Brasil247 - O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reuniu-se com representantes do Departamento de Estado dos Estados Unidos para discutir a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a coluna da jornalista Bela Megale, de O Globo, Eduardo apresentou traduções de matérias da imprensa brasileira que abordam a interpretação dos bancos em relação à sanção imposta a Moraes pelo governo do presidente Donald Trump. Segundo as reportagens compartilhadas pelo parlamentar, o entendimento predominante entre as instituições financeiras no Brasil seria de que a restrição se limitaria a transações em dólar, mantendo liberadas as operações em moeda nacional.
Contudo, conforme relato de interlocutores de Eduardo, os representantes do governo norte-americano contradisseram essa visão. Segundo eles, a sanção deveria implicar a proibição de movimentações bancárias em qualquer moeda. Nesse cenário, Alexandre de Moraes estaria, na prática, impedido de realizar qualquer operação financeira no sistema bancário.
A atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos foi duramente criticada por ministros do Supremo durante a reabertura dos trabalhos do Judiciário, nesta sexta-feira (1). Sem citar nomes, o decano da Corte, Gilmar Mendes, afirmou que "não é segredo para ninguém que os ataques à nossa soberania foram fomentados por radicais", acrescentando que "um deputado, na linha de frente do entreguismo, fugiu covardemente" aos Estados Unidos para fomentar ataques ao Supremo, o que caracterizaria, segundo ele, "um verdadeiro ato de lesa-pátria".
O próprio ministro Alexandre de Moraes abordou o tema em sua fala. Sem mencionar diretamente o nome de Eduardo, o ministro associou as investidas atuais contra ele a um padrão já conhecido. Segundo Moraes, os autores dessas ações "repetem o modus operandi da tentativa de golpe" registrada nos ataques de 8 de janeiro de 2023.