'INSUBORDINAÇÃO'

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou uma longa carta à deputada estadual por Santa Catarina Ana Campagnolo (PL), nesta terça-feira (4/11), no X (antigo Twitter).

O PL de Santa Catarina vive crise política em meio à definição dos nomes indicados pela legenda para o Senado Federal nas eleições de 2026. Jair Bolsonaro (PL) quer que o filho Carlos (PL), atualmente vereador pelo Rio de Janeiro, dispute uma cadeira do Senado pelo estado sulista, mas enfrenta resistência de lideranças locais.

Eduardo, então, defendeu a escolha do nome do irmão após críticas de Campagnolo, que disse que já tinha sido prometido que a chapa ao Senado seria composta pela deputada federal Carol de Toni (PL-SC) e o senador Esperidião Amin (PP-SC). Em 2026, cada estado vai eleger dois nomes para o Senado.

'Insurgência'

O filho ‘02’ de Bolsonaro destacou que o pai iniciou um movimento político e, portanto, a hierarquia permite que ele escolha os nomes indicados.

Eduardo cobrou lealdade da deputada: "Quando você nos procurou, lá no início da sua jornada, para pedir nosso apoio político, você assumiu um compromisso político. (...) O que não é aceitável é insurgir-se publicamente contra uma estratégia da liderança do seu grupo, uma decisão que nada tem a ver com valores morais, mas apenas com conveniência e tática política”.

A carta começa com referências indiretas à parlamentar. Depois, Eduardo a cita nominalmente ao dizer que as declarações delas foram “inaceitáveis”: “Na forma, por terem sido feitas em público. No conteúdo, por se insurgirem contra a liderança política que a projetou e, pior, por representarem uma tremenda injustiça, já que ela usa uma régua contra meu irmão que jamais aplicou a si mesma”.

Por fim, o deputado federal defende que “deixemos o povo catarinense decidir se ele [Carlos] é ou não um bom candidato” e pede que a divergência entre o PL de Santa Catarina e a determinação de Bolsonaro seja resolvida internamente.

“A ideia de que uma deputada estadual, cuja carreira política foi viabilizada pela liderança nacional, tenha o direito de se insurgir publicamente contra essa mesma liderança é absurda. Entenderia se ela o fizesse acreditando que meu pai não tivesse tomado uma decisão livre, mas esse não é o caso. Desculpem, não acho isso normal nem aceitável. Acho que essa turbulência passou dos limites e não agrega a ninguém”, completou.