", disse o filho de Bolsonaro.

A expressão utilizada por ele tem origem nas fábulas de Esopo e descreve ações que prometem muito, mas entregam pouco.

"O áudio mostra só as minhas advogadas comunicando as suspeitas de que um grupo agia com interesses políticos dentro da Receita Federal e com o objetivo de prejudicar a mim e a minha família. A partir dessas suspeitas, nós tomamos as medidas legais cabíveis. O próprio presidente Bolsonaro fala na gravação que 'não tem jeitinho' e diz que tudo deve ser apurado dentro da lei", prosseguiu o senador.

A conversa de 1 hora e 8 minutos teria sido gravada pelo próprio Ramagem, em 25 de agosto de 2020. O áudio foi localizado no celular do ex-chefe da ABIN e faz parte de inquéritos que tramitam no STF sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes. O sigilo do conteúdo foi retiradao na tarde desta segunda-feira (16/7). 

O ex-diretor da Abin propõe abrir procedimentos administrativos contra os auditores fiscais que investigaram Flávio para anular as investigações. A estratégia foi colocada em prática e o processo contra o parlamentar foi arquivado em 2022.

Na gravação, o ex-presidente Jair Bolsonaro sugere falar com o secretário da Receita Federal, José Tostes, e com o ex-chefe do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dado) Gustavo Canuto sobre o caso de rachadinhas envolvendo Flávio Bolsonaro. "É o caso de conversar com o chefe da Receita", afirmou.